segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Que destino final para EN115-5 abandonada em Santa Iria Azóia?

 


Parte da Estrada Nacional 115-5 entre a Granja e Santa Iria da Azoia junto ao Parque Urbano foi desactivada e interdita ao trânsito desde 2005, altura em que abriram outro troço da estrada um pouco mais acima  para dar uma resposta mais capaz com a abertura do mercado Abastecedor de Lisboa situado  perto da Granja, Vialonga, melhor acesso à A1 e ao IC2, contudo este troço encerrado ao transito com bloqueio em ambos os topos nunca mais teve qualquer intervenção do Instituo das Estradas de Portugal no sentido de lhe dar alguma vida e não apenas o abandono a que está condenada à quase 20 anos! A erosão motivada pelo mau tempo, principalmente a chuva, pelo matagal que invade já quase

na totalidade onde antes existia a faixa de rodagem, o alcatrão com profundas brechas tornando o sob solo extremamente perigoso para quem ali passa!

Está pendente de melhor oportunidade a discussão sobre o destino final daquele espaço que foi ocupado durante muitas décadas por uma estrada crucial que ligava todas as povoações desde Loures a Vialonga a Santa Iria e toda a zona Oriental do Concelho de Loures e franjas de Vila Franca de Xira! O novo troço da EN 115-5 criado na distância de 1,700 metros não permite a passagem a peões pelas suas bermas e o trânsito velocipédico é muito perigos face ao


espaço disponível, principalmente a descer porque só tem uma faixa de rodagem! A nossa proposta visa transformar esta antiga estrada, abandonada à 20 anos com a extensão de 2.700 metros numa espécie de passadiço ou pista para peões e ciclo via voltando a dar vida àquele espaço tornando-o aprazível a quem por ali queira passear em família apreciando as belas paisagens que toda a Lezíris de Loures e margens do Rio Trancão sempre nos oferecem, correr ou simplesmente caminhar! Por agora bastava-nos que as autarquias nos limpassem a parte central desta antiga estrada do matagal que em alguns locais já se tocam de um lado ao outro da velha estrada até que alguém se

interesse e nos devolva aquele espaço em segurança e que tanta falta nos faz!

sábado, 31 de agosto de 2024

Tróia, um dia gostava de voltar!

 


Em 2009 era assim que relatava as primeiras palavras após concluir a minha 1ª participação na Ultra Maratona da Areia Melides-Tróia na distância de 43kms: 

"Depois da última curva na areal redondo observo a 1 km a baliza da chegada, tinha deixado para trás 42 kms de onde tinha partido 5,04h antes, aquele último km foi muito penoso e difícil, areia muito solta num plano muito inclinado e ainda por cima com as forças completamente esgotadas. Valeu-me ali a companhia do Daniel, que mesmo sem treinos pa4ra o efeito me foi esperar perto dos 37 kms! 

Foi a 1ª de 4 que consegui fazer, todas foram concluídas dentro do tempo determinado, a melhor delas com o tempo de 5,04h., a última já quase atingiu as 7h. Esta prova representava para mim logo na 1ª Edição como teste para o início das provas de trail e maratonas que iria ainda fazer neste ano com o intuito de no ano seguinte me aventurar em provas de maior dificuldade, quer física quer em distância, foi assim que surgiu a Serra da Freita, 70kms em 2010 e a Ultra de S. Mamede de 100kms e os anos que se seguiriam até 2015! Ainda hoje não desisti de lá voltar novamente, hoje o regulamento já permite outro tipo de apoios e que facilita a vida de quem tem menos aptidões para este tipo de prova! 

https://joaquimadelino.blogspot.com/2009/07/ultra-maratona-melidestroia.html

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A 1ª experiência de Trail no Gerês não correu bem!

 


No longínquo ano de 2010 realizava-se uma das mais bonitas provas do nosso calendário de provas de trail, desta vez no Gerês, a Geira Romana na distância de 52 kms, que neste ano faria a travessia da fronteira com Espanha desde Lóbios e Caldelas em Amares! Particularmente foi uma prova que me correu muito mal desde casa e até regressar 3 dias depois, diria antes de mais que percorri à volta de 900 kms para apenas correr 100 metros e logo de seguida desistir da prova e voltar ao local de onde partira no mesmo autocarro que me tinha levado, tudo porque aos 100 metros me rebentou um vaso sanguíneo no nariz cujo sangue escorria em bica não me deixando outra solução do que ficar ali e

voltar atrás por onde viera! Antes daquele momento já o nariz dera sinais idênticos no dia anterior, mas tinha a esperança que podia aguentar desde a partida até à chegada, estava enganado, parti no fim do pelotão em Lóbios, Espanha, a escassos 7 kms da Fronteira com Portugal em Portela do Homem, o Mário lima tinha ficado comigo e crei que teria a ideia de fazer a prova a meu lado, o Vitor Pinto também lá estava e partira na frente e já lá ia encosta acima sem se aperceber o que estava a passar. Após o rompimento do vaso parei porque o fluxo de sangue era muito, o Mário ficou logo ali e leva.me para trás aós concluir que naquele estado eu não conseguiria fazer a prova, logo

encontrámos o socorrista que vinha um pouco mais atrás e verifica também que eu não posso seguir, o Mário Lima segue em prova e eu fico, de imediato bloqueiam com um tampão o nariz e conseguem estancar o sangue, de imediato regresso de autocarro a Caldelas ainda a tempo de assistir à chegada da minha filha Suasan que estava a participar na prova dos 18 kms onde seria a 2ª classificada e só não foi a 1ª porque teve um mau momento em certa altura, mais tarde veio a saber que estava grávida de 3 semanas e isso manifestou-se nesta altura! O Mário Lima também teve o seu revés, caíra e saiu do trilho, mais tarde retorna ao trilho mas teve um mau momento com o socorro que tudo fez

para o tirar da prova, coisa que galhardamente o Mário recusaria chegando a Caldelas numa situação muito debilitada recebendo o nosso amparo e ajuda naquele muito difícil final! O Vitor Pinto faria a sua estreia em Ultras tendo chegado bem mas muito cansado tendo concluído a prova com sucesso!


