terça-feira, 11 de setembro de 2012

Meia Maratona de S.J.das Lampas


A maior satisfação que tive nesta minha participação na Meia Maratonsa de S.J.das Lampas foi no final ouvir do Fernando Andrade que tinham terminado a prova 529 atletas. É um número de atletas espectacular, lembro-me que em muitos anos os números raramente ultrapassaram as 300 pessoas e nem foi isso que por um segundo sequer se pensou em desistir, hoje estamos na 36ª Edição e aí estão os resultados, S.J.das Lampas difinitivamente deixou de ser um papão de dificuldades anunciadas e passou a ser uma prova apreciada e ao mesmo tempo elogiada, quer pelo espectacular traçado quer pela excelente organização e carinho com que todos são recebidos e tratados.
Depois saliento também o caracter envolvente  em que me empenhei em conjunto com um grupo de amigos que de uma forma ou de outra têm contribuído com a sua envolvência num verdadeiro estado de espírito saudável de amizade que a mim pessoalmente me deixa imprecionado, por modestamente fazer parte desse grupo dicidi integrar a caravana a que foi dado o simpático nome de TGV, não com o sentido de mostrar os galões mas sim porque estava na presença de amigos e saber que uma prova com aquelas dimensões e algo pesada poderia ser ultrapassada com menores dificuldades com algum divertimento e distração de permeio.
Claro que o compromisso era relativo, mas mesmo assim se conseguiu uma união de esforços até perto dos 15 kms, altura em que o António Pinho começou a quebrar, antes já tinha abalado o Jorge Branco, aos 5 kms envolveu-se com aquela subida de tal maneira que quando chegou aos 6kms já levava algum avanço, ainda balouçou algumas vezes na estrada (vêm não vêm?) até que dicidiu partir para não mais o vermos, o Rui dicide ficar na meta aos 13kms e acho que fez muito bem, na próxima não vai ter a mesma sorte terá que ir conosco até ao fim. A partir dos 10 kms começo a sentir a necessidade de soltar um pouco e aproveito algumas subidas para forçar um pouco até ao alto para pouco depois retornar ao seio do grupo que se mantinha fiel desde o início. Aos 15kms já só ia eu, o Carlos Coelho e a Ana Pereira, tinha ficado um pouco para trás para trazer o Pinto mas logo me incentivou a seguir e assim fiz, perto dos 16kms consigo encostar de novo à Ana e ao Carlos mas o andamento já estava a ficar mais solto e forte, sentia-se que a Ana Pereira estava forte e queria testar a sua capacidade de sacrifício a partir dali. 
O Carlos diz-me que já está com dificuldades em continuar e para levar a Ana, à nossa frente seguiam duas atletas e começou logo ali a ser o nosso alvo, vou para a frente e moderadamento começo a forçar o andamento, vou olhando pelo canto do olho e vejo que a Ana consegue acompanhar, pouco depois alcançamos as duas atletas e encetamos a perseguição a outras que se avistavam já no nosso horizonte, o ritmo já era forte, tínhamos partido com o objectivo de fazer as 2,30h. com média prevista de 7m, nesta altura o ritmo já baixara dos 6m e numa fase em que apenas faltavam 4 kms para acabar, sentia-me solto e sentia-me satisfeito por a Ana conseguir palmilhar aqueles kms finais com grande determinação e querer cortando a meta com uma satisfação enorme pelo à vontade com que o fez. Nos últimos 6kms retirámos 8m ao resultado final previsto que era de 2,30h, tendo o nosso cronómetro marcado 2,22,11h. Com as voltinhas do vai e vem ainda percorri 21,560kms.
Tive ainda a agradável companhia da minha filhota que quis conhecer esta prova e participar nela, embora inicialmente estivesse prevista a sua participação no TGV ela optou por seguir à procura da aventura pois sabia das dificuldades que aquilo tinha e dicidiu descobrir isso sozinha, acho que fez bem, conseguiu ainda, apesar de algumas limitação nos treinos, alcançar o 5º lugar no seu escalão de séniores conquistando um bonito troféu.
A organização como sempre esteve bem, os atletas já estão habituados e conhecem todos os rituais do princípio a fim e não precisam  de mais nada do que aquilo que conhecem, eles sabem que as coisas estão lá, 3 abastecimentos, diversos tanques e chuveiros que permitem ir refrescando o corpo durante a prova e no final a recepção onde não falta a melancia e outros produtos a condizer. O tempo esteve excelente como poucas vezes vejo, sol encoberto e alguma brisa a ajudar.
Agradeço aos autores das fotos a amabilidade da sua cedência

4 comentários:

Unknown disse...

Caro Joaquim Adelino;

E este ano o Fernando não deixou preparado o famoso balde ?!!

Gostei de ler este seu texto, pela agradebilidade, e o convívio com que encara este tipo de provas.

Muito bonito.

Um abraço dos Xavieres

MPaiva disse...

Joaquim,

Muitos parabéns por mais uma prova e pelo belo espírito fraterno e solidário que se viveu entre os "viajantes" desse TGV, o qual se encontra muito bem relatado no seu texto.

abraço

Isa disse...

Para o ano que vem também quero estar nesta prova.
Pelas suas palavras e de outros corredores da blogosfera dá para perceber que a Meia de S.João das Lampas é uma prova única e imperdível.

Boas corridas!

Jorge Branco disse...

Obrigado por tudo!
Foi uma das provas mais felizes da minha vida e o amigo tem muita "culpa" nisso!
Bem na verdade não foi uma prova mas sim duas em que fui muito feliz: A Meia Maratona de São João das Lampas e a Corrida da Festa do Avante.
Aqui para nós que ninguém nos ouve tive algum cuidado na preparação desta dose dupla e a coisa resultou.
Para as minhas capacidades e nível atlético (ou falta dele) não é facíl de concretizar um projecto destes mas está feito! Forte abraço.