segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Grande Prémio da Arrábida, a prova do Moscatel


Já na parte final  (foto do Mundo da Corrida)

Foi a minha estreia no Grande Prémio da Arrábida, sempre ouvi falar no tal abastecimento famoso de moscatel e resolvi partir à procura desta originalidade rara e própria da Região. Também a simpática rapaziada das Lebres do Sado justificou a minha presença ali na sua prova depois de tantas aventuras passadas em conjunto aí pelos diversos cantos do nosso país numa ajuda comum e fraternal.
A prova em si tem as suas naturais dificuldades, nomeadamente o acesso ao alto de Palmela, nada a que já não esteja habituado quando toca a subir montanhas, o problema é que sinto já uma natural fadiga, (e das grandes), que ás primeiras dificuldades tenho de meter travão e recuperar um pouco antes que rebente de vez. Foi uma prova bonita tendo passado por locais que eu não conhecia, não vou enumerar pontos negativos porque não é esse o meu princípio, pelo menos quando diz respeito ás organizações de provas, a menos que sejam tão graves e deliberados. Mas tenho que fazer uma pergunta: O que é que levou a que os 6 primeiros classificados da geral em determinada altura da corrida se tivessem enganado no percurso?
Eles desportivamente aceitaram a situação mas era de todo evitável, penso eu, pois ninguém gosta de perder, nem a feijões.
Apesar das minhas debelidades ao longo da prova em resultado dos poucos kms que a prova tinha, a exigir ritmos mais elevados a que não estou habituado, tenho a convicção de lá voltar porque a Arrábida é um local muito bonito e a Organização (Lebres do Sado) tudo têm feito para manter aquela Região na agenda dos corredores e amantes da Natureza.
Estive acompanhado de mais 4 atletas do meu Clube, Amigos do Vale do Silêncio, tendo feito a minha corrida, até onde pude na companhia do nosso Míster (e foi até ao Moscatel,claro) tendo chegado com 1,18,00h para os 12,850kms de distância.
Dia 1/12 vou até à Marinha Grande, (20 anos depois da minha melhor marca à Meia Maratona, 1,16,30h) será mais um treino para a Maratona de Domingo em Lisboa e com as devidas cautelas para que nenhum osso se aleige.

Ao longe o Míster a tentar e a conseguir a fuga

Eu, o Daniel, o Hernâni, o Fernando e o Vaz.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Grande Prémio da Mendiga 2010