terça-feira, 27 de agosto de 2024

Parque Urbano de Santa Iria da Azóia com vida

 


Pelas 09h mais minutos menos minutos o Parque Urbano encontra-se em plena actividade, serviços administrativos ali instalados ligados às áreas de construção clandestina, ambiental, serviços veterinários e actividades de lazer que passam por uma simples caminhada ou uma corrida cujos fiéis protagonistas diariamente ali se deslocam, sem esquecer porém dos voluntários que com alguma frequência ali se deslocam em regime de voluntariado para passear e conviver com os cães no interior do Parque em espaço próprio para o efeito que ali estão à guarda do Município e à responsabilidade do Veterinário que ali vivem no canil municipal! Nota-se também aqui e ali sinais objectivos que existem mais pessoas que à margem dos serviços oficiais também há pessoas que tratam

e acompanham outros animais que por ali andam deambulando e precisam de apoio e ajuda, quer com comida, quer com água cuja localização está um pouco dispersa mas que para os animais e aves estão bem identificados! E o movimento e o formigar poderia ser muito melhor e infindável, pinheiros plantados à cerca de 2 anos a secar, bastava ocupar gente que ali está apenas em cumprimento de horários laborais com uma mangueira ou alguns baldes água e seria o suficiente para os salvar, falta alguém que mantivesse alguma ordem e segurança a todo aquele espaço, todos os que para ali levam os seus animais deviam estar confinados ao espaço que lhes está reservado e não andarem por ali soltos a incomodar quem por ali quer andar descansado e que por norma

tem certa fobia aos cães, sejam eles pequenos ou grandes, de estimação ou abandonados! Um parque que tem uma escola infantil de trânsito mas que não funciona como tal, é um local de diversão infantil e que funciona com alguma intensidade ao fim de semana, estando os restantes dias quase ao abandono! Um Parque que apesar de tudo tem vida, muita vida mas que se houver vontade pode continuar a ser um local de eleição para todos os que procuram este Parque para desfrutar dos seus momentos livres de lazer, praticar desporto, desfrutar da Natureza e de momentos de convívio familiar e de amizade! É de tudo sto que esperamos!

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Um Blogue para historiar!

 

Em 2008 foi criado este Blogue exactamente para historiar a minha actividade enquanto atleta, tinha também a intenção inicial de escrever outras coisas, tal como a política, mas depressa desisti desta tarefa por falta de tempo para corresponder com regularidade que o tema obrigaria, assim passou a ser unicamente um meio para escrever sobre as minhas façanhas na corrida, quer na estrada quer nas montanhas! Aproveitando o facto de me ter aposentado em 2009 r passar a ter mais tempo disponível comecei a dedicar-me com mais profundidade ás provas de fundo, isto é, acima da quilometragem da maratona, os 42 kms, mas em provas de trail que na altura iam até aos 100 kms! Foi em finais de Julho de 2009 que a saga começou. A Ultra da

Areia entre Melides-Tróia na distância de 43 kms dá início a um calendário diabólico de provas Ultra que só terminaria em intensidade em 2015 fruto de uma lesão miniscal que me impediria de continuar nos moldes que gostava! Depois de Melides-Tróia, viria dias depois a Noturna de óbidos, Serra D´arga, maratonas de Porto e Lisboa e muitas outras que ainda nesse ano chegaria a fazer!
Para chegar ás grandes provas dos 100 kms foi muito importante começar pelas provas de menor quilometragem, Melides-Tróia de 43 kms era excelente para isso mas também muito exigente, em 2009 as regras regulamentares eram muito exigentes, 5 controlos durante a prova, havia um único abastecimento apenas de líquidos (0,5l) de água aos 28 kms, até lá

era expressamente proibido qualquer abastecimento, mesmo que fosse de um colega de corrida, a corrida era sempre em areia na praia e tinha a duração de 8 h. no máximo para a fazer, recordo-me ainda que quando cheguei aos 28 kms recebi o 0,5l de água correspondente ao que estava no regulamente e pedi outra que a sede já era muita mas foi recusada, a minha sorte é que ainda tinha uma pequena reserva nos 4 pequenos bidons que trazia à cintura que bebi ali e atestei-os com a água que me deram, o último já ia meio cheio e ainda faltavam 15 kms para chegar debaixo de calor tórrido que se fazia sentir! Claro que cheguei de rastos, vira muitos amigos a ficarem para trás devido ás condições climatéricas, falta de água, exaustão, e por isso a caminhar até

chegar ao destino, eu chegaria torto e curvado sem me dar conta, com o tempo de 5,04h. o melhor das 4 provas que ali conseguira fazer, a última das quais já a roçar as 7,00h, passados 20 minutos da minha chegada ainda os socorristas estavam de volta das minhas pernas tantas eram as dores pelas caímbras que me estavam a acontecer constantemente nos gémeos! Hoje nesta prova já tudo se alterou, já podem, por opção, partir dos últimos15 kms, pode-se receber abastecimentos de terceiros em qualquer altura da prova mantendo contudo o limite de tempo, as 8,00h para finalizar a prova, outros tempos, talvez volte um dia, com pequenas corridas e andando o resto da prova, para isso tenho de fazer médias entre os 5 e os6 kms por h. o que não será nada fácil!

Mas que era uma prova fantástica lá isso era! 

sábado, 24 de agosto de 2024

A última saga dos 70 kms da Serra da Freita em 2014!

