quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Trail de Bucelas, 2/2014




Uma semana depois da Serra da Lousã foram as serras que circundam a bonita Vila de Bucelas a dar continuidade ao caminho que tenho de percorrer até chegar em Maio à Serra de S. Mamede em Portalegre.
Há cerca de 1 ano ficara a observar no local desenrolar da prova por estar com um problema nos gémeos que me levaram a desistir na prova dos Abutres, mas este ano não podia perder esta oportunidade pois havia uma grande expectativa nesta prova até pelo número de atletas inscritos.
Conhecendo eu bem a região optei por calçar uns ténis de trail mais leves e macios já que o percurso é em terra batida e com pouca rocha ou pedras soltas, porém o traçado da prova levou-nos a percorreralguns trilhos improvisados e outros em perfeitas condições dentro de vinhas e encostas onde a lama nos dificultava permanentemente a progressão. 
Aos 9 kms estava o 1º abastecimento numa quinta onde era visível alguns depósitos em inox que deduzi estarem cheios de vinho da região e integrarem a região demarcada do Arinto tão afamada nesta região, não parei neste abastecimento mas pela quantidade de atletas ali parados o manjar devia estar muito bom, a prova estava a ser percorrida ao contrário do ano anterior por isso a 1ª subida a sério apareceu cerca dos 12 kms, a mesma que há 1 ano foi a última e levava os atletas até à meta, o terreno estava muito enlameado e dificultou-nos muito naturalmente a subida, para além da lama tem também uma forte inclinação, aqui tive a ajuda preciosa dos meus bastões, que não dispenso sempre que tenho de enfrentar uma prova de trail. Neste ponto vinha já na companhia do Orlando Duarte em plena cavaqueira, quis ficar ali uns momentos comigo para me fazer companhia mas um pouco antes de chegarmos ao topo disse para se ir embora pois a sua prova acabava aos 15 kms e eu ainda tinha mais 10 para a concluir.
Tal como a subida também a descida era difícil de fazer, a lama, os trilhos estreitos e atletas mais cuidadosos complicavam ainda mais as coisas, pedindo licença fui passando alguns mas ao passar no local onde se fazia a separação do trail com a mini percebi o porquê de tanto cuidado, eram quase todos para os 15 kms, então fiquei sozinho e prossegui à procura de ultrapassar os últimos 12 kms. O abastecimento seguinte junto ao rio Tranção apenas tinha água e voltei a não parar, bebi rapidamente 1 copo de água e segui para passar de seguida por um túnel debaixo da CREL, a subida ao ponto mais alto da prova começa aqui, circundamos a serra em caracol até chegar ao topo e por lá andámos nos kms que se seguiram. Aos 20 kms tivemos novo abastecimento e controlo de passagem (era o 2º), aproveito agora para comer 2 ou 3 bolos que me souberam muito bem e feito à base de açúcar, bebi água e atestei o camelbak, sim ele fez-me também companhia, pensava eu que a parte mais difícil da prova estava superada mas rapidamente tive de me conformar que assim não era, ao descer de novo a montanha já na
direcção da meta encontramos de novo um trilho em péssimo estado, não havia arvoredo nem vegetação onde se agarrar, a mim valeram os bastões que evitaram as quedas, à frente e atrás as quedas de outros atletas eram constantes, mas ninguém se aleijou e podemos chegar todos bem ao final da prova. Dali até final foi excelente, até a passagem do rio Trancão foi divertida que até deu para limpar um pouco os ténis e os pés da lama que vínhamos arrastando, no final o merecido aplauso dos amigos que ainda lá estavam, principalmente os do meu Clube Amigos do Vale do Silêncio. Sentia-me bem e esse era o objectivo principal depois da tareia da Lousã, tinha percorrido 25,170 kms para o tempo de 3,52,14 h, tempo oficial.
Venha agora Terras de Sicó e alguns treinos matreiros que tenho de fazer de permeio. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ultra Trail dos Abutres, 2014

