sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Serra D´arga Outubro/2021, já falta pouco!!!

 

A mês e meio do Grande Trail da Serra D´arga, continua a preparação sob um plano delineado visando fazer a prova dentro dos limites impostos pela organização, 12h.

Para mim e para o grupo dos Amigos do Vale do Silêncio cuja comitiva rondará os 15 participantes o objectivo final será participar o mais confortável possível já que a maioria de nós se limita a participar pelo prazer de caminhar e correr em plena Natureza, assim aproveitando as comemorações do 10º aniversário da prova aceitámos o repto da Organização sob a liderança do Carlos Sá de voltar um pouco ás origens e marcar um traçado de 45 kms muito parecido com a 1ª edição!



O grupo dos amigos do Vale do Silêncio vai-se reunindo aos poucos, não tantos como prevíamos devido ás restrições e alguns receios devido ao vírus Covid, por isso deixar aqui um incentivo para que cada um consiga cumprir com o plano pré estabelecido no sentido de poder usufruir da melhor forma possível desta extraordinária prova de Montanha!

terça-feira, 12 de maio de 2020

Serra D´arga adiada para 2021

Isto é tudo o que não queremos ouvir, depois do isolamento forçado em casa desde o início de Março com a fugaz saída quase todas as manhãs bem cedo para a relaxante caminhada na esperança que em Setembro viessem boas notícias da Serra D´arga com a permissão da participação em mais uma Edição do Ultra Trail naquela linda Serra, chega-nos a notificação que confirma a anulação da prova!
Tal como na Serra da Freita onde me habituei a enfrentar tantas vezes sozinho cada metro daquela fantástica montanha também na Serra D´arga desejava a companhia dos meus amigos que no ano passado me levaram ao colo a transpor A Besta, as Escadas do Martírio e a tenebrosa subida que nos levou ao Planalto da Serra da Freita, a desilusão é imensa mas por certo todos eles estarão comigo na edição de 2021 tal como propõe a Organização da prova em uma das muitas alternativas possíveis aos atletas e amigos já inscritos! As comemorações da 10ª Edição ficam assim adiadas esperando eu que os objectivos da Organização se mantenham e onde eu e os meus amigos que me acompanharão se sintam confortáveis naquela Serra e que saiamos de lá com inteira satisfação e realizados!
Abaixo parte do texto da Organização sobre os atletas já inscritos e que conta desde já com a minha adesão!
"(Todos os inscritos no Grande Trail Serra d'Arga 2020 serão transferidos, por defeito e sem penalizações, para a edição de 2021 que se realizará a 25 e 26 de Setembro. Não precisam de nos contactar se estiverem de acordo em participar em 2021.)"

segunda-feira, 16 de março de 2020

DE QUARENTENA FORÇADA

Treina-se e trabalha-se para quando chegar o momento estarmos lá e darmos o melhor que temos para honrar a camisola que envergamos e dar satisfação ao esforço que cada um dedica a todas as horas, todos os dias e meses de treino físico por forma a corresponder ás expectativas que criámos em relação a nós todos!
Nesta fase do ano de 2020 em pleno Março vê mo-nos forçados a abdicar de uma série de provas que, provavelmente até ao Verão, não será possível concretizar pelos simples facto de todas ela terem sido anuladas ou adiadas lá mais para o período do Outono pelo facto do Vírus Corona ter invadido Portugal e o Mundo de forma muito agressiva totalizando nesta altura mais de 6.500 mortos no nosso Planeta! 
Vamos todos combatê-lo, a sua contenção é fundamental para o vencer, a quarentena que se vai seguir até meados de Maio vai ser determinante para o eliminar, a todos é pedida a responsabilidade repartida de forma a que a situação de contagem pare! Aos desportistas é difícil pedir-lhes que parem, ainda que todos saibam que um mês ou dois não serão determinantes para desaprenderem o que já sabem, mas todos sabemos que um ou outro irão dar uma escapadela e fazer o seu treino, direi que não virá mal ao mundo se o fizerem desde que escolham sítios isolados e que evitem o contacto com outras pessoas, serras e vales são o local ideal, é isso que eu irei fazer nesta fase de forma responsável já que ficar em casa à espera que o bicho me encontre não condiz comigo!
Juntos vamos derrotar a BESTA!