 


No ano de 2014 terminava o ciclo ultra trail dos 70 kms da Serra da Freita, desde 2010 que esta prova com esta dimensão se tinha iniciado e terminava agora em 2014 para no ano seguinte se iniciar um novo esquema mais duro e de maior distância, 100 kms e 65 kms com inicio e fim na Vila de Arouca!

Até ao momento, 2014 a prova sempre teve o início e fim no Parque de Campismo da Mizarela em todas as distâncias que compunham a prova, no caso 70kms e uma caminhada de 17kms, partimos pelas 06h. do dia 28 de Junho de uma altitude de mais de 900 metros, acompanharam-me nesta prova o Vitor Pinto e o Pacheco, era a sua estreia na prova dos 70kms, o Pacheco tinha determinado que iria fazer a prova comigo e o Vitor Pinto faria a sua prova! Dada a partida e 500 metros depois o meu Garmin dá-me sinal de


memória cheia e o GPS deixa de funcionar, parei e o Pacheco fica ali a ver se conseguia limpar a memória para aquilo conseguir voltar a funcionar, eu segui e o Pacheco ficou, como não conseguiu resolver aquilo partiu pouco depois mas já não conseguia ver o último corredor, decidiu seguir as fitas, na aldeia da Mizarela a prova virou à esquerda e de imediato os vassouras retiravam as fitas para não confundir os atletas à chegada já que aquele percurso iria ser feito pelos atletas quando ali chegassem até ao Parque do Campismo, quando o Pacheco lá chega para nos seguir as fitas já lá não estavam tendo seguido as fitas em sentido contrário da corrida e nunca mais nos viu, a volta tinha 70 kms quando ali chegássemos, pediu depois autorização à organização para ir em sentido contrário até me encontrar e seguiu! Logo a seguir à Lomba, uma povoação onde

está instalada a base de vida aos 60kms, o Pacheco encontra o Vitor Pinto que vinha bem à minha frente e decide ficar com ele e volta para trás com ele, telefona-me e pergunta-me se eu precisava dele, descansei-o que ia bem e já estava nos 52 kms de prova e não faltava muito para chegar também à Lomba! Consegui chegar à Lomba mas para desistir, após o telefonema não pensava ir encontrar tantas dificuldades, descidas enormes segurado a cordas, chovera e a lama que envolvia as cordas não me deixava seguro, optei as largar, para chegar ao Rio Teixeira foi uma tortura, lá chegado ainda nos fizeram subir a uma rochas que estavam no meio do Rio, subir até à LOmba subindo socalcos mais altos do que nós e com alguns kms pela frente foi o suficiente para perder muito tempo e desistir ali, o tempo que me restava para chegar ao próximo controlo em

Castanheira já não dava para chegar dentro do controlo! Estava esperançado de conseguir concluir a prova e finalmente subir o PR7 até chegar ao Miradouro e 1.500 metros depois cortar a meta! Apesar de ser finicher da prova nunca lá cheguei, já ia na 4ª tentativa! E acabava-se aqui este ciclo da Freita, a partir de 2015 Arouca passava a ser o centro organizativo da prova!

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

A memória a falar

 


Por ter sido a prova rainha do Trail em que participei, a Serra da Freita deixa-me diversos episódios ocorridos e recordações que perduram mas que nesta altura merecem ser recordados, em 2010 eu e o Fernando Andrade metemos pés a caminho e fomos experimentar o que era o verdadeiro trail e conhecer o seu timoneiro José Moutinho, ambos desistimos aos 42 kms num lugar chamado Póvoa das Leiras por excedermos o limite de tempo permitido, 8,30h, até a Drave as coisas até saíram bem mas depois apanhámos com a Garra e foi o cabo dos trabalhos, ainda assim ainda tínhamos uma hora para chegar desde as Eólicas (neste ano o trilho dos 3 pinheiros era feito a descer desde as Eólicas) mas o  trilho que descemos até chegar ao trilho dos Íncas estava cheio de mato e não nos permitiu correr levando-nos a perder muito tempo contabilizado em 9,20h, era o fim da aventura, embora a ideia da desistência já estivesse na nossa mente a partir do momento em que chegámos ás Eólicas e o traçado do trilho nos mandava de novo cá para baixo, combinámos em parar naquilo a que chamamos hoje, base de vida, Póvoa das Leiras!


Regressei 2 anos depois, 2012 mas sozinho sem a companhia dos amigos mais chegados, a não ser aqueles, e são muitos, que tenho no mundo do trail, eram os mesmos 70 kms e o mesmo percurso a partida foi ás 06h da Mizarela tendo tudo corrido normalmente até à saída do Rio Paivô aos 19 kms altura em que caí e feri o braço esquerdo com um golpe profundo levando.me a perder muito sangue apesar de ter sido ajudado por um atletas que levava umas ligaduras e me cedeu uma para estancar o sangue Reguengo do Paivô! Segui e chego à Póvoa das Leiras dentro do limite de tempo 9,15h (já tinha passado para as 10,30h como limite), ali também não consegui ajuda para o ferimento no braço, as ambulâncias continuavam a faltar, depois do controlo efectuado segui rumo à Serra onde hoje está instalada a "Besta", naquele ano ainda não se passava por ali, era um caminho com escadaria de utilização dos proprietários das hortas que tinham aquele trilho como serventia para chegar àquilo que era seu! No final da subida, sem a Besta, passámos por Manhouce e chagámos à Lomba sem irmos ás

porqueiras onde a sopa mais uma vez fez milagres, até ali eu ia bem mas as reservas já eram escassas para poder continuar, antes de chegar à Castanheira andei perdido no planalto, era de noite e havia nevoeiro cerrado, chovia e a luz do frontal não conseguia filtrar o nevoeiro para ver as fitas, a custo e aos poucos ia descobrindo o caminho até chegar a Castanheira, estava agora a escassos 5 kms da meta e dentro do limite imposto, 17,30h! É ali que sou barrado pelo José Moutinho organizador da prova e mais uns quantos que vinham atrás, o nevoeiro e a chuva não permitia que descêssemos o PR7 e o subíssemos pelo outro lado e chegássemos à meta! Logo ali me foi atribuída a medalha de finalista e transportado para a meta e de seguida para o hospital para ser cosido no corte profundo que tinha feito numa pedra cerca de 12h. antes no Rio Paivô!