Na partida e como sempre de peito feito

Dando cumprimento ao plano de provas traçado com a devida antecedência estive hoje na Mendiga acompanhado pelo staf de apoio familiar e cada um com a sua missão, a Susana para levar o "puto" a passear, o Daniel para competir e ajudar a nossa equipa "Amigos do Vale do Silêncio" a tentar conseguir um bom lugar na classificação colectiva juntamente com o Hernâni, o João Vaz e o João Inocêncio. Eu ia na missão de participar na variante de treino mais lento para compensar algum desgaste que ainda tinha da grande jornada de S.João das Lampas, da última Sexta Feira à noite.
Para isso contei com a ajuda mais uma vez da Susan Mota desde que foi dada a ordem de partida, não se pense que foi fácil já que os primeiros 5 kms foram feitos abaixo dos 5,30m, tal como no treino noturno nesta altura já começava a dizer para os meus sapatos que aquilo ia ser tramado, valeu-nos que nesta altura da prova já se está a subir e acalmámos. Nesta altura já levávamos a companhia do António Pinho que se juntou a nós logo após a partida e ali ficou até final da prova dando mostras de grande solidariedade pelo facto de a Susan a partir dos 8kms sentir algumas dificuldaes na articulação de um joelho e também de uma canelite que de volta e meia a apoquenta. Quando já íamos de peito aberto subindo até Serro Ventoso contra uma já forte ventania levámos também com uma tremenda enchurrada que até doía, no início até soube bem mas depressa nos fartámos daquilo, tal não era a quantidade.
No retorno mantivemos sempre o ritmo por forma a que a Susan não acusasse demasiado o esforço, aqui e ali ia refrescando a parte mais desconfortável de forma a que conseguisse chegar ao final. Perto dos 15kms ainda tivemos a visita do Luís Mota e também do Daniel que solidariamente vieram ao nosso encontro logo após terem terminado a sua prova.
Concluímos os 16,180kms em 1,35,28h. (média de 5,54m por km.). Para mim foi excelente pois precisava deste treino para acalmar um pouco da loucura da noite de Sexta.
Da minha equipa destaco os 4 elementos atrás citados por terem contribuído para uma boa classificação, face à boa valia das outras equipas não conseguimos o objectivo que era ficar nas 10 primeiras e por isso merecem o meu reconhecimento pelo seu esforço e dedicação. De destacar  as excelentes classificações obtidas pelo João Vaz: 10º da Geral Individual e 1º no escalão + de 40 anos e do João Inocêncio com um honroso 19º da Geral Individual e 4º no escalão + 40 anos, arrecadando cada um 2 troféus muito bonitos. O Vaz ainda conseguiu ganhar para a bucha, mas nem por isso comeu a dobrar!!!
Após o almoço (mais uma vez esteve excelente) foi feita a distribuição dos prémios. Aqui lamentávelmente caíu a maior nódoa desta magnífica prova, revolta-me que andem aí uns Caça Dotes, que apenas se interessam de algumas provas para lá irem caçar algum dinheiro e logo que se apanham com a massa na mão se estão nas tintas para quem com tanto esforço e dedicação tudo fez para os receber bem. Que total falta de respeito de dois atletas que no panorama nacional têm (ou deviam ter) especiais responsabilidades na promoção das boas práticas como exemplo para todos os outros e fundamentalmente para quem promove os eventos e que lhes possibilitam participar, e se for o caso, ganharem o justo prémio pelo seu esforço. Infelizmente hoje o Hermano Ferreira e o António Travassos (1º e 3º da Classificação geral) estiveram francamente mal, eu diria pessimamente mal, conseguiram que a organização lhes adiantasse o prémio monetário antes da Cerimónia e abalaram sem dar cavaco a ninguém. Foi uma tristeza ver aquele pódio com aqueles lugares vazios, ver ali altas personalidades do Concelho de Porto de Mós e do Destrito de Leiria, tais como: Representante do Governo Civil, Presidente da Cãmara, Presidente da Junta de Freguesia, representante da Santa Casa da Mesiricórdia e outros que pelo seu trabalho desenvolvido em favor das populações ali estavam como convidados e que se associaram a esta manifestação desportiva dando um alto crédito pelo trabalho desenvolvido pela Colectividade local.
Não deixarei de reprovar a própria organização ou quem tomou a iniciativa de conceder os prémios conquistados pelos referidos atletas fora do protocolo estabelecido através do Regulamento, transformando aquela cerimónia de consagração dos vencedores em algo que acabou por incomodar todos os que ali estavam presentes.
Este jesto lamentável dos dois referidos atletas acabou por ser justamente censurado pela Organização da Prova ali mesmo através do microfone, o que mereceu um forte aplauso em condenação pela atitude antidesportiva, quer do Hermano, quer do Travassos.
Não posso deixar de louvar também pelo seu comportamento correcto e de grande respeito pela Organização e por todos os atletas que ali estavam presentes o Alberto Chaiça, que tendo ficado em 2º na classificação da geral ali estava no pódio e no lugar que justamente tinha conquistado, mereceria que os seus colegas o honrassem com a sua presença ali a seu lado no pódio.
Daria um conselho a estes dois atletas, não apareçam ali mais, traíram uma vez e assim evitam trair 2ª vez.
A confusão do custume na partida

A Susana no seu passeio pedestre com o "puto"