Quando eu era criança ia a uma mina buscar água para beber e para todas as necessidades em casa, naquele tempo não havia água canalizada, hoje já homem vou à mesma mina e já lá não consigo entrar porque entretanto cresci. Isto vem a propósito da edição 2014 do Ultra Trail dos Abutres ontem realizado, totalista nas edições anteriores (com uma desistência), desde a 1ª edição a Ultra tem vindo sempre a crescer em número de kms e dificuldades e eu no mesmo período tenho vindo sempre a decrescer mas sentindo sempre o aumento das dificuldades e com e cada vez mais problemas para lhe fazer frente, resumindo: a mina está lá intocável como sempre e a serra não alterou em nada a sua forma inicial, eu é que cresci, vivi e nesta fase do ocaso olho e vejo que a natureza é igual a ela própria, só temos é de desfrutar dela e deixar que as coisas aconteçam.
Os Trilhos dos Abutres foram sempre de alta dificuldade em transpor, a serra, seja qual o ângulo que seja traçado, é e será sempre de uma beleza extrema, chova ou faça sol as dificuldades para nós nunca abrandam, antes pelo contrário, a tendência normal é torna-la aliciante e deste modo desafiar a capacidade física humana a partilha-la nos seus múltiplos obstáculos quase virgens que ainda conserva.
Para mim, que sempre gostei de desfrutar esta prova, este ano ultrapassei em demasia essa barreira, entrando mesmo em estado de alguma ansiedade devido aos limites impostos pela organização (e bem) nos tempos de passagem em alguns pontos de controlo, contudo, bem longe estava eu de pensar que em apenas 2 anos o traçado da prova mudaria tão radicalmente, pelo menos no 2º terço do trail, isto é, depois da 1ª subida ao alto quase tudo mudou, e foram estas alterações que me surpreenderam e deixaram em maus lençóis, tinha 5h para chegar aos 25 kms e não consegui por 20m, (o vencedor da prova já tinha chegado à meta com 4,44h), valeu-me que a organização estendeu em mais uma hora os 2 controlos (25 e 35 kms) dando-nos um pouco mais de fôlego mas mantendo a rigidez do tempo final nas 12 h.
Eu estava ali com o Daniel, o meu genro, tal como no ano anterior na semana que antecedeu a prova choveu muito e deixou a serra pejada de rios e ribeiros e o terreno muito mole que se transformaria muito facilmente em lama assim que os primeiros começassem a passar, não chovia quando partimos e o céu estava encoberto, o vento era praticamente nulo mas tínhamos tido um aviso que no alto da serra fazia muito vento e frio, e a acrescentar a isto digo eu também que em toda a serra a partir logo do início o nevoeiro era muito intenso e que por vezes dificultava a visão sobre as fitas que nos guiavam, os primeiros 9 kms até ao abastecimento foram um bom aperitivo (ajudaram por certo a que os primeiros a chegar fizessem tempos canhão, juntando aqui também os 6 kms finais quase planos), o certo é que aos 3 kms de prova já eu vinha em último, bem atrás do atleta que fazia de "vassoura" o meu grande amigo e camarada paraquedista José Carlos Fernandes, tinha feito uma paragem "técnica" e ninguém se apercebeu, contudo mais à frente reentrei no grupo de trás e ali fui mais algum tempo até que tive a necessidade de tirar os bastões do kamelbeck e começar a utiliza-los contrariando as ideias que tinha de os usar só lá mais para o alto da serra face à necessidade de ter as mãos libertas para melhor enfrentar os diversos obstáculos e quedas que iriam surgir, ora esta operação motivou novo atraso e comigo ficou o "vassoura", entrámos no abastecimento dos 9 kms em último mas ainda lá estavam alguns atletas a abastecerem-se. Para além de um pedacito de banana e um cubo de marmelada nada mais ingeri, despeço-me do "vassoura" e sigo, até final nunca mais o vi mas tinha sempre a informação nos PACs que os últimos vinham com ele e dentro dos limites horários, alguns deles bem conhecidos e amigos. 
Até ao alto da Serra (km 14) nada de novo, muita água, pontes improvisadas com troncos, lama e pedras e rochas escorregadias, Há 2 anos não choveu a água daqueles ribeiros era cristalina, desta vez estava barrenta e de todas as vezes que já lá fui esta foi a única em que não bebi do ribeiro mas a tentação foi grande. A partir do alto da serra foi descer até à represa por um caminho, também novo para mim, cheio de água e lama onde o cuidado imperava para evitar as quedas, de resto nada de novo até chegar aos 17 kms onde estava o 2º abastecimento. A partir daqui o único pensamento eram os 25 kms e as 5 horas impostas para lá chegar, a Susana Brás ainda me interroga se chegaremos a tempo a este controlo e eu naturalmente tranquilizei-a dizendo-lhe o pior já estava para trás, a partir dali prossegui sozinho mas passado pouco tempo começo a aperceber-me que o percurso tinha sido alterado até chegar ao topo da montanha (890m), melhor é certo mas o pior estava ainda para vir, em 2012 descemos por pistas de ciclo-cross, socalcos enormes e um corta fogo a descer que era difícil travar e logo de seguida subir de novo ao topo sem dificuldades de maior, nesta edição descemos por uns socalcos bem mais pequenos e depois sempre a descer vertiginosamente a serra aos ziguezagues até encontramos de novo outro rio e as mesmas dificuldades já conhecidas na 1º subida. Este rio levou-nos de novo até ao fundo da serra onde estava instalado o 3º abastecimento e o controlo dos 25 kms (este local já conhecia de anos anteriores), esforcei-me ao máximo para chegar ali dentro co controlo, as 5h de prova mas não consegui, foram precisos mais 20 minutos. 
Esperava já o pior com a eliminação, o meu estado físico era já muito débil e por isso qualquer decisão era aceitável, não sei porquê a organização decidira dar mais uma hora, creio que por algum atraso na partida e também face ao estado do terreno nos tivessem facilitado a vida, seguramente se assim não fosse perto de 20 atletas não teriam prosseguido em prova. Do mesmo modo sou informado que em Gondramaz seria também cedido mais uma hora para lá chegar, passariam a 10h. Pouco nada comi ali, o estomago como é habitual chega a uma altura pouco tolera em relação a alimentos, mesmo assim forço a banana, laranja e marmelada, muito pouco para as necessidades mas foi o que consegui. Encho de novo o kamelback e sigo viagem, pensando eu que iria encontrar o caminho mais fácil até chegar ao ponto mais alto deste trail (aliás como acontecera em 2012), mas não, novo rio e as mesmas dificuldades, o nevoeiro continuava, a visibilidade era agora mais difícil, o arvoredo era imenso, o caudal deste rio era forte e as pontes improvisadas serviam de passagem de um lado para o outro por forma a permitir a nossa progressão serra acima, as fitas de sinalização cor de tijolo nada ajudam, passam quase despercebidas, valeu-nos algumas vezes as autênticas avenidas que os atletas da frente iam deixando com a sua passagem, agora já percebia porque é que a organização nos concedeu 4 h para fazer apenas 12 kms de prova, ouve alturas de tanto serpentear com subidas e descidas íngremes, com quedas à mistura, uma delas de cabeça a baixo, me sentia sem forças para continuar mas ali não havia espaço para parar, trazia por perto mais dois atletas e isso deu-me alguma confiança quanto aos riscos que íamos correndo a cada instante, as cascatas impressionantes iam aparecendo, isto representava mais um esforço suplementar para prosseguir mas aquilo que os nossos olhos viam sempre nos dava outro alento para vencer aquela batalha,
finalmente aproximo-me do cume da serra de forma mais suave, o vento já é forte e o frio muito intenso e quanto mais cima pior vão ficando as coisas, não levo corta vento vestido, apenas uma camisola térmica e outra de alças, muito pouco para aquelas condições climatéricas. Um pouco antes de chegar ao topo os 2 atletas que vinham atrás de mim já seguiam à minha frente e encontram um atleta caído, falam com ele sem parar mas seguem sem prestar qualquer auxílio, não gostei da acção os regulamentos do trail impõem que caso encontremos um atletas impossibilitado de prosseguir se deve dar assistência até o próximo atleta chegar e assim sucessivamente, como já aconteceu anteriormente eu não preciso de regulamentos para assistir e ajudar quem precisa e foi o que fiz, aquele amigo estava com uma forte cãibra na coxa da perna esquerda e não conseguia sequer andar, deitei-o e forcei-lhe a ponta do pé com a perna esticada até ele sentir a dor, com mais 2 repetições levantei-o e lá seguiu andando atrás de mim, passado cerca de 1 km vinha perto e pergunto-lhe se está bem e faz sinal que sim. Aos 31 km novo abastecimento, mesmo no topo mais alto da serra, o frio era intenso e parecia que me entrava pelo corpo a dentro, nevoeiro com queda de cacimbo e vento forte fizeram com que abalasse depressa dali, avisei que vinha um atleta por perto em dificuldades e prossigo. Agora era a descer mas enquanto não saímos daquele alto despido de arvoredo o frio e o vento forte não nos abandonada, aqui as forças ainda eram escassas face à subida de 6 km que acabara de fazer, por isso corria de forma lenta mas constante até encontrar o refúgio da mata e do arvoredo dando quase a sensação que acabáramos de entrar numa estufa de ar quente, como ia molhado o frio nunca me abandonou. 
O objectivo seguinte era o Penedo dos Corvos, descia agora a montanha e voltava a encontrar novo ribeiro com as mesmas dificuldades já conhecidas, aos 35km inicio a subida ao Penedo dos Corvos, estava curioso como chegaria a Gondramaz passando primeiro pelos penedos, há 2 anos fizera a entrada em Gondramaz por cima e depois descia os penedos, não sei porquê mas com 35 km em cima aquilo feito a subir é bonito mas bastante complicado, foi 1,5km com as costas viradas para a chegada e com entrada em Gondramaz por um sítio que não conhecia, depois foi descer até Espinho pelo mesmo caminho de então. Em Gondramaz tínhamos uma forte falange de apoio através dos amigos bombeiros a quem agradeço vivamente na pessoa da Sónia Antunes, minha amiga desde a 1ª edição, pelo fantástico trabalho que tiveram em toda a extensão da prova, por perto das dificuldades maiores da prova lá estavam eles, sem interferir mas sempre interessados no nosso bem estar, Ali em Gongramaz, fantástica aldeia entranhada em plena serra, estava o último controlo de tempo de passagem, precisamente aos 36,500kms, levei 9,25h para lá chegar, o limite eram as 10h de prova, entretanto estava preocupado com quem ainda vinha lá mais para trás pois sabia que alguns deles vinham com cerca meia hora de distância. Bebi uma mini e aconcheguei o estômago com duas tigelas de sopa, agradeci pessoalmente à Sónia Antunes e ao Sapador Bombeiro colega da minha filha dos sapadores de Lisboa que esteve sempre presente em toda a prova a apoiar os atletas e abalei serra abaixo já com a noite a cair. 
Não tardou muito que tivesse de ligar o frontal, foi junto a uma ponte onde estavam 2 bombeiros, há 2 anos estavam lá outros e partilharam comigo um pouco do chouriço assado que estavam a comer, desta vez vi logo que não havia nada para partilhar, acendi o frontal e lá fui rio abaixo. Quem lá passou de dia sabe bem aquilo que vamos encontrar, imagine-se agora de noite! Por sorte quase colado a mim vinha um atleta que por ali ficou até chegarmos a Espinho com 41 kms de competição permitindo assim para mim e para ele maior tranquilidade naquela imensa escuridão e com tantos perigos à espreita. Havia partes desta descida para Espinho que andei ás arenhas, a noite não deixava ver as fitas, a cor de tijolo não ajudava nada, o branco ou o vermelho era o mais indicado, mas mesmo assim era de pensar colocarem naquele espaço entre Gondramaz e Espinho uns sinais luminosos bem visíveis para ajudar quem já ali chega de noite.
Em Espinho a preocupação já era outra, chegar antes do tempo da desclassificação, tinha 1,10h para fazer aqueles 6 kms finais e chegar antes das 12 h de prova, corri quase sempre até Miranda do Corvo, excepto junto à Levada, entretanto o meu Garmin já assinalava a bateria fraca e por isso já via mal os algarismos tapados com o aviso na horizontal, perto do jardim central um elemento da organização aparece ali a dizer que faltavam 3 minutos, pensei que era para as 12h, forço ainda mais o andamento pois ainda estava distante cerca de 500 metros, subo a rampa final num andamento mais rápido e entro no pavilhão de forma emocionada, corto a meta e vejo logo o Daniel junto à linha de chegada, o speaker anuncia o meu tempo 11,46h, tranquilizei, afinal faltava 3m para a meta e não para o limite de tempo, dobrei-me sobre os bastões para disfarçar a emoção do momento e recordar muito rapidamente as peripécias sofridas para chegar ali. Esta narrativa pode ocasionalmente ser inexata em alguns pontos de referência mas certamente não andarão muito longe da realidade.
Há alguns amigos a quem não posso deixar sem uma palavra de agradecimento, felizmente tenho muitos amigos ligados ao trail espalhados pelo país fora, ali em Miranda do Corvo não é excepção, eles andavam no terreno e eram tantos mas alguns nomes eu não consigo fixar, deixo um abraço de amizade a todos nas pessoas do  Pedro Caetano, do João Lamas e da Sónia Antunes pela simpatia e apoio que deram. Eles estavam lá, mesmo que nada dissessem só a sua presença amiga e conhecida era o suficiente para aumentar a nossa auto confiança. Não esqueço também o trabalho dos voluntários, que simpatia, um muito obrigado.
    