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

No infortúnio em frente será sempre o caminho

 Em 2015 fraturei os meniscos do joelho esquerdo, o interno e o externo, a última prova que fiz completa antes do incidente foi a Serra da Freita, na extensão de 65 kms, no ano em que se deu início à saga dos 100 kms daquela prova, desde 2010 que tentava concluir esta prova, falhara por ausência em 2011 e só em 2015 conseguiria concluí-la, foram 16,15h de persistência e sacrifício até chegar a Arouca, local onde pela primeira vez a prova seria concluída, nesta prova tive a sorte de encontrar já perto da "bola branca" no Planalto da Freita ali perto da Castanheira 2 amigos que me ajudariam a chegar à meta que ainda estava a cerca de 20 kms, por ter sido a 1ª vez que conseguira cortar a meta foi uma grande festa para mim, só à 5ª tentativa tinha conseguido, para isso contribuiu muito a vontade e o querer, o tempo que levei a fazer a prova também demonstra que naquele dia aquilo era mesmo para fazer! Claro que aquele esforço naquela Serra e outros mais recentes que tinha feito para ali chegar deixaram mazelas graves nas articulações que um pouco mais tarde se viriam a revelar fatais para minha actividade no trail já que era neste terreno que eu sempre gostei de correr!


No início de Agosto, 1 mês depois, participo no Trail Noturno de Óbidos na extensão dos 52 kms, já lá cheguei com uma dor no joelho esquerdo na zona do menisco que tinha contraído nos treinos pós Serra da Freita, contudo arrisquei na mesma pensando que como das outras vezes aquilo aquecia e conseguiria fazer a prova, nada mais errado, ao fim de 1,5kms uma dor intensa obriga-me a parar, não consigo dar mais um passo, desisto e volto para trás com muitas dores, consigo chegar ao local de partida e aguardo pelos amigos que partiram, as dores agora eram imensas e assim tive de regressar a casa na esperança que aquilo com algum tratamento ainda passasse! Solicitei à organização uma declaração do Seguro a ver se tinha alguma hipótese de fazerem alguma intervenção, fizeram-me algumas massagens, 11 no total e disseram que estava curado e mais nada podiam fazer! Claro que as dores continuaram, recorri ao hospital e os exames efectuados revelaram as fracturas nos meniscos interior e exterior! Só em Março de 2016 é que sou operado com a extração dos 2 meniscos,
os 3 meses seguintes foram para recuperação da mobilidade do joelho e mais 2 anos para conseguir andar normalmente! Nunca mais consegui correr normalmente, em 2017 ainda


tento fazer de novo os 65 kms da Freita, desisto na Lomba aos 43 kms por excesso de tempo, em 2018 tento novamente mas caio na Besta e sou levado para o Hospital da Feira, em 2019 um grupo de amigo encoraja-me a voltar porque teria a sua companhia e fui, todos conseguiram chegar ao fim de 26h de prova, uma prova que teve a particularidade de ser toda feita em caminhada, exactamente por causa das minhas limitações e conforme tinha sido planeado durante o período de treino que fizemos para o efeito! E assim continuamos nos dias de hoje, a corrida por princípio e por incapacidade foi esquecida e deu lugar ás caminhadas que se fazem quase com frequência diária mantendo a forma muito limitada até aos dias de hoje tentando uma ou outra vez fazer alguma prova dentro das nossas limitações apenas para matar o vício e ir encontrando os imensos amigos que fui criando ao longo de tantos anos!

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Parque Urbano e algumas valências

 No meu local de treino, Parque Urbano de Santa Iria da Azóia, que recordo nasceu sobre um colosso Aterro Sanitário de resíduos sólidos e urbanos, existe um farto espaço de flora e uma enorme actividade de fauna que assumimos e aceitamos como fazendo parte  de todo o espaço que ocupamos, visitantes, corredores, caminhantes, grupos de convívio, actividades diversas, visitas de estudo, escolas e actividades municipais, todos beneficiamos do meio ambiente existente criado exactamente para esse efeito! Claro que nem sempre isto foi assim, muito dependia das administrações que passavam pela gestão do Município, umas melhor que outras por opção de classe e de prioridades trabalhando para o bem estar do povo implicando criar-lhe as melhores condições de vida dentro das imensas limitações que todos conhecemos para aqueles que não nasceram afortunados como uma escassa minoria que tem todos os privilégios à custa das dificuldades da maioria!

A flora actual não passa por escassas zonas verdes suportada
s e mantidas por regas constantes mas em áreas bem reduzidas e num escasso conjunto de árvores que consegue manter por ali uma fauna bastante variada que nos leva a intervir no terreno, nomeadamente pela falta de bebedouros, nada existe que se preste a esse fim, por minha iniciativa desde há uns a esta parte criei 2 pontos de água para aves e para cães e gatos, serve também para dessedentar outros animais que por ali já foram observados, animais vertebrados, ouriços e outros! Nesta altura do ano é preciso ir vigiando e atestando os recipientes, os animais podem aqui e ali passarem fome mas passar sede é a coisa mais terrível que lhes pode acontecer, por isso a vigilância é diária, claro que esta acção não é bem compreendida por todos, a tendência é estragar ou destruir o que se faz sem perceberem o mal que causam a todo o universo da Natureza, pelo menos aquela que nos rodeia e pela qual temos a obrigação de preservar!