quinta-feira, 5 de março de 2020

Trail de Vila Nova de Poiares, 23/2/2020



Longe vai o tempo em que todas as semanas do mês eram preenchidas com provas um pouco por todo o lado dentro do território português, provas essas que eram quase em exclusivo de trilhos em montanhas e vales cujas extensões variam entre os 20 e os 100 kms, nas provas de estrada o registo é muito pobre, 2/3 era, e é, o máximo que ainda faço por ano!
Daí ser para mim um importante acontecimento de pelo menos conseguir actualmente fazer uma prova por mês, mesmo que de curta distância entre os 10 e os 30 kms de distância, claro que o empenho já não é o mesmo, a começar por ter que andar a percorrer longas distâncias apenas para participar em provas de 10 kms ou perto disso, para mais, mesmo assim terei que ter sempre em conta os tempos impostos pelas organizações das provas para percorrer a distância já que actualmente consigo andar/caminhar mais do que o tempo de corrida em cada uma delas!
Poiares Trail foi a que escolhi para fazer em Fevereiro, tinha companhia mas foi preciso fazer mais de 200 kms para lá chegar e para percorrer apenas 12 kms em prova! É esta a realidade com que tenho de me conformar daqui em diante, uma prova em cada mês, repouso e algum treino para enfrentar a seguinte, foi Poiares, seguirá a Geira Romana, S.Mamede, a Freita em análise e lá mais para diante a Serra D, arga a surgir com ambição colectiva dos AVS nas comemorações do 10º aniversário da da criação da prova!
Poiares foi pois um retorno passado que foi um ano da minha estreia na prova, tinha então feito a prova da Caminhada de 10 kms, num ano de muita chuva provocando no percurso dificuldades acrescidas a todos os atletas que lá foram e participaram em todas as provas, desta vez o tempo estava a nosso favor, um dia de sol agradável e o percurso limpo e agradável de percorrer. Devo confessar que a distância e as dificuldades encontradas do mini trail (12 kms) foram uma dádiva da organização para os atletas que como eu ali andam um pouco como que se arrastando face ás mazelas que ao longo dos anos vão acumulando e que agora querendo manter-se vão encontrando aqui e ali alguém que manda e impõe este tipo de divertimento para quem ama as provas de trail e as montanhas. É por isso que o cronómetro que marca o tempo e a distância pouco importa para mim, e para muitos, a não ser para nos situar e orientar na prova sem abusar das benesses que nos deram!
Tal com há um voltei a gostar muito da prova, muitos participantes na minha prova, os habituais engarrafamentos na passagem de obstáculos mais difíceis, a passagem pela Ribeira numa paisagem muito bonita e na pouca montanha que nos facilitou a vida em todo o percurso. Nos últimos 3 kms confluíam todas as provas, principalmente o trail curto cujos atletas acabaram a correr ao nosso lado, por desfasamento na partida (partiram mais tarde) não foi possível acompanhar ali na parte final os atletas do trail longo na distância de 35 kms, tendo apenas começado a chegar ao fim de 3,30h depois da partida, 09,30h.
Fica o registo da minha passagem, distância: 12 kms, tempo: 2,22h!

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Trail Iberlince de Barrancos, 17/11/2019