A minha chegada com a Susan e a guarda de honra

Vista geral da almoçarada, venham cá para o Ano

Esta é a parte melhor, confesso que me lembrei do Parro

E como a vida continua e se possível limpa de alguns iluminados, estaremos no próximo Domingo no Grande Prémio da Arrábida a caminho da Maratona de Lisboa.   
Fotos de Susana


domingo, 21 de novembro de 2010

O Treino louco Noturno em S. J. das Lampas

De todo imprevisto, alinhei no dia 19/11 no Treino Noturno de S.J.das Lampas ao lado de tantos amigos, naquele que posso intitular como o mais fantástico que realizei até hoje.
Foram na totalidade percorridos 21,220kms, exactamente no mesmo percurso da Meia Maratona de S.João das Lampas.
Ainda estou para saber como é que eu acabei por alinhar à partida neste evento organizado pelo Fernando Andrade e fortemente patrocinado e apoiado pelo Fórum O Mundo da Corrida.

Fotos de Isabel Almeida

Depois de ter participado e viver aquele ambiente tão abrangente de amizade e convívio tenho a agradecer ao Luís Miguel por ter espicaçado à última hora o Pára&Comando e ao Luís Parro que pela tardinha não se esqueceu do tlim tlim de que não estava dispensado. Face à "pressão" e ao "carinho" de última hora enchi-me de coragem e fui, esquecendo que 36 horas depois tinha, e tenho, outra prova na Mendiga na distância de 16,5kms.
Estaria hoje arrependido se não fosse, é verdade que a parte difícil foi o treino mas o resto que envolveu este são convívio acabou por compensar uma noite onde não faltou quase nada.
Fomos 29 para a estrada cumprindo o horário estipulado, um pouco desordenados mas bem assinalados com coletes luminosos, a maioria deles oferecidos pela organização, ocupando no início pelo menos uma das faixas de rodagem, a autoridade não foi requesitada e conforme os kms iam passando também fomos desciplinando aquilo.  É claro que esta "disciplina" foi fruto da diferença de valores dos treinantes que a partir dos 5 kms trataram de se fazer à vidinha, começando aí a natural seleção da qualidade presente. De louvar o companheirismo de todos até então mas todos sabemos que mesmo a treinar não se pode exigir a ninguéma que acompanhe os mais lentos durante um percurso de 21kms, e um treino é sempre um treino onde cada um procura tirar algum proveito desse esforço. As dificuldades maiores começaram aos 5kms e a minha tendência foi ir ficando para trás, pois eu era de longe aquele que menos capacidades tinha no meio daquele grupo e se não queria ficar irremediavelmente para trás tinha que gerir muito bem aquilo que ia a fazer.
Aos 8 kms olho para trás e já não vejo ninguém atrás de mim, estava tramado, ali mesmo à minha frente seguia o último grupo, de entre eles seguia o Fernando Andrade, que louve-se a sua atitude, nunca abandonou à sua sorte o último dos amigos que estavam naquela aventura, juntei-me ao grupo e consegui recuperar algumas forças pois estávamos numa zona onde é possível recarregar algumas energias.
Aos 12 kms não deixei passar a oportunidade e visitei novamente o tanque das lavadeiras, afastei os limos para o lado e vai banho, desta vez com as mãos pois o boné tinha ficado a secar, que bem soube pois não estava frio e a humidade estava muito elevada, foi o suficiente para baixar um pouco a temperatura do corpo pelo menos até onde a água chegou.
Falhei o abastecimento dos 15 kms, ele estava lá mas como tinha bebido água aos 13kms achei que não precisava e segui com relativa facilidade mas com a noção de que estava a competir e não a treinar. Nas pequenas subidas que antecedem os 18kms não forçava e deixava o grupo em que vinha e mais à frente tentava sempre recuperar, até que no final da subida dos 18 kms me deu um trek de tal maneira que fui obrigado a parar, primeiro, dificuldades de respiração e depois total ausência de forças que me obrigaram a parar, vómitos sem nada sair, e continuei a andar, o Fernado que vinha a fechar ficou ali comigo e ficámos os dois cá para trás já a uma distância considerável. Depois de andar um pouco tudo voltou ao normal, agora com uma nova reação positiva, que estranhei pois já tínhamos percorrido 18kms. e encetámos a recuperação até áquele grupo que ia à nossa frente. Aos 20 kms já estamos todos juntos e formámos aquele grupo final até chegarmos à meta no local do custume. 21,220kms para o tempo final de 2,05,29h, apenas 43 segundos a mais do que tinha feito em Setembro na Meia Maratona.
O resto da jornada foi excelente, banho de água fria (soube bem) pouco depois da meia noite, pela 1h da manhã já estava de volta da água-pé, do frango assado e de todas as iguarias postas à nossa disposição.
No final deu-se a inversão dos papéis de todos os actores, éramos nós os convidados, que devíamos agradecer ao Fernando Andrade e ao Clube Recreativo de S.joão das Lampas a oportunidade que nos deram de participar naquela extraordinária jornada de confraternização e amizade que teve na corrida o seu principal objectivo.
Obrigado a todos pala camaradagem.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ANTES QUE SEJA TARDE