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Cross da Laminha 12 de Janeiro de 2014



1ª prova realizada em 2014, o Cross/trail da Laminha é como habitualmente o início do ano em provas em que participo em cada ano, já tinha estado em Almada no treino noturno pirata na distãncia de 15 kms no dia 3 de Janeiro e daí para cá parei de correr devido a uma gripe que me impedia sequer de sair à rua. 2/3 dias antes da Laminha já podia treinar um pouco mas decidi não fazer nada e aguardar o que a corrida me iria fazer.
Pelas informações que iam chegando do local da prova tudo apontava para que existissem as condições ideais e normais que já conhecemos da prova para que ela fosse mais um êxito. Todos os participantes e foram mais de 400 já sabiam ao que iam e foi com grande satisfação que enfrentaram a prova e todas as incidências que iam encontrando ao longo do percurso, dada a proximidade em que corremos ao pé uns dos outros, já que aquilo é um autêntico labirinto era possível ouvir a festa que se ia desenrolando à frente, ao lado ou mais atrás, era o lamaçal e os lençóis de água que cada um ia ultrapassando que servia para cada um se expressar à sua maneira, mas sempre da boa disposição. Pode parecer que correr naquelas condições é agradável mas não é, o frio era intenso e os pés gelavam mas por nenhum momento vi atletas a tentar arranjar caminhos alternativos para fugir, não, iam a direito, até porque se fugiam de um logo ali mais à frente logo aparecia outro obstáculo pior que o anterior, isto claro sem falar dos autênticos ziguezagues que nos apareciam na mata e no matagal não permitindo grandes ritmos, mesmo para os mais fortes, porque sempre se corria o risco de despiste e com as consequências de quedas e arranhões inevitáveis. 
A prova para mim foi a que melhor idealizei, sem treinos e conhecedor do nº de atletas inscritos sabia que partindo de trás faria uma prova tranquila, encontrei até metade da prova filas provocadas por pontos mais difíceis de ultrapassar e onde havia ajuntamento, dava para descansar e recuperar algumas forças mas era notório a falta de preparação, como as subidas são muito curtas e o desnível é reduzido deu para fazer a prova no tempo previsível previsto, ali nunca andamos sozinhos, à frente ou atrás vem gente, por ali perto ouvem-se muitos atletas a conversar sem os vermos, as marcações estão impecáveis a juntar aos carreiros deixados pelos atletas da frente que são inconfundíveis, as mensagens escritas deixadas por ali espalhadas no terreno dão-nos aqui e ali vontade de rir, outras avisam-nos da presença de vários perigos que vamos encontrando e assim todos íamos avançando com a noção exata daquilo que cada momento íamos ultrapassando, para outros o inevitável também acontecia, as quedas eram uma constante pois o terreno e a parte rochosa era escorregadia e nem sempre era possível evitar a queda.
Os lagos artificiais e os rios que íamos superando dava-nos uma certa satisfação, por mim isso foi relativo até que caí enrolado dentro de um lago cheio de água lamacenta, andei de gatas para perceber o que me aconteceu, depois levantei-me e vi que não tinha qualquer ferimento, limpei-me como pude pois havia mais lama do que água e não dava para ficar limpinho, logo atrás de mim uma amiga seguiu-me as pisadas e foi provar o mesmo chão que eu e saiu de lá tão fresca quanto eu, uma risada geral. Eu aguardava pela passagem num túnel mas confesso que nunca o vi, pelo menos era esse a indicação que havia mas aos 13 kms calculei logo que não ia haver túnel, foi pena pois estava à espera dele para uma 1ª lavagem ao estado em que eu ia, apareceu-me sim um pequeno riacho onde tive de percorrer aí uns 5/6 metros com água a quase a chegar ás misérias mas também ia muito barrenta fiquei na mesma quanto a limpezas. Pouco depois começa a desenhar-se a saída da mata para dar lugar àquela rampa final que fiz a andar para não variar, a 50 metros do final da subida arranjei força e corri até à meta, altura em que começa a chover, que pena, era lá na mata que eu gostava que ela caísse, era certo que ia complicar o piso mas perdoava-lhe pelo bem que ia saber.
No final percorremos 14,030kms contra os 15kms anunciados pela organização, se calhar o Vitor Ferreira cansou-se de andar atrás do coelho e acabou por deixar o túnel para trás, resultado foi um km a menos. o tempo final foi melhor que o previsto: 2,13,49h. mais 4 segundos do que o realizado o ano passado, mas pelos meus registos de então a prova deu-me 15,330kms, não sei onde cortámos desta vez.