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Convite para uma paragem

 Quase diariamente desço a Serra de Santa Iria, a maioria das vezes em caminhadas que podem ir até 12/15 kms por dia, sem alternativas de companhia opto sempre por ir na mesma já fazer aquele número de kms dentro do Parque Urbano é tremendamente tortuoso não só pelas inúmeras repetições dos mesmos trilhos mas também pelo imenso braseiro em que se transforma o Parque sempre que faz mais um pouco de calor! É também uma oportunidade de passar a portaria do Parque para o lado de fora no acesso aos trilhos e à Serra Velha que ali existem mal colocamos um pé fora das instalações, uma figueira logo ali à saída é um convite para uma paragem e colher alguns para reforçar o pequeno almoço e fortalecer o organismo no sentido de melhor resistir ao esforço que se tem pela frente! Optei por percorrer o trilho das abel
has, desenhado e aberto pelos amigos do ciclo cross que ao longo dos anos o mantêm aberto e limpo da invasão dos arbustos e matagal que tende sempre em dificultar a nossa passagem, é um pedaço de trilhos que ronda os 3 kms de extensão e desemboca nos Caminhos de Fátima, ali bem perto das margens do Rio Trancão, junto ao Palácio do Monteiro Mor, (Monteiro Mor que não era mais do que um título do tempo da Monarquia, o titular teria que ser alguém da confiança do Rei, para além de ter acesso à mesa do Rei era também o escolhido que podia gerir aquele palácio frequentado por El Rei de Portugal! Os cenários que se apresentam à nossa volta são imensos e históricos, daí o facto o facto de por lá passarmos um dia e no outro tronarmos a voltar, é claro que depois subir a Serra desde a cota 3 até à cota 140 metros acima do nível do mar em cerca de 1,6km é  bastante penoso mas é também para isso que treinamos e nos dedicamos a isto diariamente!

sábado, 17 de agosto de 2024

Um Ambiente saudável é preciso!

 
A Natureza e o bom ambiente é o palco de eleição dos atletas, amigos da corrida e da caminhada, felizmente por aqui estamos rodeados de excelentes percursos sem que tenhamos de conviver com o trânsito ou outros tipos de obstáculos que possam perturbar o nosso trabalho, trilhos no meio da mata que por vezes no cobre em altura, que por norma são também utilizados por atletas de ciclo cross, estradões r caminhos secundários existentes na Serra e também nas Lezírias de Loures. É este o cenário que temos diariamente à nossa disposição, pena é encontrar aqui e ali quase diariamente o que a maldade do homem provoca à Natureza, o abandono de lixos e detritos espalhados á beira das estradas e mesmo em plenos trilhos a meio da Serra sem que haja autoridades que lhes deitem a mão, não sei se não têm meios para intervir ou simplesmente porque não querem, provas dos predicadores ficam sempre no local e seria muito fácil ir até aos criminosos, mas não, limitam-se a informar as câmaras, neste caso VFXira e Loures, e estes com os próprios meios mais tarde acabam por limpar e repor alguma dignidade ambiental perante os viajantes ou frequentadores daquele espaço, que caminham, passeiam ou que simplesmente correm com objectivos bem definidos na sua preparação! Nos Caminhos de Fátima ali bem perto do Palácio do Monteiro Mor, um local de passagem quase obrigatória diariamente para mim e outros, ver e assistir a atentados daqueles à Natureza torna-se impossível tolerar tais actos de estúpidos que sem pingo de vergonha ali deixam os resíduos que agridem seriamente a Natureza!

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O sufoco no treino


 


Hoje de manhã a temperatura altíssima 35º graus ás 09h surpreendeu-me quando saí para a estrada abandonada em plena Serra de Santa Iria depois de deixar o carro devidamente arrumado dentro do Parque Urbano, mais uma vez ignorei os avisos que nos chegam em catadupa, daqueles que nos entram pela casa dentro todos os dias, no entanto antes de partir para o habitual treino existem sempre cuidados pessoais a ter, nomeadamente proteger os braços com manguitos, boné mas sem cremes apropriados para cortar os efeitos das queimaduras provocadas pelos fortes raios solares que se tornaram mais fortes a partir das 11h da manhã! Claro que se correm riscos quando fazemos por ignorar os perigos inerentes a que estamos sujeitos só porque não queremos faltar ao compromisso que impomos a nós próprios diariamente! Existem formas durante o exercício que permitem atenuar os efeitos do sol escaldante, descer a Serra "estrada velha", antiga N115-5, e abandonada há 24 anos existem alguns benefícios que jogam a nosso favor, o mato lateralmente cresceu e durante uma parte da manhã deixa-nos uma faixa de sombra que aproveitamos para circular, quer a descer quer a subir a Serra, depois quando o sol quente e forte aparece podemos correr ou andar mais depressa até encontrar nova sombra! É desta forma que conseguimos iludir a lógica do bom senso que nos devia dizer que nestas condições de intempérie não devia andar por ali!

Claro que o plano de treino antes de ele iniciar também prevê os apoios estáticos existentes pelo caminho, sendo a água um deles, fontes de água canalizada e nascente natural, esta que vai resistindo no tempo cujo local vai brotando na base da Serra num caudal bem reduzido que perdura há mais de 70 anos, pelo menos testemunhados por mim! Uma relíquia abundante em terras do centro e Norte do país, e por aqui uma raridade!


quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Um dia de cada vez!