5 anos se passaram desde a 1ª vez que passei por Barrancos, não só para correr (29/11/2014) como também para o visitar, em ambas as vezes chegámos de noite e partimos de regresso de noite, pouco, muito pouco conhecemos a Vila, a não ser à noite da nossa chegada onde penetrámos no seu interior na busca de um local onde pudéssemos tomar uma refeição tranquilamente, é aqui que começa a complicação, os meios existentes são talvez suficientes para regularmente responder ás necessidades das gentes de Barrancos mas claramente insuficientes nestes dias de mais agitação e presença de visitantes para as mais variadas iniciativas que a Vila leva a efeito, a complicação seguinte foi o traçado das provas que nos apresentaram, brutal em comparação com o que nos ofereceram em 2015.
Mais de mil pessoas acorreram ali para participar em mais uma excelente prova de Trail organizada pelo Clube local, Barrancos Futebol Clube tendo como timoneiro o conterrâneo Francisco Bossa, professor e dinamizador desportivo muito credenciado na Região, região esta (Alentejo) que conhecemos como muito plana cujas dificuldades naturais em provas de trail por norma são mais fáceis de ultrapassar. Este era o pensamento em 2015 e que de forma geral se confirmou na altura, passados que foram estes 5 anos ao voltar no passado dia 17 de Novembro levava em linha de conta que a coisa seria mais ou menos o mesmo, muito estradão, trilhos fáceis de ultrapassar, muito corrível portanto, os 56 kms de então davam-me agora a esperança de uma prova tranquila até pela distância mais curta que tinha escolhida, os 14 kms. Puro engano, nestes últimos 5 anos o Ico Bossa transformou aquilo
num autêntico inferno no aspecto de desgaste físico para todos os atletas e em todas as distâncias, de tal maneira fui surpreendido porque até aos primeiros 5 kms fomos (eu e o Canelas, meu companheiro na corrida) num andamento tranquilo e quase sempre a correr, lento é certo mas a correr, após o 1º abastecimento e até ao 2º abastecimento entrámos numa espécie Alpina onde o sossego físico nunca mais chegou até nós, "muros e declives" eram constantes, de vez em quando para ajudar apareciam os pedregulhos difíceis de escalar, um empurrão aqui e outro ali eram oportunos, a inclinação nas subidas era tal que os pés começavam a ceder por câimbras ou perto de fracturas de esforço, a simpatia do marcador da prova era tanta que raras vezes nos contemplava não ir até ao topo de cada pico ou alto de cada Serra, de lá podia-se contemplar a beleza de todo aquele
local, quase que diria que dos pontos mais altos, e eram tantos, se via todo o desenrolar da prova, ora víamos atletas em baixo, em cima, na Serra ao lado, junto ao rio, eu sei lá, o colorido era bonito por toda a Serra, quando se descia as dificuldades, principalmente o perigo, aumentavam, sorte a nossa que a chuva com intensidade estava ausente, a que caía era suave não dando para provocar a indesejável lama e as consequentes escorregadelas com quedas à mistura, claro que elas existiram, creio que mais de 50% dos atletas sujaram os calções levando cada um um pouco da terra de Barrancos, eu fui um deles, para alem da terra as pedras e rochas ameaçavam a cada instante e obrigaram a uma atenção constante onde a experiência acumulada no trail de cada um ajudou a ultrapassar todas as dificuldades encontradas. Muitos atletas da prova dos 25 kms e outros com as dificuldades inerentes
ao seu percurso até chegarem ali para os seus últimos 9 kms já vinham a dar aquilo que não tinham, ainda assim se via a sua bravura em ultrapassar todos aqueles obstáculos, pediam licença para passar, agradeciam o apoio que lhes dispensávamos, um e outro ia-se queixando de dores musculares e câimbras, subiam e desciam com a energia suficiente ajudando dessa forma a galvanização que já nos ia faltando, foi com eles que eu e muitos nos fomos envolvendo naqueles labirintos de serras cavalgando lentamente os kms que se iam esgotando com o aproximar da meta. Ultrapassado que foi aquela "beleza" de percurso, que gostei imenso, diga-se apesar de tudo, a desolação aparece perante os nossos olhos, a Serra queimada, o trail é por si só desfrutar daquilo que a Natureza nos dá nos seus lugares mais apropriados, nas serras, na alta montanha, nos mares e nos rios, passar por ali foi como se sentisse um
choque de tristeza, fez bem a Organização manter o trilho original, ou a ideia original melhor dizendo já que trilho não havia, ainda assim fiz um esforço para imaginar aquele local bem florido e verde com o seu matagal e arvoredo cobrindo-nos à nossa passagem, ouvindo-se ao mesmo tempo também o chilrear constante dos pássaros numa caminhada até ao desolador alto de onde podíamos observar todo o Vale e o percurso por onde andáramos. Dali até à meta foi um instante, a meio da descida ia já muito cansado e dorido da tareia que tinha levado até ali, disse ao Canelas para ir embora, eu há muito que o ia já a travar mas ele teimou sempre em ficar comigo, nas partes mais difíceis de escalar estava sempre pronto para me ajudar, aqui fica também o meu agradecimento!
Após aquela descida e logo de seguida a subida final eis que aparece logo ali Barrancos, andámos por
ali à volta e quando chegamos nem sabemos por onde vamos entrar, não admira pois que facilmente o Ico descobrisse ali mesmo ás portas da Vila aquele maravilhoso, mas difícil percurso que nos colocou a todos em sentido, ao regressar ao local de partida o sentimento de satisfação pela superação era geral, sorrisos e choros de emoção também eram visíveis, por certo o desespero rondou a mente de muitos de nós, chegar correspondeu a mais uma pequena vitória, ou grande para alguns!
Cheguei com 4h de prova e 14,5 kms de percurso!
Parabéns à organização ficando também o agradecimentos pela atenção que nos dedicaram, voltaremos!
Espero que para a próxima já esteja a florir deixando para trás este rasto de desolação


terça-feira, 22 de outubro de 2019

Trail de Abrantes 19 de Outubro 2019

Trail de Abrantes
26 kms foi a minha distância percorrida numa das muitas provas disputadas no Ultra Trail de Abrantes, num único percurso perfizeram quase em simultâneo cerca de 6 provas classificativas com grande sucesso com predominãncia  para as provas de 100 kms, 50 kms, estafetas 50 e 25 kms e trail de 25kms.
A única prova que saiu e regressou a Abrantes foi a de 100 kms, todas as outras foram deslocadas de Autocarro para os locais de partida com passagem e chegada a Abrantes sempre pelo percurso da prova principal, os 100 kms!
A prova onde participei, os 25 kms (26 kms no total na meta) partiu em Mouriscas, local onde perfazia os 75kms da prova principal, dali para a frente o percurso era comum a todos até chegar à meta, tornando mais agradável a progressão de todos já que o incentivo era sempre trocado entre todos os atletas! 
Os vencedores deste troféu

A Susana Adelino (filha) acompanhou-me de novo nesta prova, já o tinha feito há cerca de 1 mês na Serra D´arga na distância idêntica a esta (27 kms), mal partimos entrámos logo no circuito, logo ali estava um espectador atento, Vitor Pinto que estava a fazer a prova dos 100kms encostou e esperou por nós, seguindo depois de cumprimentar a esposa e o genro, nós prosseguimos e passados 500 metros já seguíamos com o "vassoura" cá atrás! Era um lugar que não nos interessava, desta vez estávamos melhor preparados, o terreno também era favorável, muito corrível, pequenas subidas, algumas com elevada inclinação que aproveitávamos para descansar e logo de seguida voltar a correr, assim conseguimos deixar o "vassoura" com outras companhias e partimos à procura dos atletas que seguiam mais próximos à nossa frente. A chegada à Ribeira foi rápida, local muito bonito mas também muito complicado e técnico, uma antiga levada servia-nos de caminho numa passagem muito estreita ladeada de rochas onde cordas e cabos nos ajudavam a progredir sem corrermos o risco de a qualquer momento cairmos e ou ter qualquer tipo de consequências! De resto passado que foi este traçado mais difícil não mais as coisas se complicaram, estradões e trilhos a atravessar olivais e matas foi uma constante,