Classificações

domingo, 5 de janeiro de 2014

Final de ano com a S. Silvestre dos Olivais.

Terminou o ano de 2013 com mais um balanço satisfatório, alguns objetivos traçados ficaram por concluir, Abutres (desistência aos 2,5kms, S. Mamede (desistência aos 90 kms, Serra da Freita (desistência aos 39 kms. Estas eram a s emblemáticas mas ouve outras que não pude participar por problemas de saúde que acabaram por afetar toda a época, incluindo as desistências.
Fechou-se o ano com a participação na S. Silvestre dos Olivais, uma prova que há longos anos faço questão de fazer, uma prova que me levou 57 minutos da minha vida a percorrer, foi dura porque a organização decidiu e bem alterar o percurso uma vez que as fronteiras da Freguesia dos Olivais foram alteradas por força da criação da Junta do Oriente, assim a dureza da prova aumentou dando-lhe outra visão que desconhecíamos numa freguesia muito bonita.
Para culminar um ano bastante intenso aproveitei uma iniciativa dos Amigos do Parque da Paz em Almada no dia 3 de Janeiro para um treino à noite tipo pirata que tinha como pretexto o convívio de tantos amigos que fomos acompanhando ao longo do ano. A exemplo da S. Silvestre pirata de Monsanto realizada no final de Dezembro esta é também uma iniciativa louvável que permite mais uma vez estreitar laços de amizade que de outra forma não seria possível.
Retomarei as provas de trail já no próximo dia 12 com o Laminha e depois a 26 com a prova dos Abutres, que espero desta vez me corra pelo melhor.
Boas provas e um bom ano para todos.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ultra Trail Amigos da Montanha 2013


Conforme prometera voltei a Barcelos passados que foi 1 ano depois daquela magnífica experiência que foi o Ultra Trail do ano passado. Tinha contas a ajustar comigo mesmo, em boa verdade só concluí essa prova devido à boa vontade dos elementos da organização que me permitiram passar para o lado de lá do Cávado em mota de água devido ao facto de os kayaks já estarem fora do Rio. na crónica que então fiz neste meu Blogue:  
assinalava alguns erros que cometi durante o percurso e que no final levaram a que tivesse muitas dificuldades em concluir aquilo.
Em 2013 tudo foi diferente, estava confiante que iria superar todas as dificuldades e conseguir chegar ao 1º dos objetivos desta prova, o Rio Cávado, excetuando os ligeiros enganos de então (2 kms) e a cena da passagem do Rio de mota de água, tudo foi igual na edição de 2013. A organização atenta ao que alguns atletas escreveram então decidiu e bem adiantar uma hora na partida da prova principal, passando das 8h para 7h indo assim ao encontro de solicitações de atletas, entre os quais me encontrava eu, que de outra forma mantendo-se tudo na mesma me inviabilizaria lá voltar este ano. Melhorou ainda encurtando em 2 kms a aproximação aos kayaks a partir do momento que chegamos à margem do Rio Cávado permitindo assim mais a poupança de alguns minutos para quem vem no final e com tremendas dificuldades para ali chegar.
É claro que a maioria dos atletas dispensava bem estas alterações, mas também sei que estes mesmos atletas são solidários com aqueles que têm mais limitações em conseguir os mesmos objetivos, ou por via da idade ou porque a sua preparação não lhes permite superar as marcas necessárias para conseguir os mesmos resultados, daí parecer-me justíssimo e de grande alcance as alterações introduzidas permitindo assim muitos atletas terem conseguido superar a prova e voltarem a Barcelos com a certeza da garantia de poderem melhorar os seus resultados, agora com a garantia de a conhecerem melhor e assim poderem entretanto melhorar também a sua condição física para a enfrentarem.
Pela 1ª vez tive de dividir uma prova em duas, 1ª chegar aos 50 kms e depois então pensar no final até aos 62 kms. isto porque de nada importava pensar no final da prova se entretanto fosse eliminado aos 50 e foi esse sempre o meu pensamento desde a partida. Os treinos realizados foram exatamente com esse objetivo, correndo e andando a um ritmo a rondar os 8 minutos o km, sabia bem que se conseguisse fazer isto chegaria aos 50 kms com relativa folga fugindo assim ao risco da eliminação, por isso desde a partida o controlo horário das passagens a cada 10 kms era muito importante para o resultado final. Foi tudo perfeito até aos 43 kms onde estava mais um posto de abastecimento, a partir dali as coisas começaram a complicar-se, não porque não tivesse ainda tempo disponível para chegar ao Rio mas sim porque as dificuldades que ainda faltavam foram para além daquilo que ainda tinha em mente desde o ano passado, os 9 kms naquela serra após aquele abastecimento até chegar ao Rio veio deitar por terra o meu pensamento que o pior já ficara para trás, e se calhar até estava, mas foi um tormento e via a esfumar-se em pouco tempo aquilo que tinha conseguido amealhar até chegar ali.
Mas estava determinado, chegado ao último monte já tinha a certeza de chegar a tempo e horas, começo finalmente a descida para o Rio e com isto acontece também a 1ªqueda, a inclinação era brutal e deixei-me cair para trás quando vejo que a queda é inevitável, para além da sujidade nada mais me aconteceu, pouco depois estava a atravessar o km 50 recebo um telefonema da minha filhota Susana a informar-me que o meu genro Daniel já tinha terminado a sua prova (8,34h), animei mais um pouco, ia sozinho no meio da serra e sabe sempre bem termos a companhia de alguém e se for a filha ainda melhor. Prossegui na esperança de rapidamente chegar ao Rio, tinham-me informado que a passagem do Rio tinha sido encurtada em 2 kms, (o ano passado corremos 3 kms na margem do Rio para chegar aos barcos) e assim foi, passo por uns pescadores que ali estavam a cerca 200 metros e logo de seguida estava o abastecimento dos 52 kms e no Rio os kayaks ao lado uns dos outros à nossa espera.




