sábado, 27 de abril de 2013

25 de Abril, Corrida da Liberdade

Amigos do Vale do Silêncio
Corrida da Liberdade comemorativa de mais um aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, voltei a esta prova onde não participava há cerca de 20 anos, sei de muitos que se mantiveram sempre fieis a esta prova pelo simbolismo e pela história que ela representa, mas neste meio tempo eu sempre corri nesta data comemorativa, a maioria delas em Camarate que por coincidir na data nunca deixei de lá ir. Hoje esta prova de Camarate deixou de realizar-se, foi pena a sua extinção mas os sinais da crise já então ameaçavam quando tomaram a decisão de acabar. Também devo confessar que não constava da minha agenda fazer esta prova e só pelo seu significado é que participei, tal como o farei com a corrida do 1º de Maio.
Solidariedade com a água
Foi a 1ª prova de estrada que fiz este ano e fiquei muito satisfeito porque pude rever muitos amigos que já não via há muito tempo, previamente tinha combinado com alguns amigos fazer a prova em passo mais lento, tenho andado na Montanha e em terrenos sinuosos onde o ritmo de competição é quase nulo, por isso tinha de ser assim mas já no local a data a comemorar e o entusiasmo que via ao meu redor fez-me despertar ainda mais o interesse e decidi fazer um vídeo da partida da prova para o meu álbum de recordações e partilhar com todos esses momentos.
Este vídeo pode ser visto na minha página do Facebook.
Fica-me na retina a corrida entusiasmante daquela criança que saíu dali da assistência e se juntou ao pai numa corrida desenfreada a augurar provavelmente mais tarde alguma apetência para a corrida.
À falta de melhor...
A minha corrida esteve pois condicionada desde o início, mas valeu a pena e deu para ver o prazer com que todos partiram e deixarem expresso a sua alegria de ali estarem, até uma criança de tenra idade que partindo da cauda do pelotão acompanhava o pai naqueles metros iniciais deixando-me deveras emocionado levando-me a registar com mais afinco aquele momento. Depois foi partir do banco de trás e galgar pela estrada a fora à procura dos meus camaradas dos Amigos do Vale do Silêncio, batendo aqui e ali uma "chapa" para mais tarde recordar e também para oferecer aos amigos, corria na perseguição da rapaziada coisa que só consegui alcançar junto do abastecimento a meio da prova, não se pense que foi fácil, não fora a colaboração do nosso Míster Fernando e provavelmente não chegaria, depois foi muito mais divertido mas também rasgadinho pois aquele andamento não é o meu e tive a sorte de os últimos kms serem sempre a descer. O tempo final foi mesmo assim bem simpático:1,00,33h.
O símbolo da Paz, antes da partida
O calor foi excessivo mas não me prejudicou muito, não abasteci a meio da prova porque levava comigo água suficiente caso necessitasse coisa que aconteceu apenas na zona do Campo Pequeno. Após cortar a meta foi desolador aquele tempo de espera para dali sair, a chegada era larga mas depois o funil onde estavam a entregar a t,shirt era demasiado estreito provocando ali um enorme aglomerado de atletas que em certa altura chegou a sufocar, era o calor vindo do sol e o calor libertado de cada um de nós, louvo aqui a Ação dos elementos da organização que ao se aperceberem da situação começaram logo a distribuir água a toda a gente que ali estava, de realçar também o espírito de entreajuda de todos para que não faltasse água a ninguém, um bonito exemplo.
Voltarei a esta prova, não só porque gostei imenso mas também pelo espírito que ela encerra.
Fotos

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Trail de Vale de Barris.