ANTES QUE SEJA TARDE

Amigo,

tu que choras uma angústia qualquer

e falas de coisas mansas como o luar

e paradas

como as águas de um lago adormecido,


Não acredito

acorda!

Deixa de vez

as margens do regato solitário

onde te miras

como se fosses a tua namorada.

Abandona o jardim sem flores

desse país inventado

onde tu és o único habitante.

Deixa os desejos sem rumo

de barco ao deus-dará

e esse ar de renúncia

às coisas do mundo.
Eu nem quero acordar


Acorda, amigo,

liberta-te dessa paz podre de milagre

que existe

apenas na tua imaginação.

Abre os olhos e olha,


abre os braços e luta!

Amigo,

antes da morte vir

nasce de vez para a vida.



 Manuel da Fonseca





segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meia Maratona da Nazaré 2010


Início da Meia Maratona
 Pelo 3º ano consecutivo (em 36 Edições da prova) estive na Nazaré a participar na sua Meia Maratona. A ideia era, e foi, recuperar da Maratona do Porto realizada no fim de Semana passada no dia 7 de Novembro.
Para isso contei com a ajuda do Mário Lima, pelo menos até ao retorno aos 12,5kms, e o resto estive por minha conta já que ele a partir dali não me quis dar mais confiança!!!
Mas a ideia era correr ao lado de outros amigos e de forma mais lenta, de entre eles estavam a Ana Pereira, o António, ambos do Clube de Sargentos da Armada, do José Magro, de entre outros, só que procurei e não os vi.