Estava finalmente aliviado, conseguira o principal objetivo que era chegar ali por uns folgados "25 minutos", podia agora começar a pensar nos restantes 10 kms que ainda faltavam para chegar à meta em Barcelos. Vejo ali o meu amigo Miguel que o ano passado me permitira chegar à meta depois de ali ter chegado com 45 minutos de atraso levando-me para o outro lado do Rio de Mota de água e quando a noite já estava perto da escuridão. Desta vez tudo foi diferente, daí a minha grande satisfação, cumprimento o Miguel e ingeri qualquer coisa, de imediato me enfiam um colete de salvação e mandam-me para dentro do kayak, aviso que nunca andei naquilo mas de nada valeu, dão-me o remo e empurram o barco, vejo-me a navegar e mandam-me ir para a outra margem, o sol já estava muito baixo e não vejo a outra margem, o kayak vai aos ziguezagues conforme eu dava a remada, ora para a esquerda ora para a direita,
mas por incrível que pareça vou a gostar daquilo, vejo uma mota de água a aproximar-se de mim, creio que era o Miguel com um cameramen, faço um esforço para que consiga fazer aquilo bem mas em vão e lá vou seguindo sem saber onde era o ponto de chegada, sigo um kayak que segue um pouco mais à frente e que leva 2 atletas, que sorte a deles, consigo aproximar-me mas começa a doer-me os rins, não sabia que aquele movimento a remar afetaria os rins, de repente vem-me à ideia aqueles atletas que praticam aquele desporto e que a mim me parece muito bonito todos os movimentos que eles fazem e com aquela rapidez que é necessária para se ser um bom atleta, finalmente as árvores já tapam o sol e começo a ver claramente para onde tenho de ir, levo o barco até à margem e rapidamente inicio a corrida para concretizar os 10 kms finais.
Pouco depois o sol começa a esconder-se mas ainda consigo ir até aos 57 kms sem que fosse necessário ligar o frontal, é nesta altura que a Susana volta a telefonar e informa-me que o Daniel tinha o registo de 62 kms de prova, assim fiquei mais tranquilo ainda sabia agora com exatidão o tempo que faltava, a noite entretanto caíra, já de frontal vou na companhia de mais 3 amigos, a progressão faz-se agora andando na direção da margem do Rio já em Barcelos, uma última descida e nova queda e de novo sem consequências, uns metros mais à frente avistamos a ponte que liga Barcelinhos a Barcelos, continuamos juntos, sabemos que ainda vêm 6 atletas atrás de nós e que conseguiram chegar ao Rio a tempo de passar, os últimos 400 metros para a meta são feitos a correr, o Daniel lá estava à minha espera cheio de frio mas por certo satisfeito por me ver chegar e sem qualquer mazela que me afetasse.

Tal como ano passado a tenda já estava quase desarmada, nada de novo, apenas responsabilidade minha, ainda assim feliz por ter chegado e estarem à nossa espera.
Foi um empeno daqueles que de há muito não apanhava, ainda hoje ando um pouco dorida das pernas e braços (os bastões também castigam bastante) mas pronto para enfrentar novos desafios.
Se já gostava desta prova pela sua extraordinária beleza, quer nas serras quer nos rios e cascatas, ou ainda pela excelente organização e apoio que sempre tivemos ao longo de toda a prova, pela magnífica marcação e sinalização ao longo de todo o percurso (um pequeno senão com a sinalização luminosa depois de passar o Rio e já em plena noite com má visibilidade pelo facto dos autocolantes estarem colados nas fitas e a sua posição nem sempre condizerem com o sentido da nossa corrida, situação esta que passou quase despercebida pelo facto das fitas sinalizadoras estarem muito perto uma das outras), os abastecimentos, apesar de correr na cauda do pelotão estavam excelentes, algumas coisas que vi em fotos já não estarem lá quando passei mas como um atleta prevenido vale por 2 eu estava bem artilhado e se fosse necessário recorria à minha artilharia.
Não sei ainda a minha classificação, nem isso é muito importante para mim, sei que na minha idade (mais de 60 anos) não somos mais de 5 ou 6 a fazer estas distâncias, pelo que me disseram no local teria sido o 2º. (Acabei em 4º lugar)
Distância final: 62,080 kms. Tempo final: 11,17,56h(média 10,55m/km. Calorias gastas: 4000 Temperatura 4ºc.
Em 2012, 57,500kms, 10,31h. (10,31m/km, Total andado 2012: 59,240 kms.  
 
A receber do grande Vitorino o Troféu do 2º lugar da ATRP 2013 
Classificações

domingo, 10 de novembro de 2013

Trilhos de Casaínhos 10/11/2013

Os 2 primeiros da geral a 3 kms da meta.
Conforme planeado, hoje era para participar nos Trilhos de Casaínhos, localizado numa povoação do mesmo nome ali mesmo ás portas de Loures. Fui até lá mas não participei na corrida, acompanhei os elementos da minha equipa Amigos do Vale do Silêncio aproveitando o facto de já há algum tempo andar afastado do seu convívio, ou por opção de algumas provas em que temos participado ou por alguns desencontros no que diz respeito a treinos, mas creio que a ausência da minha parte mais se deve tem a ver com alguns dos meus problemas de saúde que ultimamente me têm visitado, Até para fazer este pequeno comentário mais de metade das letras tiveram de ser apagadas e substituídas por outras. Creio que as coisas tendem a seguir o seu caminho de forma bastante otimista e a tempo de não perder já dia 24/11 o Trail Amigos da Montanha e a 30/11 aquela bonita prova que Barrancos está a organizar.
Almoço convívio final
Deixo aqui o Link de acesso a todas as fotos que tirei entre os 3,5 kms e os últimos 3 da prova, chamando mais uma vez a atenção para os atletas que continuam a deixar as garrafas de água no circuito em claro desrespeito pela Natureza, pelos outros atletas e pela organização, uma delas foi mesmo à minha frente, julgo que por hábito daquilo que normalmente também faz na estrada.
Parabéns a todos os atletas dos Amigos do Vale do Silêncio que participaram e fizeram o seu melhor tendo alcançado o 3º lugar coletivo em número de presenças??? e ao Rui Pacheco pelo seu segundo lugar na classificação geral final.
Fotos

