Passado 5 dias vou finalmente escrever umas palavras sobre a Meia Maratona da Moita realizada no passado dia 13 de Outubro. Nem sequer estava inscrito para a prova, andei a hesitar até à última e ás tantas fui para lá sem saber que não tinha dorsal para participar na corrida. Acabei por aproveitar um dorsal de um colega de equipa que desistiu há última hora que amavelmente a organização aceitou fazer a alteração para o meu nome.
Esta decisão de participar há pressa nesta prova tem naturalmente a ver com a Maratona do Porto que aí vem no próximo dia 3 de Novembro e eu estar muito aquém da preparação desejada para participar naquilo. Pode dizer-se que fiz o Ultra Trail Serra D`Arga há 3 semanas na distância de 44 kms e que seria suficiente para não ter grandes preocupações para a Maratona do Porto, mas a coisa não é bem assim, provavelmente daqueles 44 kms apenas devo ter corrido à volta dos 14kms, sim é isso mesmo, por isso muito longe do desejado em nº de kms para aquele efeito. Daí aparecer a Meia da Moita como escape para percorrer kms e minimizar o atraso que tenho na preparação.
Acresce que o tempo de recuperação de umas provas para as outras é agora mais demorado, pelo que a Moita apareceu cedo de mais e ainda muito perto da Serra d`Arga, daí a necessidade de correr a prova ainda em recuperação de esforços anteriores mas já com os olhos postos no Porto, daí que não é de estranhar os cuidados que coloquei quer no ritmo quer na gestão das forças (que eram muito escassas) desde o princípio e até final da prova.
Levei comigo o kamalbeck e por força disso tive de levar uma t-shirt por baixo da camisola do Clube e um lenço ao pescoço para não me ferir com o roçar das correias, escusado será dizer que esta vestimenta e o calor que estava me infernizaram a vida, soube-me bem ter ali sempre água pronta a matar a sede mas as dificuldades cresceram por ter tomado esta opção. Não era importante o tempo final de prova quando chegasse à meta, o importante era mesmo correr kms e adaptar o organismo de forma progressiva até chegar ao grande dia da Maratona, o alcatrão também não tem tido da minha parte grande simpatia por isso não é de estranhar que a partir do meio da Meia Maratona já tivesse "partido" os 2 pés ao meio e as dores tornarem-se num flagelo difícil de suportar. Agora sei que para chegar à Maratona ainda tenho que trabalhar muito e o tempo para lá chegar já é tão pouco.
Parti na companhia do Emílio, um amigo do meu Clube, a média rondava os 5,45m por km até perto dos 5 kms, mas aí ele diz-me que ira ficar e seguiria mais lento, fiquei só e a sua companhia estava a ser excelente, afinal ele estava mesmo com problemas, soube depois que desistira aos 8 kms por problemas que ainda desconheço, ainda há pouco tempo acontecera-me o mesmo com o Mário Lima, ia muito bem comigo e de repente diz-me que se sente cansado e que o motivo foram as férias e que tinha treinado pouco, que piedosa desculpa, soube mais tarde que que sofrera uma completa falência do organismo e fora levado de urgência para o Hospital, felizmente recuperou nos dias seguintes, a estes 2 casos podemos associar o calor que se fazia sentir, na Moita não era tanto, mas temos cada vez mais vigiar o nosso desempenho e a cada momento vigiar como o nosso organismo está a reagir, é por isso que não me importo de transportar os meus próprios abastecimentos, levo 1,5k.a mais? não importa, os meus objectivos não passam por marcas nem por boas classificações mas sim por me sentir bem e concretizar os objectivos iniciais, kms e mais kms.
Aos 12 kms estava a passar junto à meta, a média mantinha-se muito simpática 6´ o km. 1,12h. no total, já muitos atletas tinham cortado a meta e eu estava satisfeito porque ainda conseguia correr sem o recurso habitual à caminhada (muito frequente em provas de montanha), mas aos 13 kms parei pela 1ª vez para ir beber água a um bebedouro que está ali algures no circuito pedestre junto ás árvores, era fresquinha e animou-me até chegar junto do abastecimento dos 15 kms no Rosário. Desde os 5 kms que corri sempre isolado, aliás como gosto, mas após os 15 kms junto-me a um atleta estrangeiro mas que fala a nossa língua bem fluente que me diz que ia feliz por já ter chegado ali e que estava a fazer a sua estreia na meia maratona. Tinha perdido algum tempo, ou ganho, não sei, no abastecimento, andei ali um pouco para hidratar bem e abasteci a mochila com mais 3 garrafas para enfrentar aqueles 6 kms finais. Depois encontrei aquele amigo e ao saber a sua satisfação fiz-lhe um pouco de companhia tendo mais à frente seguido a minha corrida uma vez que me sentia bem e ele ter dificuldades em me acompanhar, embora eu seguisse naquele momento bastante dorido dos pés e dos joelhos. Aos 18 e aos 19 kms ando um pouco, talvez uns 200 metros de cada vez, aproveito para ingerir bastante água, o calor já era muito e prossigo sempre em marcha de corrida o resto do tempo. As camisolas que levava vestido afrontava-me um pouco mas ao mesmo também me refrescava, o suor caía já em bica, o que para mim é uma situação normal e foi assim que atingi a meta, 2,18h. para os cerca de 21,200kms de distância.
Uma ilação tenho que tirar, a Maratona do Porto vai doer, a menos que ainda tenha tempo de recuperar um pouco e consiga acrescentar mais alguns kms até lá chegar. é o que tenho andado a fazer, passaram 5 dias, 35 kms percorridos, muito pouco, muito pouco!!!
2 comentários:
Junte-se ao clube Adelino..."A Maratona do Porto vai doer..." Mas também acredito que vá saber muito bem cortar aquela meta! Quero lá chegar!
Na Moita...quis fazer um treino longo e corri quase 10 km antes da prova. Depois a prova até nem me correu mal (ia lenta, lentinha mas bem) mas só até ao km 18....19...(já eu tinha do corpo 28...29...) e aí doeu! Doeu muito! Nada em particular e tudo no geral!!! Caminhei várias vezes...e lá me arrastei até à meta onde acabei com 2h28min - sozinha. Parti no fim de pelotão e cheguei no fim...fico a pensar que a Moita não é prova para se ir nas calmas... (pouca gente, logo... fica-se muito só)
E o pior ainda foi depois ao chegar a casa! Acho que só "recuperei" na 4ª feira.... por isso amigo Adelino, a Maratona do Porto vai doer mas não é só para o meu amigo!
Lá nos encontraremos, pelo menos na Partida! :)
Hehehe, já fomos 2 a penar e ouve outros a desistiram, nada que não aconteça numa prova como a da Moita, tem um iniciar "doce" mas um final de se lhe tirar o chapéu. Quer para a Ana quer para mim aquilo não passava disso mesmo, um treino, se desse para se ir melhor aproveitava-se, se não desse paciência e assim acabámos por encontrar o nosso ritmo. No Porto talvez nos encontremos, na partida está garantido, depois logo se verá! Bjs. do Pára.
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