as subidas e descidas eram uma constante, felizmente as descidas e algum plano permitiam sempre uma boa recuperação das subidas curtas mas muito inclinadas que íamos ultrapassando! A entreajuda entre mim e a Susana foi importante, eu nas descidas e ela nas subidas tomávamos a dianteira e assim lá prosseguimos até à meta!
Senti a falta dos bastões, por esquecimento ficaram no carro, naquele sobe e desce fizeram falta, os braço doíam junto ao cotovelo, normalmente os bastões para além de reduzir o esforço dos membros inferiores em 35% do esforço também são um excelente apoio para os membros superiores, quer nas subidas quer nas descidas ou ainda no terreno plano mantendo-os apoiados, a partir dos 15 kms as dores nos braços eram estranhas, em contraste as pernas estavam bem, tanto que nós em cerca de 3 quartos da prova
fomos sempre em passo de corrida, coisa que já não fazia há bastante tempo!
No final o cronómetro marcava 26 kms à entrada da pista do Estádio com o registo de 4,25,00h, com média de 9,50 minutos por kms em movimento!
Parabéns à Organização da prova, foi a 1ª vez que lá fui e por certo voltarei se tiver forças e saúde para o fazer!
Parabéns também para a prova do Vitor Pinto e para a sua marca alcançada na prova dos 100 kms tendo para o efeito contribuído directamente para a conquista do título por equipas de Campeão Nacional de Trail Ultra Endurance!

Troféu conquistado pela dupla




quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Grande Trail Serra D´arga, 21/22/ 9/2019

9º Grande Trail Serra D´arga

Vencida a distância (enorme) que dista Lisboa de Caminha a única coisa que nos preocupava no momento era o local para dormir e o mais rápido possível encontrar local para jantarmos ali por perto.
Como sempre e pela 7ª vez foi o Pavilhão Gimno-Desportivo de Caminha que nos serviu de tecto nas duas noites que ficámos pelo Minho, o Grande Trail Serra D´arga iria ocupar-nos nos dias 20/21/22 de Setembro envolvendo toda aquela Região através dos concelhos de Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima e Vila Nova da Cerveira, principalmente as povoações de Dem e de S. Lourenço da Montaria.
O Vitor Pinto ia participar no Sábado dia 21 na prova dos 55 kms e eu e a filhota Susana Adelino iríamos participar no Domingo dia 22 na prova de 27kms.
A noite de Sexta Feira estava calma, céu limpo, temperatura amena e sem vento, tudo apontava para um dia (Sábado)  excelente para a prática de corridas em montanha, mas durante a manhã e o nascer do novo dia tudo se alterou, os primeiros pingos de chuva começam a cair ainda em Caminha, a 10 kms de distância, em Dem, local onde se iria iniciar o Ultra Trail de 55 kms já chovia com grande intensidade onde o vento e o nevoeiro já emparceirava provocando uma enorme tempestade que iria marcar a prova durante todo o dia.
Quando chegámos a Dem já a prova tinha partido, ainda fomos a tempo de assistir à passagem dos atletas de novo junto à linha de partida e saudar e dar alguma força ao Vitor Pinto, principalmente o filho David que ali estava, para a dura tarefa que iria ter para concluir a prova naquelas condições!
A decisão estava tomada, iríamos acompanhar pela Serra a prova do Vitor Pinto, os locais dos abastecimentos seriam as bases para o apoio que pretendíamos dar-lhe, contudo o temporal tornou-se um inimigo tremendo para conseguirmos concretizar esse objectivo, correr naquelas
condições é perfeitamente suportável mas andar de carro, parar, sair do carro com um chapéu de chuva é perfeitamente impossível, o frio, a intensidade da chuva, o vento ciclónico impede qualquer tentativa para nos aproximarmos dos atletas, ainda assim conseguimos chegar a todos os
abastecimentos, menos o 1º, e dar o apoio possível com a nossa presença! Felizmente tudo correu bem, para o Vitor e para nós que conseguimos chegar a Dem, onde estava instalada a meta ao fim de pouco mais de 6,30h para o Vitor perfazer aqueles duríssimos 55 kms numa média excelente de quase 9 kms por cada hora percorrida, sem problemas de qualquer espécie!

No final do Dia regressámos a Caminha para passar a 2ª noite na convicção que o dia seguinte iria estar tão mau para a corrida de 27 kms que eu e a Susana iríamos participar, como esteve neste dia, puro engano, de manhã ainda em Caminha o céu estava quase limpo mas ao longe as
núvens negras ameaçavam. Partimos para S. Lourenço da Montaria que distava quase 20 kms, local que ficava na base da Serra D´arga, Concelho de Viana do Castelo. Também ali o tempo estava bom e não ameaçava chover, a incógnita de todos era como estaria o percurso deixado pelos
atletas no dia anterior depois do temporal que tiveram que enfrentar. A organização atenta também nos tranquilizou acerca de certas partes do percurso, nomeadamente o Rio, que estava em perfeitas condições de segurança para a nossa passagem!