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Maratona do Porto 2013

Embora este ano já tivesse feito por 6 vezes a distancia da Maratona ou mais, a Maratona do Porto 2013 trouxe-me de novo à estrada no passado dia 3 de Novembro, optei por não fazer a de Lisboa em Outubro porque estava muito em "cima" do Trail da Serra D´Arga que se realizara uma semana antes. A  Maratona do Porto mais uma vez marcou a excelência da organização, sem invenções e alterações que apenas servem para baralhar quem apenas pretende participar e correr aquilo a que se preparou. Toda a gente sabia os pormenores necessários, os horários a cumprir, procedimentos da nossa parte e da organização. Na hora certa estavam lá todos para partirem, não deveria ter sido fácil montar todo aquele espetáculo, mas nós de nada demos conta, só sabemos que partimos e tudo o resto foi espetacular, apenas estávamos dependentes de nós, das nossas forças e pernas para concluir uma obre de arte que puseram à nossa disposição.
Não admira pois a satisfação que presenciei quando ouvi nos autofalantes que já tinham chegado mais de 2.200 atletas da Maratona, era a 4ª Maratona seguida que ali fazia e sempre com números impressionantes, e eu sabia que ainda vinha muita gente atrás de mim, os números finais foram impressionantes, 2.775 chegados.
A minha prova foi muito estranha, mas não sei explicar este sentimento que tive na partida, já me tenho emocionado na chegada de algumas provas, entre elas as maratonas, mas nunca numa partida, desta vez a coisa descambou sem eu saber porquê! Esta era a 16ª Maratona e tal como as anteriores não fiz uma preparação especial para ela, limitei-me a alguns treinos mistos (terra e alcatrão) mais longos e nunca a ultrapassar os 20/25 de corrida, por isso estava mais ao menos em condições de fazer aquilo, medo também não foi porque as distâncias não me metem medo, apenas encontro uma explicação através de alguma emoção por poder estar na partida de mais uma Maratona, pese embora a idade que já vai pesando, e por ter a saúde que me permite ainda estar onde mais gosto, a correr.
Esta emoçãozinha depressa abalou mas permitiu que enquanto subia aquela subida inicial se desvanecessem as dificuldades que sentia enquanto procurava uma explicação para aquele momento, rapidamente entrámos na Boavista e a minha preocupação era o raio do problema que tinha no olho esquerdo (que ainda dura), uma coisa parecida com a moléstia dos coelhos (se calhar alguma praga do nosso "Coelho" por aquilo que tenho dito dele), não sei, sei é que tinha o olho deitado abaixo e o suor e a trepidação das passadas me incomodavam a todo o momento. Conhecia bem o percurso mas mentalmente sentia o pesadelo de ir cruzar caminhos (ida e volta) a passar pelo mesmo local, todo o percurso é assim, mas acentua-se mais quando chego aos 19 kms e já os 1ºs estão a cruzar comigo no lado norte do
Douro quando eles já iam nos 36, olho para Gaia e vejo os atletas por sua vez a cruzarem entre si, para lá e para cá da Afurada, ainda me falta passar a Ponte D. Luís para lá e depois fazer também todo aquele trajeto de volta desde a Afurada. Todo aquele bonito cenário do Douro e das margens do Douro e do Porto são observáveis quando atingimos a marca da meia maratona devidamente identificada, local privilegiado para fazer uma análise do nosso estado físico para enfrentar a 2ª metade da prova. Cheguei lá com 2,08h menos 10 m que tinha feito na Moita mas já muito fatigado das pernas, principalmente dos joelhos, decidi então desistir da ideia das 4,30h e ir correndo, ou andando, conforme o momento. Até aos 35 kms corri sempre com pequenas paragens nos abastecimentos 25-30-35 kms, a partir daqui era chegar, o estômago começa também a reagir, a água também incomodava, como sempre faço nunca dou a
devida atenção à alimentação durante a corrida, havia passas, bananas, marmelada, laranjas, bebidas isotónicas, mas recolhia um pouco de cada coisa mas se calhar não o suficiente e quando damos conta já é tarde e nada entra. corria 1 km e descansava andando e assim sucessivamente até chegar, quando avistamos aquela longa reta final perco-me numa sensação irreal, quero chegar, quero correr e não sou capaz, ando mas parece que não saio do mesmo sítio, chega um amigo, no caso a Célia Azenha, quase que me empurra, ainda vou mas depressa lhe digo que já vou, tanta gente ali a dar-nos o empurrão final que nos obriga a ir buscar forças nem sei aonde e de repente a passadeira vermelha, de novo a emoção a tomar conta deste pobre esqueleto, 4,45,46h depois de partir chegava ali mais uma vez,
exatamente 31m a mais do que o ano passado, maçado e dorido pelo corpo todo, sem saber especificamente onde!
O Porto será o destino para o próximo dia 2 de Novembro de 2014, assim eu continue com saúde e força para lá chegar.
Agradeço a cedência das fotos enviadas pelos amigos.
fotos

sábado, 19 de outubro de 2013

Meia Maratona da Moita 2013

Passado 5 dias vou finalmente escrever umas palavras sobre a Meia Maratona da Moita realizada no passado dia 13 de Outubro. Nem sequer estava inscrito para a prova, andei a hesitar até à última e ás tantas fui para lá sem saber que não tinha dorsal para participar na corrida. Acabei por aproveitar um dorsal de um colega de equipa que desistiu há última hora que amavelmente a organização aceitou fazer a alteração para o meu nome.
Esta decisão de participar há pressa nesta prova tem naturalmente a ver com a Maratona do Porto que aí vem no próximo dia 3 de Novembro e eu estar muito aquém da preparação desejada para participar naquilo. Pode dizer-se que fiz o Ultra Trail Serra D`Arga há 3 semanas na distância de 44 kms e que seria suficiente para não ter grandes preocupações para a Maratona do Porto, mas a coisa não é bem assim, provavelmente daqueles 44 kms apenas devo ter corrido à volta dos 14kms, sim é isso mesmo, por isso muito longe do desejado em nº de kms para aquele efeito. Daí aparecer a Meia da Moita como escape para percorrer kms e minimizar o atraso que tenho na preparação.
Acresce que o tempo de recuperação de umas provas para as outras é agora mais demorado, pelo que a Moita apareceu cedo de mais e ainda muito perto da Serra d`Arga, daí a necessidade de correr a prova ainda em recuperação de esforços anteriores mas já com os olhos postos no Porto, daí que não é de estranhar os cuidados que coloquei quer no ritmo quer na gestão das forças (que eram muito escassas) desde o princípio e até final da prova.
Levei comigo o kamalbeck e por força disso tive de levar uma t-shirt por baixo da camisola do Clube e um lenço ao pescoço para não me ferir com o roçar das correias, escusado será dizer que esta vestimenta e o calor que estava me infernizaram a vida, soube-me bem ter ali sempre água pronta a matar a sede mas as dificuldades cresceram por ter tomado esta opção. Não era importante o tempo final de prova quando chegasse à meta, o importante era mesmo correr kms e adaptar o organismo de forma progressiva até chegar ao grande dia da Maratona, o alcatrão também não tem tido da minha parte grande simpatia por isso não é de estranhar que a partir do meio da Meia Maratona já tivesse "partido" os 2 pés ao meio e as dores tornarem-se num flagelo difícil de suportar. Agora sei que para chegar à Maratona ainda tenho que trabalhar muito e o tempo para lá chegar já é tão pouco.
Parti na companhia do Emílio, um amigo do meu Clube, a média rondava os 5,45m por km até perto dos 5 kms, mas aí ele diz-me que ira ficar e seguiria mais lento, fiquei só e a sua companhia estava a ser excelente, afinal ele estava mesmo com problemas, soube depois que desistira aos 8 kms por problemas que ainda desconheço, ainda há pouco tempo acontecera-me o mesmo com o Mário Lima, ia muito bem comigo e de repente diz-me que se sente cansado e que o motivo foram as férias e que tinha treinado pouco, que piedosa desculpa, soube mais tarde que que sofrera uma completa falência do organismo e fora levado de urgência para o Hospital, felizmente recuperou nos dias seguintes, a estes 2 casos podemos associar o calor que se fazia sentir, na Moita não era tanto, mas temos cada vez mais vigiar o nosso desempenho e a cada momento vigiar como o nosso organismo está a reagir, é por isso que não me importo de transportar os meus próprios abastecimentos, levo 1,5k.a mais? não importa, os meus objectivos não passam por marcas nem por boas classificações mas sim por me sentir bem e concretizar os objectivos iniciais, kms e mais kms.
Aos 12 kms estava a passar junto à meta, a média mantinha-se muito simpática 6´ o km. 1,12h. no total, já muitos atletas tinham cortado a meta e eu estava satisfeito porque ainda conseguia correr sem o recurso habitual à caminhada (muito frequente em provas de montanha), mas aos 13 kms parei pela 1ª vez  para ir beber água a um bebedouro que está ali algures no circuito pedestre junto ás árvores, era fresquinha e animou-me até chegar junto do abastecimento dos 15 kms no Rosário. Desde os 5 kms que corri sempre isolado, aliás como gosto, mas após os 15 kms junto-me a um atleta estrangeiro mas que fala a nossa língua bem fluente que me diz que ia feliz por já ter chegado ali e que estava a fazer a sua estreia na meia maratona. Tinha perdido algum tempo, ou ganho, não sei,  no abastecimento, andei ali um pouco para hidratar bem e abasteci a mochila com mais 3 garrafas para enfrentar aqueles 6 kms finais. Depois encontrei aquele amigo e ao saber a sua satisfação fiz-lhe um pouco de companhia tendo mais à frente  seguido a minha corrida uma vez que me sentia bem e ele ter dificuldades em me acompanhar, embora eu seguisse naquele momento bastante dorido dos pés e dos joelhos. Aos 18 e aos 19 kms ando um pouco, talvez uns 200 metros de cada vez, aproveito para ingerir bastante água, o calor já era muito e prossigo sempre em marcha de corrida o resto do tempo. As camisolas que levava vestido afrontava-me um pouco mas ao mesmo também me refrescava, o suor caía já em bica, o que para mim é uma situação normal e foi assim que atingi a meta, 2,18h. para os cerca de 21,200kms de distância.
Uma ilação tenho que tirar, a Maratona do Porto vai doer, a menos que ainda tenha tempo de recuperar um pouco e consiga acrescentar mais alguns kms até lá chegar. é o que tenho andado a fazer, passaram 5 dias, 35 kms percorridos, muito pouco, muito pouco!!!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Grande Trail Serra D´arga