O Comando e o Pára inseparáveis

Também chegámos atrasados, o nosso "GPS" levou-nos de Loures até ás Caldas da Rainha para aí então entrarmos na A8!!!!!!!!!!! e por isso tivemos muito pouco tempo para preparar a partida e pôr tudo em ordem.
Ainda assim encontrei quase toda a rapaziada amiga que esteve comigo no Porto, tendo escolhido a Nazaré para acalmar um pouco os ânimos até que a Maratona de Lisboa não chega.
A Susana e o Daniel acompanharam-me nesta prova, ela a matar saudades daquela animação e aproveitar para passear um pouco ali à beira mar (em Janeiro vai ser mãe), ele que aproveitou o fim de Semana prolongado para fazer mais uma corrida juntamente com um bom número de colegas que representaram o nosso Clube, O Vale do Silêncio.
 Parti com muitas cautelas com o Mário e íamos olhando para trás a ver se vinha o grupo que eu procurava (também não sabia se estavam para a frente), os primeiros 5 kms foram ultrapassados com esse pensamento mas a partir dali fomos aumentando gradualmente o andamento e começámos a ultrapassar atletas, alguns deles bem conhecidos e que também estavam na ressaca do Porto. No lado contrário começaram a vir os atletas que já tinham feito o retorno e naquele ponto onde eu ia, 10kms, já levava 5kms de atraso, nada de especial considerando as naturais diferenças. O Luís Mota tinha-me afiançado que hoje era mesmo para descansar, acreditam? e lá vinha ele muito bem classificado na geral, ele não se poupa mesmo, felizmente tudo lhe correu bem mas acho que ele tem de se moderar um pouco se quiser chegar a Lisboa em condições de melhorar ou aproximar-se da sua melhor marca na Maratona.
Almoço convívio
Muitos outros amigos se foram cruzando comigo até que ouço a Ana Pereira a incentivar-me do outro lado da estrada, afinal ela vinha para trás, como eu já ia sozinho e com algum avanço deste grupo segui num andamento agora mais forte na tentativa de ainda aproveitar uma possível quebra do Comando, passo pelo Rui, namorado da Ana e saúdo-o satisfeito por o ver ali e pensar que a sua luta contra o tabaco acabará por sair vencedora e sigo. Aos 15 kms falta água no abastecimento, só havia esponjas e vi muita gente a apanhar garrafas do chão para beber alguns restos. Foi uma pena esta mancha, ali estava o abastecimento conjunto dos 10 e dos 15kms. a organização tem de repensar e resolver este problema, é verdade que muitos atletas levavam em grande parte duas garrafas cada e não pensaram nos que vinham atrás, à falta da sensibilidade de alguns tem de responder a organização com alguma disciplina.
Escaldado como eu já estou levei desde o início os meus 2 cantis e aquela falha no abastecimento não me afectou porque tinha ainda alguma água tendo mais à frente, aos 16kms, abastecido num chafariz que estava ali à beira da estrada. Ainda ofereci alguma a alguns que eu via que estavam mais aflitos.
Enquanto corria à procura da meta ia olhando ao longe mas do Mário nada, e resignei-me, ainda não era hoje mas sentia-me bem e segui sempre num andamento mais forte na tentativa de mesmo assim chegar dentro das duas horas de prova. O vento estava mais forte e ameaçava chover, é assim que eu gosto de correr, cada vez que nos aproximávamos mais daquela Avenida imensa da Nazaré o vento ia castigando cada vez mais, mas eu ia a gostar pois tornava o ar mais fresco, ajudava a respirar melhor enquanto o corpo se ia sentindo também bem mais fresquinho.
Aos 20 kms vi que iria para uma marca abaixo das duas horas, tinha 1,51h. o suficiente para acabar dentro dos planos possíveis e mais uma vez sem mazelas que pusessem em causa as provas programadas que se seguem.
 Terminei com 1,57,07 para os 21,290kms.??? 1005º da geral, média de 5,30m. (A organização creditou-me com 1,57,55h.
 Aproveitámos no final para nos juntarmos num almoço convívio num dos muitos restaurantes existentes na Nazaré e ao mesmo tempo aproveitar para que cada um podesse pôr a conversa em dia.
Segue-se a prova da Mendiga já no próximo dia 21 de Novembro. (A caminho de Lisboa)
Classificações

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

7ª Maratona do Porto, (A minha 8ª Maratona)