Neste 2º dia de provas esta em disputa duas provas, a de 27 kms onde eu iria participar com a Susana e a de 17 kms com partida em simultâneo pelas 9h da manhã, o percurso tinha nos 6 kms iniciais uma fase de descida que nos levaria ao início do Rio Coura, creio que é assim que se
chama, depois chegaria a Serra onde iríamos andar até terminar a prova. O rio foi sem dúvida a parte mais espectacular da prova, as chuvas caídas no dia anterior veio dar uma panorâmica fora de comum ao leito do Rio e ás cascatas ali existentes tornando o local espectacular!
Foi com esta convicção de confiança que partimos para a prova com a noção de que o nosso desempenho não seria nunca aquele que desejaríamos, a nossa pouca preparação e a dificuldade do percurso iria condicionar a nossa prova, e não foi preciso muito tempo para termos o atleta
vassoura colado a nós, é certo que ainda vinham alguns atletas trás mas pertenciam à prova dos 17 kms. Não nos deixámos abater, o nosso lema era: quem faz os 65 kms da Freita em 6/2019 também conseguirá fazer esta apesar da preparação da Susana ter sido quase nula, o Regulamento da
prova não impunha tempo limite e por isso estávamos mais à vontade, também não queríamos andar ali até chegar a noite, fomos aproveitando partes do percurso onde era possível correr um pouco e assim tentar melhorar o tempo final! Por volta dos 12 kms dá-se a separação das provas,
17 kms para a direita e 27 kms para a esquerda, logo ali tivemos uma observação, tipo convite, para virarmos também para a direita, recusámos de imediato e simpaticamente fomos apoiados pelos rapazes que estavam ali a controlar a prova, teríamos de fazer por ali mais 10 kms totalmente
na Serra num sobe e desce espectacular numa Serra que eu muito bem conheço, a partir dali não tínhamos mais ninguém atrás de nós, à frente de nós seguiam 2 atletas com uma diferença de 20 minutos que provavelmente se iria ampliar até ao final da prova, mas isso para nós pouco
importava pois sabia que pelos menos mais de 6h de prova estavam garantidos. Junta-se ali a nós um novo vassoura, o velho guerreiro do Tour de Geans, Joaquim Sampaio, que alegria que eu tive em vê-lo ali, um abraço selou logo a saudade e a amizade, seguiu connosco até final da prova, as
suas histórias acompanharam-nos e foi um forte aliado para que a prova não se tornasse, apesar das dificuldades, tão monótona! As fitas eram imediatamente apanhadas à nossa passagem, também estes 2 amigos que faziam essa tarefa nos ajudaram com o seu velho saber e experiência para que o nosso esforço minorando com alguma distracção.

O Vitor Pinto e o meu neto faziam hoje aquilo que nós fizéramos ontem, em todos os locais onde pudessem ir de carro lá estavam eles, o dia solarengo e fresco permitia desta vez andar na rua e chegar perto dos atletas, chuva nem vê-la, ainda assim num dos pontos mais altos da serra as nuvens desceram ao pico largando não só o frio mas também alguma chuva que rapidamente se dissipou!
Finalmente começámos a ouvir o Spiker da prova, ainda vínhamos a descer a Serra mas ainda a alguns kms, com calma e sem grandes pressas mas já com as dores musculares habituais nestas circunstâncias a apoquentar-nos chegámos à meta com todo o cenário ainda montado! Fiquei feliz
por assim ter acontecido, provavelmente tiveram mais de uma hora à nossa espera mas não se importaram, para mim e para a Susana sentimos-nos honrados porque nos respeitaram até à nossa chegada. Mais feliz fiquei quando de imediato nos conduziram para o palco onde se procedia à
distribuição dos prémios aos atletas vencedores, fotos e aplauso foram-nos concedidos como se fossemos os vencedores de qualquer coisa! Obrigado ao Carlos Sà e toda a sua equipa por aqueles momentos inesquecíveis! Queremos todos voltar!

6,35h foi o tempo que demorámos a fazer os 26,660 kms que a prova teve a um ritmo de 12,48 minutos por km em deslocação, ou 15,27 minutos por km com paragens para pausas!