Correr numa montanha como a Serra D `Arga requer uma atenção e preparação especial de quem ouse enfrentá-la, e tenho de ser sério para reconhecer que não estava no mínimo de condições para o fazer, mas apesar de todos os contratempos nada me iria impedir de estar presente e atravessar aquelas serras e vales pela 3ª vez consecutiva.
Uns arreliadores problemas físicos surgidos depois do Utra Trail de Óbidos não me têm permitido efetuar uma preparação adequada para esta prova em Caminha, ainda recentemente (há 15 dias) surgiu-me uma inflamação num gémeo da perna esquerda que me levou a desistir no Trail de Ponte de Sor, ainda assim confiei que era possível curar com alguma intensidade a mazela e estar presente na partida.
Quando cheguei ao local onde estava instalado o secretariado da prova na companhia de mais 4 amigos que fizeram a viagem comigo logo procurámos os dorsais e depressa arrumámos esse assunto, pessoalmente tinha um objetivo que ficara escrito à tempos de saudar o Carlos Sá pela sua vitória recente no deserto da Califórnia, mas neste aspecto não fui bem sucedido devido aos afazeres que a sua responsabilidade no evento implicam, ainda me mandou aguardar por melhor oportunidade, mas ela não chegou, pensei que talvez na chegada da prova tivesse essa oportunidade visto que neste momento já era tarde e ainda tínhamos de ir jantar.
A noite esteve muito chuvosa e como sempre quase que não consegui "pregar" olho, a mistura da orquestra dos roncos que se ouvia em toda a sala onde devíamos dormir e a chuva que caía com alguma força na cobertura do pavilhão eram de um efeito devastador para quem queria descansar um pouco, definitivamente ás 3,45h desisti de dormir e aguardei serenamente dentro do saco que chegassem as 6h para começar a arrumar as coisas e preparar-me para a prova.
Logo que chegámos a DEM tive a certeza daquilo que já previra, a serra, visível ali a 2 kms, estava de novo encoberta pelas nuvens tal como estava há 2 anos quando a prova foi suspensa aos 20 kms, mas pelas mensagens sonoras que ia ouvindo não se falava numa possível alterar do percurso pese embora as péssimas condições meteorológicas anunciadas e que eram visíveis pelo observávamos, vento, chuva, neblina e algum frio. Ainda vesti o anorak mas depressa me arrependi e ainda antes da partida tirei-o de novo, à minha volta estava tudo bem resguardado contra o frio e com a chuva mas não me importei, a minha t-shirt de manga curta dava-me algum conforto e seria o suficiente para enfrentar aquele temporal, aliás como se veio depois a confirmar. Antes da partida fiz alguns alongamentos na zona dos gémeos de forma a "esticar" um pouco a região afetada pela inflamação, depois partimos após a cerimónia de 1 minuto de silêncio em homenagem aos bombeiros mortos em combate contra os incêndios criminosos.
A minha prova em si não tem muita história, toda ela estava enredada na interrogação até onde eu conseguiria chegar, não apenas pela recente lesão mas também pela falta de preparação, por isso todo o sentido estava sempre virado para o aparecimento de dores nos lugares suspeitos, e não foi preciso esperar muito que a sensação de dor aparecesse, mas seria apenas sensação? abrandava a marcha (que já era lenta) e parece-me que ficava melhor e prosseguia. A chuva e o vento a partir do meio da 1ª subida (2 kms) começava a fustigar forte e feio, a forte inclinação com muita pedra/rocha e alguma lama ia atrapalhando mas que se conseguia ultrapassar com as dificuldades inerentes, as encostas da serra viradas ao mar eram terríveis de suportar com ventos de rajada muito forte misturas com a chuva castigava em demasia quem por ali andava mais exposto e "mal vestido) como era o meu caso, no outro lado da montanha virada ao Oriente tudo mudava, a chuva mantinha-se mas o vento amainava, assim fui até ao 1º abastecimento que estava pelos 7 kms, ali fiz uma paragem técnica e perdi o controlo de quem ainda vinha atrás de mim, parece que não mas quando andamos sozinhos sabe sempre bem saber se ainda temos alguém atrás de nós, fiz a pergunta mas ninguém me soube responder. Rapidamente, andando e correndo, cheguei ao abastecimento seguinte (11 kms) e sou apanhado pela Analice Silva que rapidamente parte mal tocando no abastecimento ali colocado à nossa disposição, entretanto chegam outros atletas e fico a saber então que ainda vinham muitos atrás de mim, parto e pouco depois apanho a Analice e decido ficar por ali na sua companhia por algum tempo.
Entretanto a chuva continua a cair incessantemente, os trilhos parecem agora rios caminhamos com os pés encharcados e em banho permanente, os obstáculos a ultrapassar vão endurecendo de dificuldade, agora existem rios em tudo o que é vale, na serra observam-se autênticas e magníficas cascatas criadas pela acumulação de água  de fazer deslumbrar a nossa vista, o dia ao mesmo tempo parece noite, na floresta logo a seguir ao abastecimento do Convento havia uma escuridão quase total, logo de seguida prosseguimos ao longo do rio com paisagens muito bonitas causadas pelo leito do rio e pelas cascatas que aqui e ali se iam formando. De vez em quando lembro-me dos gémeos e sinto-os e de imediato caminho até adquirir a confiança necessária para me esforçar mais um pouco.
A Analice ainda segue ali comigo, já tinha decidido não ir embora, era notório algumas dificuldades que ela tinha em transpor alguns obstáculos, nomeadamente a zona rochosa e a descer, porque a subir... que força que ela tem!!! depois com o avolumar da água da chuva que caía e o aparecimento impensável dos rios que se formavam montanha abaixo era necessário uma atenção permanente porque os caudais eram enormes e a corrente muito forte, em duas situações foi problemático fazer a travessia. O frio era muito intenso com o vento muito forte e a chuva a ajudar  fazer a subida em ziguezague até ao ponto mais alto logo a seguir ao abastecimentos 25 kms foi tremendo, no alto tremíamos de frio, os elementos que ali estavam da organização no abastecimentos também tiritavam de frio, rapidamente começámos a descida e com ela a temperatura melhorou e acalmámos um pouco, o pior já ficara para trás e começámos a fazer contas para a previsão de tempo para a nossa chegada, ali ainda acreditámos que as 10h. eram possíveis, mas os problemas vieram depois com os rios que se foram criando nos trilhos por onde passávamos e nos rios de que já mencionei mais atrás, acresce a isto que em determinada altura o nevoeiro também aqui e ali fazia a sua aparição dificultando a visualização das fitas, a nossa sorte é que a organização conhecedora da possibilidade de o nevoeiro aparecer colocou em pontos críticos fitas mais perto uma das outra permitindo uma melhor identificação do rumo a seguir.
O pacto de não agressão feito por mim e a Analice durou pois até à meta final, chegámos ambos em boas condições físicas e havia ainda uma boa comitiva à nossa espera em que os seus aplausos nos encheram de satisfação, recebemos o nosso prémio e terminava ali a nossa participação nesta magnífica prova, lamentando apenas que os nossos nomes não ficassem registados como terminadores da prova, por certo algum problema surgiu com a leitura de chip que transportávamos, terminámos com 10,33h e ouve registos de chip posteriores até quase ás 12 horas de prova.
A esperança de dar o tal abraço ao Carlos Sá também se desvaneceu quando cortei a meta e ele não estava ali, tenho de lhe deixar aqui o recado, devo-lhe um abraço, está prometido e tem de ser cumprido.
Parabéns a toda a organização pela excelente prova que nos ofereceram, não me esqueço de dizer que apesar do mau tempo não deve haver coisa mais bonita do que a Serra D´Arga para fazer Trail, corri lá com prazer e raramente ansiava pela chegada, aquilo foi deslumbrante dando razão á minha paixão em correr com o estado do tempo bastante adverso. Voltarei.
Uma palavra especial também para os meus companheiros de viagem e em particular para o Rui Pacheco do meu clube Amigos do Vale do Silêncio pelo seu excelente 5º lugar da classificação geral e para a Analice que continua ser uma heroína pela sua coragem em enfrentar desafios, sem medos, da qualidade quase extrema que tem por referência esta prova.
Tempo de prova aproximado: 10,33h. para 43,280 kms.
 