Completei no Porto a 8ª Maratona em estrada no passado dia 7 de Novembro de 2010, a 4ª no último ano, depois de um interregno de 16 anos. Devo confessar que me emocionei quando ao virar aquela curva à esquerda vi a poucos metros aquela passadeira vermelha que me esperava para os momentos finais de mais uma odisseia que estava prestes a concluir, mas consegui controlar-me a tempo e rejubilar pelo facto de ali ter chegado sem mazelas e em boas condições físicas para além das naturais consequências normais que advêm do elevado esforço a que sujeitamos todo o nosso organismo em toda a sua amplitude.
Não foi uma prova fácil, nunca é quando se trata de uma Maratona, e ela diverge de indivíduo para indivíduo mesmo que o trajecto de ano para ano seja o mesmo, basta que qualquer um discore um pouco a necessária preparação, ou o mais aproximado possível, para que as coisas descambem para a dificuldade precoce e o inevitável sofrimento crescente conforme o número de kms forem aumentando a caminho do seu final.
Penso que foi neste quadro que me situei e vivi durante toda a prova, tinha como ambição (embora relativa) de me aproximar da marca do ano passado a rondar as 4 horas, e tinha a convicção que poderia consegui-la, apesar de à 15 dias andar envolvido no combate a uma pequena dor logo acima dos gémeos da perna esquerda, tendo por causa disso evitado excessos que numa situação normal nunca aconteceria.
Quem pode ficar incensível ver alguém "impedido" de fazer aquilo que gosta?
Um grande abraço de solidariedade, António
Quando parti tive o cuidado de avançar com prudência pois o aquecimento tinha sido muito deficiente e estava algum frio, ainda por cima a poucos metros situava-se a subida mais complicada de toda a corrida, não porque fosse difícil mas porque era a 1ª e tinha uma forte inclinação. Mas depressa esqueci essas cautelas, na Av. da Boavista ultrapassei pelo ritmo que levava rapaziada amiga aproveitando aquela longa descida, mas sabia que mais à frente iria dar-se a inversão destas posições, a Otília chega-se a mim e consigo ir ali um pouco a par dela, mas foi sol de pouca dura, em menos de nada desapareceu da minha vista (ela progrediu muito nos últimos tempos) e eu já não consigo acompanhá-la. Aos 10 kms tinha 53m de tempo de prova, demasiado rápido, mas aceitável pelo facto de ter beneficiado das descidas que o percurso tinha até ali, e foi ali que comecei a sentir o aparecimento de pequenas dores nos calcanhares, atribuí isso ás descidas onde os calcanhares estão sujeitos a um esforço maior, e não me enganei pois um pouco mais à frente deixei de sentir qualquer dor.
Quando entrei na Ponte D. Luís, cerca dos 17 kms, já o Luís Mota estava a cruzar comigo vindo da Afurada, já me levava 8kms de avanço. Aqui ainda eu me sentia bem e ia dentro dos objectivos secretamente ambicionados, mas aquela volta de ir à Afurada e voltar é tramada, torna-se monótona e não fora o incentivo que vamos recebendo e devolvendo aos amigos que por nós se vão cruzando e aquilo custaria certamente muito pior. Após a passagem da Ponte da Arrábida encontro o António Almeida ali no passeio a apoiar-nos juntamente com a sua família, não estranhei ali a sua presença, pois sabia da existência de um arreliador problema que o impediu de participar na Maratona, ainda assim fiquei muito feliz por os encontrar ali. Um pouco mais à frente era o retorno e onde estava situado o controlo da passagem da Meia Maratona, 1,58h. já vinha em quebra (2 m) a mais do que o ano passado e tinha perdido alguns minutos que trazia de caução desde a 1ªdezena de kms. Aos 25kms percebi que chegar ao final ia ser um autêntico tormento, aproveitei o abastecimento de água e fruta para andar um pouco e fazer aquela pequena subida da Ponte D.Luís tendo logo de imediato retomado a corrida, do lado de lá vinha já o Vitor Veloso, o Filipe Fidalgo e um pouco mais atrás o Fernando Andrade, de entre outros, que grande corrida eles vinham a fazer, nomeadamente o Vitor e o Filipe que estavam a fazer a sua estreia na Maratona. Sorri para eles e deixei os incentivos necessários nestas ocasiões e segui já a caminho da Ponte do Freixo (retorno) penosamente sem dar a perceber das dificuldades que já sentia. Antes do Freixo vejo passar a Dina em boa companhia no seu passinho sempre certo e bem disciplinado e eu apenas me limitei a segui-la com o olhar e com pena de não a acompanhar. No retorno, cerca dos 18 kms vejo aproximar-se já o grupo que tinha ultrapassado lá mais atrás (de entre eles estava o Parro) e não tardou que em pouco tempo se colassem e se fossem embora, eu seguia conforme podia e resistia a todo o momento da vontade de começar a andar, desciplinei a minha corrida, correr entre abastecimentos e andar enquanto idratava e comia alguma coisa, a partir dos 35 kms as coisas complicaram-se, os rins e as cólicas nos intestinos queriam pregar-me a partida, resisti e aos 37,5kms tomei o último Gel que levava, as coisas melhoraram um pouco andando ali um pouco aproveitando uma pequena subida e estrada de paralelos que ali existia. A partir dali eu sabia que ia chegar, correndo devagar era aquilo que eu era capaz de fazer, fazia muito vento naquela zona mas como o meu ritmo também era lento o fresco da forte aragem até me ajudava a levar o enorme peso que já sentia em todo o corpo e que as pobres pernas tinham já à muito tempo dificuldade em suportar. Quando cheguei aos 40kms em Matosinhos aproveitei o último abastecimento para recuperar um pouco e parti com a convicção que só pararia depois de atravessar a meta da Maratona, nem a subida da Av. da Boavista me amedrontou, penoso foi quando avistei os painéis de chegada e puxar pelas últimas reservas que tinha para conseguir lá chegar, apesar de poucos os aplausos são um grande apoio e foi assim que cortei a meta, num misto de grande satisfação e emoção por ainda ser capaz de fazer e completar uma Maratona.
Marca final: (no meu Garmin) 4,22,59h. para os 42,710kms??? (4,23,35 oficial)
Há 20 anos fiz a 1ª e a emoção continua a dominar tal como nessa altura, assim espero continuar.
Aos amigos que comigo confraternizaram neste fim de Semana no Porto, muito obrigado.
Uma palavra final de parabéns para a runporto na pessoa do seu responsável máximo Jorge Teixeira, que mesmo sofrendo de descriminação em relação a outros vai desenvolvendo e progredindo a corrida em Portugal com grande sucesso, tendo como exemplo esta extraordinária prova da Maratona, edição de 2010, que a todos nos deixa encantados.
Classificações