terça-feira, 10 de setembro de 2019

Mini Rampa S. João das Lampas 7/9/2019


A Mini Meia Maratona de S. João das Lampas disputada na distância de 13 kms no passado dia de Setembro trouxe-me de regresso ás provas de estrada pela 1ª vez este ano. Foi a 2ª edição desta prova inserida na tradicional Meia Maratona de S.João das Lampas a que foi dado o nome de Mini Rampa dado o elevado desnível que o traçado da prova apresenta. Para as minhas aspirações pessoais foi bom o aparecimento desta vertente da prova, nas duas últimas edições, em 2016 e 2017 desistira sempre quando passava pela 1ª vez no local de partida, a Organização atenta aos que têm mais dificuldades em desfazer aquele difícil oito entendeu, e bem, facilitar-nos a vida criando esta distância mais acessível e assim permitir a todos os que gostam desta prova e das gentes que a organizam continuar a participar, mantendo desta forma a ligação aos que como eu já caminham mais no sentido da sua manutenção física saudável e assim permitir o contacto e o convívio com os amigos e todos os atletas de forma geral! Enquanto assim for lá estarei sempre, pois S. João das Lampas é um local muito especial, pelos amigos de uma vida e pela forma como somos sempre bem recebidos, bem como a simplicidade no trato e na forma como se resolve sempre bem pequenos problemas que surgem próprios da modalidade!
Parti na cauda do pelotão e assim cheguei à meta, consegui chegar (nos meus bem medidos 13 kms) com aqueles que fizeram 1, 47h à meia maratona, recordo-me ainda de na 1ª Edição da desta meia maratona (as 7 anteriores tinham 20 kms) demorei a fazê-la em 1,22h, o que para a época já era muito bom! É óbvio que tive um contra tempo ao km 11,5km, encontrei um tanque cheio de água de nascente bem limpa que me atraiu e por lá fiquei cerca de 6 minutos a desfrutar desta oferta concedida pela organização, é certo que aquilo é uma prova de corrida e não de natação, mas se juntarmos à corrida a diversão, seja ela qual for certamente aquela não sairá desvirtuada, fiquem pois descansados os puristas da corrida que se dermos um pouco de divertimento na corrida até nem fica mal, até porque a corrida também é divertimento!
Pára

Adorei e recomendo, a minha corrida era intervalada com caminhada, +- na mesma proporção, como era dos últimos sentia-me também oprimido e impotente por ver em todos os cruzamentos filas enormes de viaturas à espera da nossa passagem para as pessoas puderem seguir e fazer as suas vidas, fica-me a consolação de na maioria dos casos aquelas pessoas apesar do transtorno ainda tinham alguma vontade de nos incentivar e aplaudir!

Aplaudo também a disponibilidade de quem teve a amabilidade de ao longo do percurso nos permitir refrescar com água através de mangueiras e espalhadores, o calor era muito e assim foi mais fácil enfrentar aquilo, sendo uma tradição é de louvar que ao longo de tantos anos se mantenha essa interligação entre essas pessoas de bom coração e os atletas que anualmente ali se deslocam!
Para o ano lá estarei novamente, para repetir tudo de novo, como o faço já a algumas dezenas de anos!

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Ultra Trail Serra da Freita, 29 de Junho de 2019

Como começar uma linda odisseia que começou no Verão de 2018 num almoço de fraternidade envolvendo quase toda a família dos Amigos do vale do Silêncio?
Bastou "alguém" alvitrar, vamos à Freita o ano que vem? Custou-me a acreditar no momento que todos os que ali estavam tivessem dito que sim, mais pasmado fiquei porque ainda nem sequer tínhamos entrado para dentro do Restaurante e toda a gente estava entusiasmada com a ideia, confesso que não acreditei em nada daquilo, o certo é que após o almoço o compromisso foi selado num Papiro a que poucos se iram negar! 
Foi aqui que comecei a conhecer melhor todas as personagens desta Odisseia na Serra da Freita que a partir do dia 1 de Janeiro de 2019 iriam iniciar um longo processo de preparação física e psicológica para enfrentar então o Ultra Trail Serra da Freita a 29 e 30 de Junho de 2018 na distância de 65 kms, com Altimetria + de 3.500 metros!
Foi longo todo este processo, treinos prolongados todos os fins de semana que iam dos 20 aos 40 kms, sempre em caminhada e raramente a correr, os tempos variavam entre entre as 5 e as 9h em cada sessão, 24 treinos = 600kms = 150h, dando uma média de 15m por cada km. Esta foi uma disciplina imposta para quem se disponibilizou para fazer a Ultra da Freita, ao mesmo tempo o factor psicológico também caminhou ao lado de cada um em cada momento que se ia lembrando as belezas e as amarguras que
se iriam viver quando tivessem de enfrentar a Serra da Freita, todo o trabalho psicológico funcionou bem, até porque alguns dos membros que iniciaram esta longa caminhada acabaram por aderir em definitivo sem complexos a este desafio das suas vidas até então.
Recordo a 1ª vez que fui à Freita em 2010 quando ouvi da boca do José Moutinho no breifing que faz todos os anos na véspera da prova a explicar que para fazer a Freita todos os atletas têm de praticar por vários kms a prática da caminhada porque a Serra não permite a corrida durante muito tempo, eu e muitos ficámos arrepiados pois treinara muitos kms e não dera sequer um passo em caminhada! 
As características do Regulamento da prova permitia que fizéssemos a gestão da nossa preparação sem causar depois na prática distúrbios à Organização, as 28h concedidas eram mais do que suficientes para todos sairmos de lá vitoriosos, mas vamos por fases...
Partimos ás 06h em conjunto com os atletas da prova de 100 kms, o grupo dos Amigos do Vale do Silêncio era composto por 12 atletas participando no Ultra trail de 65 kms, nesta prova participava também o nosso amigo Vitor Pinto representando o seu Clube Arrábida Trail, mais tarde mais duas representantes do nosso Grupo iriam participar na Caminhada que dada a partir do Merujal a cerca de 12 kms de distância.
De forma natural os AVS organizaram em 2 grupos, 1 grupo com 4 atletas para fazer a prova mais
rápida, correr e andar e o outro com 8 atletas apenas iriam caminhar, excepto 1º km que seria, e foi a correr, foi isto que planeámos foi isto que aconteceu.
Pessoalmente estava receoso, não pelo percurso nem pelas dificuldades que iríamos ter pela frente (aqui ainda não conhecia as alterações que foram feitas há 2 anos a partir da "Besta", mas sim pelos eternos problemas com a ingestão de alimentos durante a prova, para combater isso levei desta vez uns biscoitos para ir comendo com alguma regularidade e não deixar que o estômago ficasse vazio como de costume, aliás grande parte das minhas desistências na Freita (5) devem-se ao estado de fraqueza e à exaustão por falta de alimentação, é um problema que não consigo combater. Consegui levar o saco com os biscoitos até ao Tibelhão, pedi no abastecimento para ficarem com ele e o levarem até à meta, ainda não tinha comido nada e só estava a fazer peso e incomodava.


