Embora este ano já tivesse feito por 6 vezes a distancia da Maratona ou mais, a Maratona do Porto 2013 trouxe-me de novo à estrada no passado dia 3 de Novembro, optei por não fazer a de Lisboa em Outubro porque estava muito em "cima" do Trail da Serra D´Arga que se realizara uma semana antes. A Maratona do Porto mais uma vez marcou a excelência da organização, sem invenções e alterações que apenas servem para baralhar quem apenas pretende participar e correr aquilo a que se preparou. Toda a gente sabia os pormenores necessários, os horários a cumprir, procedimentos da nossa parte e da organização. Na hora certa estavam lá todos para partirem, não deveria ter sido fácil montar todo aquele espetáculo, mas nós de nada demos conta, só sabemos que partimos e tudo o resto foi espetacular, apenas estávamos dependentes de nós, das nossas forças e pernas para concluir uma obre de arte que puseram à nossa disposição.
Não admira pois a satisfação que presenciei quando ouvi nos autofalantes que já tinham chegado mais de 2.200 atletas da Maratona, era a 4ª Maratona seguida que ali fazia e sempre com números impressionantes, e eu sabia que ainda vinha muita gente atrás de mim, os números finais foram impressionantes, 2.775 chegados.
A minha prova foi muito estranha, mas não sei explicar este sentimento que tive na partida, já me tenho emocionado na chegada de algumas provas, entre elas as maratonas, mas nunca numa partida, desta vez a coisa descambou sem eu saber porquê! Esta era a 16ª Maratona e tal como as anteriores não fiz uma preparação especial para ela, limitei-me a alguns treinos mistos (terra e alcatrão) mais longos e nunca a ultrapassar os 20/25 de corrida, por isso estava mais ao menos em condições de fazer aquilo, medo também não foi porque as distâncias não me metem medo, apenas encontro uma explicação através de alguma emoção por poder estar na partida de mais uma Maratona, pese embora a idade que já vai pesando, e por ter a saúde que me permite ainda estar onde mais gosto, a correr.
Esta emoçãozinha depressa abalou mas permitiu que enquanto subia aquela subida inicial se desvanecessem as dificuldades que sentia enquanto procurava uma explicação para aquele momento, rapidamente entrámos na Boavista e a minha preocupação era o raio do problema que tinha no olho esquerdo (que ainda dura), uma coisa parecida com a moléstia dos coelhos (se calhar alguma praga do nosso "Coelho" por aquilo que tenho dito dele), não sei, sei é que tinha o olho deitado abaixo e o suor e a trepidação das passadas me incomodavam a todo o momento. Conhecia bem o percurso mas mentalmente sentia o pesadelo de ir cruzar caminhos (ida e volta) a passar pelo mesmo local, todo o percurso é assim, mas acentua-se mais quando chego aos 19 kms e já os 1ºs estão a cruzar comigo no lado norte do
Douro quando eles já iam nos 36, olho para Gaia e vejo os atletas por sua vez a cruzarem entre si, para lá e para cá da Afurada, ainda me falta passar a Ponte D. Luís para lá e depois fazer também todo aquele trajeto de volta desde a Afurada. Todo aquele bonito cenário do Douro e das margens do Douro e do Porto são observáveis quando atingimos a marca da meia maratona devidamente identificada, local privilegiado para fazer uma análise do nosso estado físico para enfrentar a 2ª metade da prova. Cheguei lá com 2,08h menos 10 m que tinha feito na Moita mas já muito fatigado das pernas, principalmente dos joelhos, decidi então desistir da ideia das 4,30h e ir correndo, ou andando, conforme o momento. Até aos 35 kms corri sempre com pequenas paragens nos abastecimentos 25-30-35 kms, a partir daqui era chegar, o estômago começa também a reagir, a água também incomodava, como sempre faço nunca dou a
devida atenção à alimentação durante a corrida, havia passas, bananas, marmelada, laranjas, bebidas isotónicas, mas recolhia um pouco de cada coisa mas se calhar não o suficiente e quando damos conta já é tarde e nada entra. corria 1 km e descansava andando e assim sucessivamente até chegar, quando avistamos aquela longa reta final perco-me numa sensação irreal, quero chegar, quero correr e não sou capaz, ando mas parece que não saio do mesmo sítio, chega um amigo, no caso a Célia Azenha, quase que me empurra, ainda vou mas depressa lhe digo que já vou, tanta gente ali a dar-nos o empurrão final que nos obriga a ir buscar forças nem sei aonde e de repente a passadeira vermelha, de novo a emoção a tomar conta deste pobre esqueleto, 4,45,46h depois de partir chegava ali mais uma vez,
exatamente 31m a mais do que o ano passado, maçado e dorido pelo corpo todo, sem saber especificamente onde!