Classificações

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Trail do Sor, Ponte de Sor

Foi aqui que desisti, com o apoio do Vitorino
Foi curta a minha participação no Trail do Sor em Ponte de Sor. Era a 1ª edição e pela divulgação feita pela organização da prova tinha imenso gosto em participar, tanto mais que havia ainda a possibilidade de rever muitos amigos que nutram uma grande paixão por provas deste tipo e onde eu também me sinto à vontade. Mas quis o infortúnio provocado por um problema num dos gémeos que eu não completasse a prova e a consequente desistência a cerca dos 2 kms da partida. Quando parti já estava tocado com uma ligeira dor que contraíra no último treino antes da prova (Sexta-feira), mas mesmo assim apresentei-me na partida com os dois companheiros do meu Clube que fizeram a viagem comigo, tinha a noção que podia parar a qualquer momento e logo a partir do 1º km a dor começou a acentuar-se, não pensei duas vezes rolei até um pouco mais à frente e desisti junto de uma ambulância dos Bombeiros e comuniquei ao elemento da organização que ali estava da minha desistência.
Eu e o Míster Fernando a descer para o Rio
Estava nesta altura a pensar já na Serra D`Arga, seguir ia destruir a minha ida a esta prova e isso eu não queria, a inflamação no gémeo não passava disso mesmo e prosseguir era o mesmo que dizer que iria ter uma rutura pela certa, foi a melhor opção. Logo surgiu uma viatura da organização para me resgatar mas não fui, preferi ficar ali e esperar pelos atletas que voltariam a passar ali após os primeiros 10 kms. Depois passados quase duas horas regressei a pé até ao local de chegada acompanhado de um membro da organização e do atleta Rui Ferreira que tinha desistido poucos momentos antes ali naquele local, confidenciou-me depois que não estava nos seus dias mas que na Serra D´Arga já deverá estar a 100%.
Enquanto eu passava ao fundo à direita a Otília mergulhava.
De regresso ao local de partida e já munido da máquina fotográfica fui para as margens do rio e entretive-me a registar a chegada de quase todos os atletas do Trail e alguns da Caminhada, dando assim por concluída a minha participação neste 1º Trail do Sor excelentemente bem organizado e com gente muito simpática.
Voltarei lá para o ano e acabar aquilo que agora não consegui.
Percorri 2,220kms e gastei 16 minutos.
Fotografias

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Corrida da Festa do Avante

Ainda um pouco dorido da corrida do dia anterior na Meia Maratona de S. João das Lampas fui para esta corrida da Festa do Avante com o intuito de participar apenas com o sentido de fazer mais um treino com vista a recuperar alguma forma para enfrentar as duas de Trail que ainda tenho este mês, ou as 3 se decidir ainda ir até ás terras do Grande Lago no Alqueva. A prova manteve-se fiel ao trajeto dos anos anteriores com uma melhoria muito significativa: a alteração do local de partida, é a 4ª que já conheço, mas que me deixou bastante agradado, lembro-me ainda bem da confusão da partida do ano passado onde misturavam mais de 1 milhar de atletas com os habituais visitantes da festa, veículos que circulavam e outros por ali estacionados numa rua de acesso à Festa bem estreita e sem qualquer condições para o efeito. A Organização atenta ao ocorrido ofereceu-nos este ano um amplo espaço de partida que creio veio resolver de vez este eterno problema.
Tinha a minha "pequenota" de novo ali ao pé de mim na partida bem como o Daniel e muitos outros Amigos do Vale do Silêncio, via de novo o João Vaz com vestido com a nossa camisola e a "pequenota" a estrear a sua camisola azul das nossas cores, aos poucos as coisas vão-se recompondo para ela, o "pequenotezinho" já vai dando alguma folga e assim permitiu esta proeza de voltar a uma prova que já venceu.
Eram/foram 11 kms num percurso que é espetacular de ida e volta e nos permite estar dentro da corrida e apreciar aqueles que admiramos que rolam sempre na frente da corrida mesmo que ainda eu siga no km 3 e já esteja a ser cruzado pelos atletas da frente, mas isso pouco importa desde que para nós, e neste caso para mim, nos sintamos bem e a cumprir com os objetivos que traçamos para a nossa corrida. No início ainda fiz uma leve tentativa de fuga à "pequenota" mas de pouco valeu, pouco depois o Daniel trouxe-a de volta e no fim ainda levei com 6 minutos de bitola, tudo bem, o mais importante é que vá participando de vez em quando e a matar a saudade de tempos áureos bem felizes.
A minha prova foi sempre em esforço propositadamente e nos limites, raramente baixava dos 6 minutos ao km mas no final a média foi mesmo essa, pelo que a 1,06 h conseguida corresponde a 11,020kms do percurso traçado e a acabar mesmo no cenário da Festa do Avante.
O resto, bem, foi excelente com a companhia dos 2 "pequenotes" que fizeram a corrida, do meu genro e nora e de mais amigos entrámos na Festa e ficámos por lá, a fazer o quê? Imaginem!