A chegada a Tibelhão foi espectacular, a levada ia com um bom caudal tornando o ambiente bem alegre em todo o grupo, há muito que já não víamos atletas à nossa frente, de vez em quando alguns cantarolavam umas músicas, de entre elas estava a nossa balada feita especificamente para esta prova, não houvera muito tempo para a ensaiar, mesmo assim aqui e ali sempre saíam umas notas para animar, no final da levada uma mini cascata aguardavam por nós, o tempo já estava quente e o dia prometia na criação de mais dificuldades para todos nós, refrescámos e seguimos até um pouco mais à frente onde estava o abastecimento onde eu deixaria o saco dos
biscoitos e tentava comer qualquer coisa, melancia e batata frita, foi o que consegui comer mas em pequena quantidade, o estômago já estava com ânsias e a barriga a desestabilizar, começava aqui o martírio que se iria prolongar até chegar a Arouca. Do Tibelhão até Bondança 3º abastecimento
tivemos connosco um novo "vassoura" que ao chegar ao sopé da "Sra. Besta" se  voluntariou para ir para a frente do grupo ajudar a subir aquele difícil obstáculo, era ali que estava o nosso foco principal, tinham decorridos 25 kms e todo o grupo estava bem, nada a destacar, mas a minha surpresa maior estava ali a começar, aquilo que eu mais receava neste grupo inexperiente era a ascensão daquela "Besta", pareciam um grupo de meninos a brincar a sério, paulatinamente  iam por ali acima entre ajudando-se como se já tivessem a lição bem estudada, creio que para isto muito contribuiu o Paulo Nunes, o "Vassoura" que se tornava a partir daqui o guia e Sr. da "Besta", dando instruções, não só na ascensão inicial mas também na parte mais perigosa a partir do meio onde a água escorre em sentido contrário. Sabedor da minha queda e desistência ali naquele local o ano passado que me levaria ao internamento no Hospital da Feira, o Paulo não me largou mais,
indicava-me todos os sítios onde me devia agarrar, quer as mãos quer os pés, puxava-me sempre que eu precisava de auxílio, era a minha 6ª vez que subia isto, para trás ficavam as experiências que ali vivi sozinho sem ajudas, agora tinha ali os amigos e este Sr. com H grande que quase me levou ao colo, fica aqui o nosso obrigado! Um a um todos os nossos amigos do grupo iam saindo do "buraco", reagrupámos no alto e seguimos rapidamente rumo a Bondança, próximo abastecimento, aqui dá-se a primeira surpresa para mim no percurso, em 2018 desistira na "Besta" e por isso não fiquei a saber o percurso que seria o mesmo este ano, em 2017 tinha seguido por Manhouce agora era por Bondança, uma povoação ligeiramente à direita, que passou a ser a base de apoio da prova naquela zona, como era esperado a mudança não foi para melhorar o percurso da prova (antes pelo contrário) muito perigoso e difícil mas sim torná-lo mais prático face ao prosseguimento da prova. Foi penoso para todos chegar a Bondança, os efeitos nefastos da prova realizada até ali
começavam a surgir, cansaço e dores nas articulações começaram a surgir, nesta etapa a partir do planalto da "Besta" a água escasseia, não existem pontos de água e Bondança custa a aparecer face ao arredondamento da Serra que não a deixa ver, de repente quase do nada Bondança aparece, amigos a saudar a nossa chegada recordando anos anteriores que vão até 2010. O pessoal do nosso grupo aproveita o abastecimento para se alimentar bem, eu aproveito para dar uma volta pelo exterior da casa, casas de banho ali não há, um problema que tem de ser resolvido, mulheres e homens quando ali chegam as necessidades são muitas e a solução não pode ser atrás da oliveira ou de um eucalipto qualquer. Para mim foi mais uma passagem em branco pela banca da comida, safei-me apenas com alguns pedaços de tomate, era a única coisa que o estômago consentia, pelo menos tinha a esperança de assim conseguir chegar à Lomba, a etapa seguinte. Partimos de Bondança novamente com uma subida, não muito alta mas muito inclinada, o Paulo Nunes continuava