 
Os entendidos nesta coisa das doses certas, ou quase certas, referem que a veterania ou os mais idosos devem diariamente dedicar algum do seu tempo livre a tratar do seu físico tentando mantê-lo o mais activo possível, para isso devem dedicar, segundo a cartilha, no mínimo de 30 minutos a 2 horas diariamente perfazendo no mínimo 2.000 passos e alguns exercícios de flexibilidade fortalecendo assim o corpo e a mente por forma a que se possa atingir a velhice como muito mais saúde e também um excelente bem estar! É isso que eu faço ou a maioria que como eu trilhou milhares de quilómetros por serras e estradas durante a sua vida activa enquanto corredor de estrada o atleta de trail? Claro que não, dando o meu exemplo que já pouco corro e caminho muito mais perfaço diariamente uma média de 8 a 12 kms para um tempo que varia entre as 2 e as 3 horas! Poder-se à dizer que não era necessário tanto mas para quem gosta de vez quando fazer uma perninha, aí em algo que apareça desde que acessível na montanha, matando saudades de áureos que não esquecem, tem de se estar sempre preparado para quando surgir a oportunidade não ter de se começar do zero! 

Diariamente na caminhada e no corrinhar durante os percursos calcorreados existe sempre a preocupação de não esquecer que a altimetria faz sempre parte do plano de treino, neste caso a média anda sempre entre os 140 a 150 metros +, exactamente porque é na montanha que existem mais dificuldades para superar quando surgem já que provas de estrada há muito que as deixei de fazer! O Parque Urbano de Santa Iria da Azóia é o sítio ideal onde faço questão de treinar, dali podemos partir e também chegar percorrendo circuitos envolventes, passando por serras, matas, rios, montes, vales e lezírias, tudo num local que nos prende e atrai convidando-nos sempre a no outro dia voltar!

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Um regresso lento mas para ficar


Há 3 anos a esta parte, quase poderia dizer pós pandemia Covid, que me tenho dedicado a satisfazer as necessidades básicas em termos físicos duas a três horas por dia com caminhadas que poderão ir dos 3 aos 12 kms acompanhados de vez em quando com um corrinhar muito lento no sentido de poupar alguma coisa do esqueleto para o dia seguinte, claro que não era isto que eu queria fazer, a corrida sempre foi a minha paixão mas ao longo do tempo os muitos milhares de kms efectuados deixaram marcas irreversíveis de desgaste e fadiga nas articulações e parte muscular de tal forma que ao longo dos anos fomos deixando pelo caminho os restos do bom que no dia a dia íamos desgastando e deitando fora!
Hoje, sem esquecer os momentos de prazer, de sacrifício e sofrimento passado nas serras e estradas palmilhadas horas e dias a fio podemos dizer que valeu a pena, mesmo que já estejamos amputados de muita coisa, a saúde e o bem que perdura é extremamente valiosa nos dias de hoje que nos permite fazer e manter o mínimo de capacidades físicas para além do imaginável para qualquer ser comum!
Para o efeito, e para além do querer por ter a noção da necessidade de assim continuar é preciso também impor um pouco de disciplina, não de ter de correr ou andar tanto, não de ser rigoroso em termos de horários a cumprir, mas sim metodicamente reservando todos os dias de uma a duas horas para correr, andar e fazer alguns exercícios físicos! Onde fazer isto? Amanhã volto!

domingo, 21 de julho de 2024

O REGRESSO DO DESAPARECIDO

 



Tenho andado adormecido, não que a actividade tivesse ficado pelo caminho mas porque a ausência prolongada de aqui escrever o pouco que mesmo assim fui fazendo levou a que perdesse o fio à meada e nunca mais conseguisse aqui entrar! Ultimamente com um bocado mais paciência consegui de novo entrar e recuperar o que há muito já considerava ter perdido! Foi também com muita satisfação que ainda vim encontrar muito rapaziada amiga que apesar da evolução das coisas ainda por aqui andam não se tendo deixado iludir com as modas que entretanto chegaram, nomeadamente as redes sociais! A minha actividade física agora limita-se a caminhadas e 1/2 vezes por ano vou até ás montanhas para matar o vício, por isso não terei muito para contar, mas este regresso vai permitir ao mesmo tempo saber como andam os meus amigos de longa data e saber das suas aventuras, pois há muito que nada, ou pouco, sei deles! Para já envio um abraço a todos e que a saúde vos acompanhe sempre!




sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Serra D´arga Outubro/2021, já falta pouco!!!

 

A mês e meio do Grande Trail da Serra D´arga, continua a preparação sob um plano delineado visando fazer a prova dentro dos limites impostos pela organização, 12h.

Para mim e para o grupo dos Amigos do Vale do Silêncio cuja comitiva rondará os 15 participantes o objectivo final será participar o mais confortável possível já que a maioria de nós se limita a participar pelo prazer de caminhar e correr em plena Natureza, assim aproveitando as comemorações do 10º aniversário da prova aceitámos o repto da Organização sob a liderança do Carlos Sá de voltar um pouco ás origens e marcar um traçado de 45 kms muito parecido com a 1ª edição!



O grupo dos amigos do Vale do Silêncio vai-se reunindo aos poucos, não tantos como prevíamos devido ás restrições e alguns receios devido ao vírus Covid, por isso deixar aqui um incentivo para que cada um consiga cumprir com o plano pré estabelecido no sentido de poder usufruir da melhor forma possível desta extraordinária prova de Montanha!

