Rui Pacheco, 5º da Geral |
Daniel, no Penedo dos Corvos |
Amigos do Vale do Silêncio |
Procuro agora a forma de passar o tempo até à chegada dos atletas, tinha lá na prova 3 atletas do meu Clube, o Rui Pacheco, o Daniel Pinto e o Diogo Branco e estava disposto a esperar o que fosse preciso até chegarem. Pedi uma t,shirt à organização para vestir e vesti o corta-vento que levava na camalbeck e fui até quase a Espinho em caminhada passando por dentro de uma floresta cujos trilhos estavam em muito mau estado, logo ali comecei a perceber o que os atletas iriam sofrer nos trilhos da Serra, entretanto a perna começada a dar sinais de estar de novo no limite e decido voltar para trás por forma a chegar a horas de quando começassem a chegar os primeiros eu já estar perto da chegada e dar o apoio possível a quem dele necessitasse.
Dramático, o 5º (Rui Pacheco) a defender o seu lugar no final |
Pouco depois do meio dia começam a chegar os atletas da prova da Mini (23kms), nesta altura já estava eu a 200 metros da chegada e num ponto crítico num alto de uma subida, curta mas muito violenta onde todos praguejavam pela sua dureza. Era aqui que eu senti que devia estar, vi muitos atletas chegarem a meio e caírem com as forças completamente esgotadas e outros com problemas complicados ao nível das câimbras, sempre que um caía eu descia e trazia-o para cima.
A grande Analice, já de noite no Penedo dos Corvos |
Com a chegada dos atletas da Ultra (47,5kms) a situação agravou-se tendo inclusivamente 2 deles procurado caminhos alternativos ali ao lado para coneguirem chegar à meta (a 200 metros dali).
Na disputa dos primeiros lugares é dramático assistir à disputa de um lugar quando 2 ou mais atletas ali chegam sem forças e incapazes de lutar pela conquista de mais um lugar na frente, escorregam, desesperam por não conseguirem dar mais um passo, gatinham por ali acima procurando com os braços aquilo que já não conseguem só com as pernas, emociona ver aquele espírito de conquista e lealdade entre todos eles, se eu já os respeitava e depois de ver um espectáculo daqueles falta-me as palavras para descrever o que sinto.
Um vídeo de Joaquim Sousa, (recomento baixar o som)
Chegavam sujos de lama por tudo quanto era sítio, creio que não escapou nenhum ás enevitáveis quedas, vi alguns com golpes na cabeça e ensanguentados por não terem conseguido evitar alguns obstáculos mais altos, mas em todos eles via no seu rosto a imensa satisfação por terem conseguido vencer este duríssimo obstáculo que a Associação Abútrica montou para oferecer a estes voluntariosos heróis que por ali passaram, senti-me orgulhoso por ali estar e sobretudo por ser também um deles.
O esforço levado ao extremo (4º classificado da geral) |
2 comentários:
"sempre que um caía eu descia e trazia-o para cima"
O amigo Joaquim Adelino sempre solidário e fraterno mesmo na tristeza de uma desistência, outro qualquer sairia logo dali e iria esquecer as suas mágoas em solidão.
Só lhe posso desejar rápidas melhoras dessa lesão. O amigo é “rijo” vai recuperar disso rapidamente!
Também eu não fui ao GP do Fim da Europa por "empenos" num joelho e num pé e estou parado a ver se isto passa que em termos de acessos a serviços médicos o amigo sabe bem com é a realidade desde país com os governos que temos tido sempre lá postos por este povo sem memória!
Forte abraço.
Cada vez mais fico fascinada com estas provas e pelo espírito que se vive entre os atletas, pelas paisagens, enfim, por tudo.
Só vi um bocadinho do vídeo e fiquei logo fascinada com a paisagem.
Sítios lindíssimos.
Um dia gostava de participar numa prova destas, nem que seja só na versão mais curta. Um dia quando tiver mais experiência, mais anos de corridas.
Um beijinho Joaquim e melhoras rápidas.
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