connosco a ajudar-nos, também ele já nutria grande simpatia pelo nosso grupo e fazia tudo para nos ajudar, depois de muito andarmos chegámos de novo ao planalto fazendo uma nova paragem para descansar um pouco, um tanque enorme cheio de água corrente e bem fresca serviu para eu arrefecer um pouco as pernas até à altura do joelho, do grupo era já visível o cansaço mas a disposição era ainda excelente. Eu sabia que a partir dali agora ia ser a doer, não sabia é que era tanto, a descida para as porqueiras destruiu quase por completo o ânimo que todos trazíamos até ali, para além de perigoso a inclinação era dramaticamente inclinada, a descida fez muita mossa, bolhas, unhas, articulações e muita luta para manter o equilíbrio sem cair. Era já quase noite quando chegámos ao Rio Teixeira e de imediato entrámos a subir nas escadas do martírio, apesar da inclinação acentuada e da infindável quantidade de degraus o sofrimento foi menor do que a descida que acabáramos de fazer, lentamente fomos subindo até que a Aldeia da Lomba nos aparece quase como uma imagem salvadora de uma equipa quase a morrer afogada. Era aqui que eu mais queria chegar, era a abençoada sopa que eu acreditava que me ia salvar e permitir a recuperação de algumas forças suficientes para conseguir chegar a Arouca, do nosso grupo fui dos últimos a chegar ali, deitei-me um bocado para recuperar as forças e só depois é que a Susana (a minha filha) me veio trazer uma sopa que encaixou muito
bem no estômago acalmando um pouco o vazio que por ali andava. (A minha filha tinha-me feito a grata surpresa de me informar em Junho que vinha fazer a prova para estar perto de mim e ela própria viver também o que é de facto a Freita, eu já cá tinha vindo 7 vezes e em cada uma delas levei sempre uma história diferente, um joelho arrasado, 10 quedas no Rio Paivô, um braço com um corte muito feio que me levou ao hospital, um osso da cabeça partido com afundamento na "besta" etc, e por tanta curiosidade decidiu inscrever-se e acompanhar-me, claro que admirei a sua coragem e estava a gostar imenso de ali a ter comigo acompanhando-me até chegar à meta) Na Lomba a paragem foi longa, o pessoal do grupo estava de rastos, cada um procurava recuperar conforme podia, eu pelos problemas que tinha pouca atenção dava à rapaziada, valeu aqui alguns elementos do grupo ainda com maior discernimento iam ajudando os mais cambaleantes, algum tempo depois as coisas voltaram a recompor-se, entretanto chega o Vitor Pinto que após terminar a sua prova em Arouca partiu e ainda veio apanhar-nos aqui na Lomba, a sua intenção era apoiar-nos ali e depois partir para Albergaria da Serra (último abastecimento) e a partir daí ir connosco até Arouca, mas não foi isso que aconteceu, chegou ali à Lomba viu o estado em que alguns elemento estavam e decidiu acompanhar-nos a partir dali, o objectivo era todos chegarem, ele apesar de representar outra
equipa fazia também parte deste grupo desde a 1ª hora sentindo-se na obrigação de ajudar nesta fase tão difícil da prova. Nenhum de nós sabia o que nos esperava, aquela subida que se seguia era brutal, o Vitor já a tinha feito horas antes e confidenciara comigo a sua dificuldade, partimos com determinação e só a força de vontade e a força anímica permitiram que lá chegássemos acima, de rastos, todos, mas chegámos, as queixas eram muitas cada qual tinha as suas e tinham de conviver com elas, à nossa frente havia apenas mais um abastecimento e logo de seguida era a meta no fundo da Serra em Arouca. A noite estava escura, a lua tinha para aí 1 centímetro de largura, sem vento mas alguma fresquidão, os frontais estavam a aguentar-se, as pernas de cada um de nós iam aguentado com algum esforço, os organismos de cada um iam nos pregando partidas que nos obrigava a alguma contenção provocando naturais mal estar, o PR7 foi ultrapassado com cuidados extremos face à fragilidade em que todos vínhamos, todos passámos sem qualquer
problema, a descida final foi caótica para todos, a chegada final foi apoteótica, a emoção abraçou-nos e ali as lágrimas escorreram pela nossa cara, não só pelo sofrimento da dor sentida, não só pela alegria de chegar, não só pelo objectivo conquistado mas também pelo carinho e aplauso dispensado pelos presentes à nossa chegada. Foi mais uma página que se virou, a Serra da Freita pela sua magia jamais sairá de mim, até breve e um obrigado do tamanho do Mundo a esta equipa dos AVS que me acompanhou e selou com sangue e sofrimento um feito que jamais esquecerão. 

À organização na pessoa do José Moutinho e Flor Madureira o meu muito obrigado pela atenção e simpatia para connosco!