terça-feira, 12 de maio de 2020

Serra D´arga adiada para 2021

Isto é tudo o que não queremos ouvir, depois do isolamento forçado em casa desde o início de Março com a fugaz saída quase todas as manhãs bem cedo para a relaxante caminhada na esperança que em Setembro viessem boas notícias da Serra D´arga com a permissão da participação em mais uma Edição do Ultra Trail naquela linda Serra, chega-nos a notificação que confirma a anulação da prova!
Tal como na Serra da Freita onde me habituei a enfrentar tantas vezes sozinho cada metro daquela fantástica montanha também na Serra D´arga desejava a companhia dos meus amigos que no ano passado me levaram ao colo a transpor A Besta, as Escadas do Martírio e a tenebrosa subida que nos levou ao Planalto da Serra da Freita, a desilusão é imensa mas por certo todos eles estarão comigo na edição de 2021 tal como propõe a Organização da prova em uma das muitas alternativas possíveis aos atletas e amigos já inscritos! As comemorações da 10ª Edição ficam assim adiadas esperando eu que os objectivos da Organização se mantenham e onde eu e os meus amigos que me acompanharão se sintam confortáveis naquela Serra e que saiamos de lá com inteira satisfação e realizados!
Abaixo parte do texto da Organização sobre os atletas já inscritos e que conta desde já com a minha adesão!
"(Todos os inscritos no Grande Trail Serra d'Arga 2020 serão transferidos, por defeito e sem penalizações, para a edição de 2021 que se realizará a 25 e 26 de Setembro. Não precisam de nos contactar se estiverem de acordo em participar em 2021.)"

segunda-feira, 16 de março de 2020

DE QUARENTENA FORÇADA

Treina-se e trabalha-se para quando chegar o momento estarmos lá e darmos o melhor que temos para honrar a camisola que envergamos e dar satisfação ao esforço que cada um dedica a todas as horas, todos os dias e meses de treino físico por forma a corresponder ás expectativas que criámos em relação a nós todos!
Nesta fase do ano de 2020 em pleno Março vê mo-nos forçados a abdicar de uma série de provas que, provavelmente até ao Verão, não será possível concretizar pelos simples facto de todas ela terem sido anuladas ou adiadas lá mais para o período do Outono pelo facto do Vírus Corona ter invadido Portugal e o Mundo de forma muito agressiva totalizando nesta altura mais de 6.500 mortos no nosso Planeta! 
Vamos todos combatê-lo, a sua contenção é fundamental para o vencer, a quarentena que se vai seguir até meados de Maio vai ser determinante para o eliminar, a todos é pedida a responsabilidade repartida de forma a que a situação de contagem pare! Aos desportistas é difícil pedir-lhes que parem, ainda que todos saibam que um mês ou dois não serão determinantes para desaprenderem o que já sabem, mas todos sabemos que um ou outro irão dar uma escapadela e fazer o seu treino, direi que não virá mal ao mundo se o fizerem desde que escolham sítios isolados e que evitem o contacto com outras pessoas, serras e vales são o local ideal, é isso que eu irei fazer nesta fase de forma responsável já que ficar em casa à espera que o bicho me encontre não condiz comigo!
Juntos vamos derrotar a BESTA!

quinta-feira, 5 de março de 2020

Trail de Vila Nova de Poiares, 23/2/2020



Longe vai o tempo em que todas as semanas do mês eram preenchidas com provas um pouco por todo o lado dentro do território português, provas essas que eram quase em exclusivo de trilhos em montanhas e vales cujas extensões variam entre os 20 e os 100 kms, nas provas de estrada o registo é muito pobre, 2/3 era, e é, o máximo que ainda faço por ano!
Daí ser para mim um importante acontecimento de pelo menos conseguir actualmente fazer uma prova por mês, mesmo que de curta distância entre os 10 e os 30 kms de distância, claro que o empenho já não é o mesmo, a começar por ter que andar a percorrer longas distâncias apenas para participar em provas de 10 kms ou perto disso, para mais, mesmo assim terei que ter sempre em conta os tempos impostos pelas organizações das provas para percorrer a distância já que actualmente consigo andar/caminhar mais do que o tempo de corrida em cada uma delas!
Poiares Trail foi a que escolhi para fazer em Fevereiro, tinha companhia mas foi preciso fazer mais de 200 kms para lá chegar e para percorrer apenas 12 kms em prova! É esta a realidade com que tenho de me conformar daqui em diante, uma prova em cada mês, repouso e algum treino para enfrentar a seguinte, foi Poiares, seguirá a Geira Romana, S.Mamede, a Freita em análise e lá mais para diante a Serra D, arga a surgir com ambição colectiva dos AVS nas comemorações do 10º aniversário da da criação da prova!
Poiares foi pois um retorno passado que foi um ano da minha estreia na prova, tinha então feito a prova da Caminhada de 10 kms, num ano de muita chuva provocando no percurso dificuldades acrescidas a todos os atletas que lá foram e participaram em todas as provas, desta vez o tempo estava a nosso favor, um dia de sol agradável e o percurso limpo e agradável de percorrer. Devo confessar que a distância e as dificuldades encontradas do mini trail (12 kms) foram uma dádiva da organização para os atletas que como eu ali andam um pouco como que se arrastando face ás mazelas que ao longo dos anos vão acumulando e que agora querendo manter-se vão encontrando aqui e ali alguém que manda e impõe este tipo de divertimento para quem ama as provas de trail e as montanhas. É por isso que o cronómetro que marca o tempo e a distância pouco importa para mim, e para muitos, a não ser para nos situar e orientar na prova sem abusar das benesses que nos deram!
Tal com há um voltei a gostar muito da prova, muitos participantes na minha prova, os habituais engarrafamentos na passagem de obstáculos mais difíceis, a passagem pela Ribeira numa paisagem muito bonita e na pouca montanha que nos facilitou a vida em todo o percurso. Nos últimos 3 kms confluíam todas as provas, principalmente o trail curto cujos atletas acabaram a correr ao nosso lado, por desfasamento na partida (partiram mais tarde) não foi possível acompanhar ali na parte final os atletas do trail longo na distância de 35 kms, tendo apenas começado a chegar ao fim de 3,30h depois da partida, 09,30h.
Fica o registo da minha passagem, distância: 12 kms, tempo: 2,22h!

