Está a concluir-se o ciclo de provas de Trail que tinha estebelecido para esta época, faltam apenas 4 para atingir o objectivo (Trail de Óbidos, Trail Noturno Lebres do Sado, Grande Lago de Alqueva e Serra de Arga em Caminha. Para trás ficaram duas que não consegui fazer por motivos de saúde (Trilhos do Pastor e Trilhos de Almourol). As que concluí estão ali na margem direita do meu Blogue.
Neste fim de semana calhou a vez do Trail do Almonda, tinha falhado o ano anterior, daí não saber o que ia encontrar, na edição do ano passado tinham-me dito que aquilo já fora diferente e que este ano haveria novamente alterações. Fui a esta prova também por grande consideração que me merece o seu responsável máximo, o amigo Aníbal Godinho, e devo dizer desde já que me considero especialmente satisfeito pelo que encontrei e o prazer que me deu fazer aquele percurso. Depois da tareia da Freita era de bom senso parar mais alguns dias antes de me meter noutra mas pelo que estava informado o Trail do Almonda nada teria a ver com a Freita, pelo menos a nível técnico, já que a dureza também esteve lá mas bem disfarçada através de trilhos espectaculares bem tratados e limpos ajudando assim a minimizar os sacrifícios que aqui e ali tivemos de superar. A prova com este novo percurso torna-se muito bonito e todo ele percorrido em plena Natureza, excepção feita a pequenas incursões em aldeias cujo enquadramento pouco difere do resto percorrido.
O entupimento surgido aos 2 kms de prova ainda está por resolver, provavelmente a organização terá de procurar localizar aquela passagem com mais 2/3 percorridos antes de ali chegar, mas eu não me queixo até deu para descansar um pouco porque para ali chegar aquilo é quase sempre a subir e em abono da verdade também não ouvi quem quer que fosse a queixar-se e eram muito os que esperavam a sua vez para descer aquilo. Logo ao fundo na Aldeia comecei a ver aquilo que faltou na Freita, 1ºs socorros, ali era um local de vigilância apertada, logo pouco depois mais bombeiros a quererem dizer que poderíamos estar tranquílos a nível de apoio e 1ºs socorros durante a prova. Face a alguma polémica surgida durante a semana devido à falta de 1ºs socorros na Freita e também ás diversas tomadas de posição de alguns intervenientes e outros, foi óbvio que muitos amigos se interessaram em saber como me encontrava, a resposta dada foi natural, se estava ali era porque me sentia bem e as consequências do que se passou estavam ultrapassadas. Foi, segundo creio, um pouco antes do 1º abastecimento (5 kms) que uma amiga chamada Catarina (ver foto que acompanha esta crónica) se juntou a mim e estabelecemos conversa a versar naturalmente as minhas odisseias e a Freita em particular informando-me ao mesmo tempo que enquanto podesse se iria manter ali comigo até ao fim. Foi a partir dali que ganhei uma nova motivação e o meu cuidado foi verificar sempre se ela vinha bem. Entretanto no 1º abastecimento lá estava presente mais uma ambulância de apoio e uma mesa recheada de líquidos e sólidos, aliás foi assim durante todos os abastecimentos que de 5 em 5 kms a organização colocou à nossa disposição, como sempre apenas ataquei a melancia e a água era o único líquido que ingeria.
A Serra oferecía-nos agora trilhos espectaculares, mesmo antes de lá chegar ouve ainda tempo para observar a passagem de 2 batedores em motos com transportamdo caixas de 1ºs socorros para apoio imediato em caso de necessidade e um Jipe que ia andando a vigiar e a ver se estava tudo bem. A Catarina ia-se mantendo ali, ora ultrapassávamos ora éramos ultrapassados, mas isso pouco importava levávamos o nosso ritmo e o objectivo era chegar, por isso e talvez devido ao facto de lavar comigo os apoios nas subidas eu avançava um pouco porque me sentia mais forte para depois nas descidas e rectas aguardar um pouco. Foi a partir dos 20 kms (junto ás antenas) que não mais nos separámos, ultrapassámos muitos atletas, de ambos os sexos, chegando com bastantes energias que ainda deu para fazermos um bom sprint final. Cada prova tem a sua história, para além companhia da Catarina realço também, para além da sua simpatia, a sua vontade de aprender a percorrer um trail, andou sempre atrás de mim com o único cuidado de aprender a contornar os obstáculos e fê-lo sempre com o maior dos cuidados, como aprendeu também a gerir a sua prova de modo a que chegasse ao fim ainda com forças para desfrutar daquele final de prova.
Para mim foi um prazer enorme ter voltado ali ao Almonda agora com um renovado percurso que o torna espectacular, eu e os meus amigos viemos muito satifeitos com vontade de voltar. O almoço foi outra coisa que nos agradou, ao fim de 5h. de prova soube bem aquele excelente manjar, bem melhor do que a sandes e uma sopa do último fim de semana e depois de andar 15h. a "pão e água".
Percorri os 29,720 kms em 4,57h. ainda a tempo de almoçar e conviver um pouco com os amigos.
Agora é preparar com algum descanso a Ultra Maratona Melides/Tróia já próximo dia 22 deste Mês.
3 comentários:
Obrigada Joaquim pela companhia, pela aprendizagem, e pelos simpáticos comentários sobre mim neste post. Foi para mim um prazer, e uma sorte!, ter apanhado boleia consigo, o que me fez conseguir ter acabado esta belíssima prova e aprender como se consegue fazer uma prova dura destas com forças suficientes para fazer um sprint final para a meta ao fim de 5 horas de luta. Este é o meu segundo trail que faço, até aqui só tinha feito provas de estrada, entre maratonas e provas mais pequenas, mas este tipo de espirito de ajuda e camaradagem típico das provas de montanha é algo que me começa a fascinar. obrigada mais uma vez e até à próxima! Bjs da Catarina Portela.
Companheiro
mais um desafio, vencido com a garra e determinação que te carateriza, uma semana após a Freita.
As provas sejam elas de 30 ou 70, têm que ter gente no apoio na mesma proporção dos km percorridos.
Não faz sentido se numa prova de 30 ter 20 elementos na organização e em 70 ter os mesmos 20. Venha quem quiser apoiar esta ideia, que está enganado e que nunca lhe aconteça o mesmo que te aconteceu e a muitos outros sem o apoio que necessitavam na altura. Talvez se lhes acontecer, revejam o seu ponto de vista sobre o assunto.
Esta prova nunca a tinha feito e sinceramente gostei. Como o referes, temos ali um trail que nos agrada e não são as pedras ou pedregulhos, subidas ou descidas mais técnicas que nos 'assustam'. Assusta sim saber que se algo nos acontecer não temos ninguém para nos valer nesse momento, o que, felizmente, não aconteceu nestes trilhos de Almonda. Tínhamos meios logísticos suficientes para fazer face a algo menos bom que tivesse acontecido.
A Catarina ficará agora mais habilitada a novos desafios. Cada prova é uma aprendizagem, mas mais sábios ficámos se tivermos mestres como tu.
Parabéns!
Grande amigo agora até já dá estágios de trail! Pode pedir o doutoramento na matéria que tem os créditos todos ao contrario de alguns políticos (gosto mas de lhes chamar ladrões que politico é outra coisa) da nossa praça!
Forte abraço
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