domingo, 2 de setembro de 2012

Trail Noturno Vale de Barris, Palmela

O regresso após uma curta pausa mais uma vez em Vale de Barris, Palmela, é já considerado um ponto de referência numa espécie de início de época, sim porque se não fosse essa curta pausa isto tinha ido de seguida e ficaria sem saber quando foi o início e muito menos quando seria o fim. Desde o dia 4 de Agosto (Ultra Trail de Óbidos) que vinha a repousar, fiz entretanto 10 treinos ligeiros e de curta duração e 0 de provas e por isso não sabia como iria correr a prova de hoje na Noturna da Arrábida organizada pela simpática Colectividade das Lebres do Sado que escolheu Vale de Barris como Sede do evento e que teve como de custume as faldas da Serra da Arrábida como cenário.
Não foram criados muitos problemas aos corredores no traçado que nos ofereceram, evitou-se os single tracks e os trilhos e estradões por onde passámos estavam em muito bom estado, o que diga-se como convém para início de época para muitos dos que lá estiveram, a altimetria também foi dada em dose aceitável, apenas 468 metros de acumulado positivo  foi o suficiente para começarmos a sentir já a adrenalina para o que aí vem até ao fim do ano.
A noite estava espectacular, sem vento e o ambiente sentia-se um pouco abafado, levei a minha camelback e um litro de água, sabia que ia haver um abastecimento de água aos 6 kms e que depois só haveria mais apoio quando chegássemos à meta, o que diga-se era demasiado considerando a noite que estava perante nós. Por isso me fez alguma confusão ver a maioria dos atletas sem qualquer abastecimento numa prova que sendo de Trail arrasta sempre dificuldades acrescidas a que devemos dar maior atenção, acrescente-se ainda que devido à ausência de chuva a passagem dos atletas por aqueles estradões e trilhos levantavam autênticas núvens de pó levando a que alguns de nós em pouco tempo ficassemos com algumas dificuldades respiratórias exactamente devido à ausência de transporte de água que imprudentemente a maioria deles negligenciou.
Como sempre acontece mais uma vez corri isolado, aqui e ali juntava-me a um grupo que seguia à minha frente sempre que a dificuldade do percurso impunham maiores cuidados, mas logo que as condições melhoravam voltava a ficar só, não que não pudesse ir mas porque queria fazer aquilo confortável, o percurso era excelente para se correr, nas subidas mais íngremes aproveitava para andar e repousar um pouco, desta vez não levava os apoios e em nenhuma ocasião me arrependi, a luz do meu frontal desta vez esteve melhor e isso permitiu que fizesse uma corrida muito mais segura, os ténis também foram os adequados pois levei os da pesada e assim consegui passar as dificuldades maiores sem tropeçar, escorrergar e muito menos torcer os pés (o que acontece com mais frequência), à minha frente seguiam atletas que corriam com ténis de estrada, constantemente iam aos tropeções e nalguns casos sucediam-se as quedas, ou por obstáculos um pouco mais elevados ou por escorregadelas devido à falta de cuidado e inesperiência ou ainda devido à inclinação acentuada em algumas partes do percurso.
Quando passei pelo abastecimento líquido não parei, ainda tinha muita água comigo mas foi visível verificar que muitos atletas tiveram de se dissedentar com mais profundidade por forma a que conseguissem ultrapassar o restante do percurso já que não haveria mais qualquer abastecimento, aliás esta informação constava do Regulamento e estávamos todos avisados que assim seria.
O percurso para a parte final era já meu conhecido mas confesso que andei por ali perdido em relação ao Norte, via à minha direita um imenso casario mas não sabia se aquilo era na parte Sul ou da parte Norte da Serra, seria Setúbal? ou os bairros a norte? não via Tróia e isso ainda criou mais dificuldades, mas como as marcações do percurso estavam muito bem feitas e visíveis através de fitas luminosas ia descansado pois sabia que eles iriam conduzir-me até chegar à meta. Contudo ainda apanhei um susto, o frontal abriu e fiquei sem luz, por sorte nenhuma das pilhas chegou a cair, sem luz não vemos os pontos luminosos flurescentes e seria um pesadêlo se isso acontecesse, depois de resolver o problema segui mas com o pensamento agora mais preocupado por causa deste pormenor.
A parte final do percurso a partir dos 12 kms é em alcatrão e estradões e quase sempre a descer até Vale de Barris onde estava a meta, por isso e porque me sentia muito bem embalei, o organismo suportou bem o esforço, as pernas obedeceram sempre e na descida as articulações responderam bem, creio que isto estará no caminho certo com vista ao Ultra Trail da Serra D´arga em Outubro e o que aí vem até lá será feito de forma progressiva em kms e em esforço.
No final o cronómetro marcava 1,53,55h. para os 14,990 kms do percurso, média de 7,36m por km. 
No final foi servida uma apetitosa sopa de caldo verde onde não faltou algumas rodelas de um apetitoso chouriço, uma sandes com chouriço assado e um excelente vinho a acompanhar.
Parabéns a toda a Organização pela excelente prova e apoio que nos ofereceram, como aliás é habitual.

2 comentários:

Jorge Branco disse...

O grande Joaquim Adelino sempre a "bombar"!
Sexta feira vai ser a sua festa particular e a NOSSA FESTA!
Vai ser FESTA até domingo!
Logo no sábado vai ser o grande maquinista do TGV das 2:30 lá nas Lampas (com a companhia da filha "Queniana", uma Raposa Manca, a Ana P. e mais alguns.
Domingo teremos a Festa da Corrida na Festa Fraternidade (assim eu sobreviva as rampas)!
Forte Abraço

Fernando disse...

Gostei muito do relato que tão bem descreve esta aventura que este ano repeti. Sabe sempre bem estar na companhia de tantos ilustres amigos que nos guiam com o seu exemplo. Espero estar à altura da Serra D'Arga.