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Trail Iberlince de Barrancos, 17/11/2019

5 anos se passaram desde a 1ª vez que passei por Barrancos, não só para correr (29/11/2014) como também para o visitar, em ambas as vezes chegámos de noite e partimos de regresso de noite, pouco, muito pouco conhecemos a Vila, a não ser à noite da nossa chegada onde penetrámos no seu interior na busca de um local onde pudéssemos tomar uma refeição tranquilamente, é aqui que começa a complicação, os meios existentes são talvez suficientes para regularmente responder ás necessidades das gentes de Barrancos mas claramente insuficientes nestes dias de mais agitação e presença de visitantes para as mais variadas iniciativas que a Vila leva a efeito, a complicação seguinte foi o traçado das provas que nos apresentaram, brutal em comparação com o que nos ofereceram em 2015.
Mais de mil pessoas acorreram ali para participar em mais uma excelente prova de Trail organizada pelo Clube local, Barrancos Futebol Clube tendo como timoneiro o conterrâneo Francisco Bossa, professor e dinamizador desportivo muito credenciado na Região, região esta (Alentejo) que conhecemos como muito plana cujas dificuldades naturais em provas de trail por norma são mais fáceis de ultrapassar. Este era o pensamento em 2015 e que de forma geral se confirmou na altura, passados que foram estes 5 anos ao voltar no passado dia 17 de Novembro levava em linha de conta que a coisa seria mais ou menos o mesmo, muito estradão, trilhos fáceis de ultrapassar, muito corrível portanto, os 56 kms de então davam-me agora a esperança de uma prova tranquila até pela distância mais curta que tinha escolhida, os 14 kms. Puro engano, nestes últimos 5 anos o Ico Bossa transformou aquilo
num autêntico inferno no aspecto de desgaste físico para todos os atletas e em todas as distâncias, de tal maneira fui surpreendido porque até aos primeiros 5 kms fomos (eu e o Canelas, meu companheiro na corrida) num andamento tranquilo e quase sempre a correr, lento é certo mas a correr, após o 1º abastecimento e até ao 2º abastecimento entrámos numa espécie Alpina onde o sossego físico nunca mais chegou até nós, "muros e declives" eram constantes, de vez em quando para ajudar apareciam os pedregulhos difíceis de escalar, um empurrão aqui e outro ali eram oportunos, a inclinação nas subidas era tal que os pés começavam a ceder por câimbras ou perto de fracturas de esforço, a simpatia do marcador da prova era tanta que raras vezes nos contemplava não ir até ao topo de cada pico ou alto de cada Serra, de lá podia-se contemplar a beleza de todo aquele
local, quase que diria que dos pontos mais altos, e eram tantos, se via todo o desenrolar da prova, ora víamos atletas em baixo, em cima, na Serra ao lado, junto ao rio, eu sei lá, o colorido era bonito por toda a Serra, quando se descia as dificuldades, principalmente o perigo, aumentavam, sorte a nossa que a chuva com intensidade estava ausente, a que caía era suave não dando para provocar a indesejável lama e as consequentes escorregadelas com quedas à mistura, claro que elas existiram, creio que mais de 50% dos atletas sujaram os calções levando cada um um pouco da terra de Barrancos, eu fui um deles, para alem da terra as pedras e rochas ameaçavam a cada instante e obrigaram a uma atenção constante onde a experiência acumulada no trail de cada um ajudou a ultrapassar todas as dificuldades encontradas. Muitos atletas da prova dos 25 kms e outros com as dificuldades inerentes
ao seu percurso até chegarem ali para os seus últimos 9 kms já vinham a dar aquilo que não tinham, ainda assim se via a sua bravura em ultrapassar todos aqueles obstáculos, pediam licença para passar, agradeciam o apoio que lhes dispensávamos, um e outro ia-se queixando de dores musculares e câimbras, subiam e desciam com a energia suficiente ajudando dessa forma a galvanização que já nos ia faltando, foi com eles que eu e muitos nos fomos envolvendo naqueles labirintos de serras cavalgando lentamente os kms que se iam esgotando com o aproximar da meta. Ultrapassado que foi aquela "beleza" de percurso, que gostei imenso, diga-se apesar de tudo, a desolação aparece perante os nossos olhos, a Serra queimada, o trail é por si só desfrutar daquilo que a Natureza nos dá nos seus lugares mais apropriados, nas serras, na alta montanha, nos mares e nos rios, passar por ali foi como se sentisse um
choque de tristeza, fez bem a Organização manter o trilho original, ou a ideia original melhor dizendo já que trilho não havia, ainda assim fiz um esforço para imaginar aquele local bem florido e verde com o seu matagal e arvoredo cobrindo-nos à nossa passagem, ouvindo-se ao mesmo tempo também o chilrear constante dos pássaros numa caminhada até ao desolador alto de onde podíamos observar todo o Vale e o percurso por onde andáramos. Dali até à meta foi um instante, a meio da descida ia já muito cansado e dorido da tareia que tinha levado até ali, disse ao Canelas para ir embora, eu há muito que o ia já a travar mas ele teimou sempre em ficar comigo, nas partes mais difíceis de escalar estava sempre pronto para me ajudar, aqui fica também o meu agradecimento!
Após aquela descida e logo de seguida a subida final eis que aparece logo ali Barrancos, andámos por
ali à volta e quando chegamos nem sabemos por onde vamos entrar, não admira pois que facilmente o Ico descobrisse ali mesmo ás portas da Vila aquele maravilhoso, mas difícil percurso que nos colocou a todos em sentido, ao regressar ao local de partida o sentimento de satisfação pela superação era geral, sorrisos e choros de emoção também eram visíveis, por certo o desespero rondou a mente de muitos de nós, chegar correspondeu a mais uma pequena vitória, ou grande para alguns!
Cheguei com 4h de prova e 14,5 kms de percurso!
Parabéns à organização ficando também o agradecimentos pela atenção que nos dedicaram, voltaremos!
Espero que para a próxima já esteja a florir deixando para trás este rasto de desolação