fotos
Douro quando eles já iam nos 36, olho para Gaia e vejo os atletas por sua vez a cruzarem entre si, para lá e para cá da Afurada, ainda me falta passar a Ponte D. Luís para lá e depois fazer também todo aquele trajeto de volta desde a Afurada. Todo aquele bonito cenário do Douro e das margens do Douro e do Porto são observáveis quando atingimos a marca da meia maratona devidamente identificada, local privilegiado para fazer uma análise do nosso estado físico para enfrentar a 2ª metade da prova. Cheguei lá com 2,08h menos 10 m que tinha feito na Moita mas já muito fatigado das pernas, principalmente dos joelhos, decidi então desistir da ideia das 4,30h e ir correndo, ou andando, conforme o momento. Até aos 35 kms corri sempre com pequenas paragens nos abastecimentos 25-30-35 kms, a partir daqui era chegar, o estômago começa também a reagir, a água também incomodava, como sempre faço nunca dou a
devida atenção à alimentação durante a corrida, havia passas, bananas, marmelada, laranjas, bebidas isotónicas, mas recolhia um pouco de cada coisa mas se calhar não o suficiente e quando damos conta já é tarde e nada entra. corria 1 km e descansava andando e assim sucessivamente até chegar, quando avistamos aquela longa reta final perco-me numa sensação irreal, quero chegar, quero correr e não sou capaz, ando mas parece que não saio do mesmo sítio, chega um amigo, no caso a Célia Azenha, quase que me empurra, ainda vou mas depressa lhe digo que já vou, tanta gente ali a dar-nos o empurrão final que nos obriga a ir buscar forças nem sei aonde e de repente a passadeira vermelha, de novo a emoção a tomar conta deste pobre esqueleto, 4,45,46h depois de partir chegava ali mais uma vez,
exatamente 31m a mais do que o ano passado, maçado e dorido pelo corpo todo, sem saber especificamente onde!
O Porto será o destino para o próximo dia 2 de Novembro de 2014, assim eu continue com saúde e força para lá chegar.
Agradeço a cedência das fotos enviadas pelos amigos.
4 comentários:
Parabéns por mais uma, caro amigo!
Um abraço
Adelino...para o ano será melhor! Para si e para mim, embora eu este ano, apesar da marca, foi uma prova dentro do que previa e a possível tendo em conta a preparação, pelo que foi uma Maratonaestupendamente feliz, também por ter sido a desforra! E para o ano lá estaremos! Beijinho e boa recuperação.
Mais uma excelente prestação! Isso das marcas pouco importa! Quem corre tanto, tantas vezes e tantos km como o amigo já sabe que umas são para se fazer mais rápido e umas mais lentas mas muito pouca gente tem a capacidade de fazer o que o amigo faz e mesmo com várias a menos primaveras no pelo!
Agora trate de ver o que se passa com o seu olho! Queremos o amigo, como de costume, sempre de olhos bem abertos que já estamos fartos de gente com eles fechados e que deixaram chegar Portugal a isto! Forte abraço CAMPEÃO!
Parabéns, Adelino. Mesmo sem estares nas melhores condições, cumpriste os teus propósitos. E a emoção que sentiste explica tudo. Grande abraço.
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