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Maratona do Porto (a 3 dias)

Faltam 3 dias para a Maratona do Porto, Edição de 2010. É a 2º Maratona de estrada que vou tentar fazer este Ano, a 1ª foi em Sevilha no já longínquo dia 14 de Fevereiro, concluída com êxito.
A preparação feita não foi específica para esta Maratona, ela surge com naturalidade por efeito de alguns treinos e também provas com alguma dimensão em kms, tal como: Meia Maratona de S.J. das Lampas, Raid do Alqueva, M.M. da Moita, 20kms de Almeirim, de entre outras de menor dimensão. Penso que é o suficiente para enfrentar estes 42,190kms na Cidade do Porto.
É o regresso a uma prova que gostei imenso, foi também esta prova que me permitiu conhecer melhor o Porto, nomeadamente todo o trajecto que a prova tem, sem esquecer também que foi ali que conheci alguns amigos e reencontrei outros e pelos quais nutro grande amizade.

Esta é a Altimetria que a prova tem (segundo a organização), bastante favorável.


Altimetria e a sua localização (dados da organização)


A minha prestação em 2009

Como eu já não corro na busca de melhores marcas procurando apenas chegar sem mazelas de maior, vou mesmo assim tentar que a diferença da marca deste ano não "fuja" muito da do ano passado. Para isso também irá contribuir o tempo que fará, para mim preferia um pouco de chuva e alguma frescura, seria o ideal. Vamos a ver. Para todos os que lá estiverem nesta aventura desejo a melhor sorte.