
Sevilha confirmou mais uma vez o que é a arte de bem receber, rigorosos é certo, mas onde as coisas se desenvolvem sem que praticamente tenhamos de perguntar seja o que for. Somos guiados numa sequência impessionante desde que entramos naquele imponente Estádio Olímpico até nos apresentar-mos na linha de partida passando por todas as fases de preparação: WC, vestir equipamento adequado à corrida, entrega de sacos para o banho à chegada, aquecimento, tudo dentro das naves do Estádio e falamos de mais de 3 mil maratonistas.
Já na véspera tinhamos sido obsequiados com um almoço de Pasta Party como é habitual em grandes eventos (excepção feita à Maratona de Lisboa na Edição de 2009, inacreditável) num espaço gigantesco situado na Isla Mágica (Ilha Mágica) antigo espaço que serviu de palco à Grande Esposição de Sevilha em 1992.
Por isso só posso estar sa

tisfeito por ao fim de 6 deslocações a Sevilha para correr continuar a elogiar a forma sempre profissional como em todos os eventos os espanhóis se esforçam para que nada falte aos corredores.
A manhã de Domingo estava fria, dizem que 2 graus positivos, mas eu praticamente não o sentia provavelmente por estar um pouco ansioso a aguardar que fosse dado o tiro de partida. Estive sempre acompanhado, desde o aquecimento, pelo meu colega de equipa Elísio Costa e fizemos questão de fazer a prova juntos até onde isso fosse possível. Antes da partida procurámos o marcador das 4 horas que era antes da partida um dos objectivos possíveis para a minha prova. Com a confusão da partida depressa ficámos para trás pois o túnel de saída dos atletas é bastante estreito e só a poder de um ritmo bastante forte conseguimos recuperar e chegar junto do marcador das 4h. era fácil de identificá-lo pois levava um balão bem lá no alto. Ficámos por ali até por volta dos 5 kms iniciais, como os encontrões iam-se sucedendo eu e o Costa fomos um pouco mais para a frente e comecámos a rolar a uma cadência entre os 5 e os 5,15 ao

km e afastámo-nos do Marcador. Aos 10 kms passei com 53,37 e sentia-me muito bem e a companhia do Costa era excelente pois de km a km eu ia vendo a regularidade dos tempos, depois, também tivémos ótimos abastecimentos a cada 2,5kms. Os 15kms foram ultrapassados com 1,20,10h. com um ritmo idêntico e ainda bem confortável, do Costa nem um queixume, seguimos e em breve chegámos à Meia Maratona com 1,54h. (tempo oficial 1,56h.), encontráva-me com uma margem de 6´que me iriam servir de almofada lá mais para a parte final quando as dificuldades maiores começassem a dificultar-me a tarefa. Aos 30kms passei com 2,41,14h. sentindo já algumas dificuldades e rolava já à média de 5´30 km e foi a partir daqui que o Costa começa a sentir-se melhor e vai avançando na companhia de outro atleta que entretanto se juntara a nós, mas consegui manter o ritmo e segui sempre com eles na minha visão, sinal de que conseguia manter, também eu, o ritmo. A partir dos 20 e a cada 10kms tive o cuidado de ingerir um gel sempre que encontrava o abastecimento de água respectivo, neste campo pode-se dizer que a organização podia estar melhor, apenas colocou pedaços de laranja à nossa disposição, mesmo assim não lhe toquei, faltou ali uma banana, e um cubo de mermelada em alternativa para que muitos dos atletas podessem retemperar algumas forças.
Aos 35kms já rolava

a 5,45m e as pernas começavam a reagir e o frio começa a fazer-se sentir, pois já seguíamos numa zona junto ao Rio onde a protecção das casas pouco se faz sentir, ainda assim passei com 3,10,14h. Nesta altura já não dispensamos nenhum abastecimento líquido, a água estava gelada nas garrafas, mas mesmo assim foi de uma ajuda preciosa e ela estava ali em cada lance de 2,5kms. 40ks, chegado ali já nada nos impede de cortarmos a meta e o Estádio ali estava imponente à nossa espera, 3,40,51h. marcava o meu Garmin e os 6´era agora o que demorava fazer cada km. Desde o início que a distância oficial marcada a cada km não correspondia com a minha e no final viria a traduzir-se em mais 530 metros, e não fui o único a verificar isto.
Quando o meu Garmin marcou os 42,190kms tinha 3,54,23h tendo cortado a meta com 3,57,34 (oficial ) com a média final de 5,36 final, correspondendo este tempo aos tais 530m a mais.
A Chegada à pista do Estádio Olímpico é espectacular, estava pouca gente e certo, mas terminar uma Maratona naquele local recompensa-nos do sacrifício que tivemos de enfrentar para chegar ali, (citando o amigo Capela que me enviou uma mensagem enaltecendo aquele momento).
Ouve muitas coisas boas e menos boas que se passaram, prefiro salientar as boas, as outras é para não esquecer e para não repetir.
Voltarei a Sevilha.