S.Mamede próximo dia 18/19 de Maio, será o seguinte Ultra Trail de Montanha programado para este ano, por isso vou procurando fazer o Circuito de trail, curto e longo, no sentido de treinar as longas distâncias que permitam fazer os 100 kms sem dificuldades de maior, ou pelo menos que em comparação com o ano passado não sinta tantas dificuldades em chegar à meta.
Foi por isso que hoje fiz o Trail de Vale de Barris na distância de 30 kms, dos 4 já realizados creio que falhei um por lesão, (estive lá há 2 anos mas não corri), e creio também que foi o mais duro de todos eles, penso eu e o Paulo Mota também é dessa opinião. Foi uma prova muito bonita confirmando aquilo que os amigos das Lebres do Sado já nos habituaram ao longo destes anos, 4 edições 4 trajectos diferentes, a Serra da Arrábida tem de facto muitos percursos alternativos e torna-se fácil fazer o tracejado para cada edição da prova, a distância têm-se mantido mas a dificuldade para os atletas parece que tem aumentado todos os anos, daí que os meus planos por vezes saem feridos pelo excesso de dureza que vou encontrar e tenho de o vencer.
Estive presente em Vale de Barris com o Diogo Branco do meu Clube, Amigos do Vale do Silêncio, não sei como lhe correu a prova o que sei é quando cheguei ele já tinha ido embora, por calculo que tudo correu bem para ele, para mim aquilo tornou-se penoso a partir dos 20 kms, continuo com muita força nas pernas mas os pés têm fraquejado, dá a sensação que tenho os pés abertos pois doem a meio no seu interior, isto não deve ser alheio ao facto de no último mês e meio ter efectuado duas provas de 30 kms, uma de 42 kms e outra de 52 kms, não contando naturalmente com os treinos que têm sido fraquíssimos, por isso a partir de determinado ponto da prova, a condizer com a ascensão ao ponto mais alto da Serra, as coisas complicaram-se ainda faltava percorrer mais 10 kms. O piso sinuoso de sobe e desce acrescido das sucessivas curvas e contra curvas muito fechadas dentro da mata ajudou a colocar em dificuldades também as articulações dos pés e dos joelhos, nada que eu já não estivesse à espera, as muitas pedras, rochas e muito mato acabaram também por contribuir para me tornar a vida mais difícil, mas eu ia satisfeito apesar de tudo com a minha prova, era treino e nunca me preocupei com os tempos de passagem ao km, desde muito cedo que me apercebi que não ia chegar dentro do limite fixado pela organização (4,30h.).
Aliás assim que me disseram que o percurso ia ser diferente e mais duro previ logo que isso ia acontecer, não havia nada para disputar, todos os atletas corriam integrados em escalão único, isto é, sem divisão de escalões e por isso o importante era palmilhar aquilo e chegar sem mazelas de maior, as mazelas consegui evitar mas à mais pequena subida já me arrastava encostado ao pau (bastão), nas descidas mais bruscas e acentuadas não dispensava também os bastões pois eram um bom apoio para não sacrificar tanto os joelhos. Até aos 2 últimos kms o sobe e desce era a regra, depois foi quase sempre a descer e em bom piso até à meta, ainda tentei na reta da meta baixar da 5h mas por escassos 33 segundos não consegui (1,03h a mais que no ano passado), diferença que não se traduz por ser mais velho 1 ano mas também pela alteração quase total do traçado de então. A prova teve 30,360kms e o tempo final gasto foi de 5,00.33h.
Ainda cheguei a tempo de me juntar a tempo a alguns amigos para almoçar mas a maioria já estava de abalada, uma excelente feijoada justificou que ficasse por lá ainda bastante tempo  em confraternização com grandes amigos que por lá reencontrei.
 
Agradeço as fotos enviadas por alguns amigos

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ultra Trail de Sesimbra, 2013

Retirado da Net (Luto)
Hoje estou triste pelo que aconteceu em Boston na prova da Maratona que anualmente se disputa naquela Cidade americana, um ataque bárbaro que matou e deixou diversas pessoas ás portas da morte e outras que ficarão com sequelas para o resto da vida. Utilizar este desporto ou outro qualquer por pura vingança ou represália é inaceitável já que o Desporto existe como factor saudável de unir as pessoas e nunca servir de pretexto para intervenções odiosas e sem sentido.
Queria fazer uma linda história sobre a minha participação no Ultra Trail de Sesimbra mas não estou capaz de o fazer por respeito a quem foi vítima daquele vil ataque, que importância tem para mim por onde andei, se foi difícil ou não, se em vez de areia encontrei dunas bem piores, se fraquejei por não me alimentar, se demorei quase 9h para chegar se, se etç.
Estou triste muito triste e aquelas imagens não me saem da cabeça, a minha modesta solidariedade ás vitimas e aos seus familiares, é tudo o que posso dar.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Maratona trilhos de Almourol.

Há 3ª foi de vez, finalmente consegui apresentar-me com o mínimo de condições na partida da Maratona de Trail dos trilhos de Almourol. Apenas tinha feito as primeiras edições com a quilometragem mais pequena e que por problemas físicos apenas assisti no local ás últimas duas edições na versão da Maratona.
Não conhecia o atual percurso mas encontrei-o muito diferente e para melhor, sem dificuldades de maior no que diz respeito a altitude e ao piso que encontrámos apesar da chuva que caiu e o facto de aquela região estar sob as águas nas zonas mais baixas, apesar de tudo isto aquilo não foi suficiente para nos criar grandes dificuldades. A organização soube muito bem tornear os problemas criados e ofereceu-nos um percurso muito bom e bonito onde não faltou, para além de muita lama e água espalhada pelos trilhos e estradões, os avisos prévios de aproximação a áreas mais perigosas e arriscadas, tais como cordas de forma a não corrermos qualquer risco, quer em precipícios quer junto à Barragem, muito bem.
Como sempre, parti com uma passada lenta, tinha ainda presente a lesão nos gémeos contraída nos trilhos dos Abutres que me levaram a estar pouco mais de um mês em tratamento e posterior recuperação para voltar a correr com segurança, tinha estado nos Trilhos do Pastor há 15 dias e as coisas tinham corrido bem embora se notasse ainda falta de kms nas pernas, por esse facto este Trail do Almourol tinha de ser visto com especiais cuidados sobre o que iria fazer.
No final do 1º km começaram as dificuldades com o acesso ao matagal e o consequente início do mau estado do percurso, muito escorregadio e com muita lama, as filas de atletas que se formaram de imediato logo ali  também dificultaram a progressão, mas passado pouco tempo os espaços foram-se criando e aos poucos já conseguíamos correr, pelo menos enquanto as forças o permitiam e o piso ia deixando. Ainda no 1º km vi que apenas me seguiam aí meia dúzia de atletas, entre eles estava a Célia Azenha que rapidamente me diz que tinha feito na véspera 60 kms em Trail e que estava um pouco cansada, decido então ficar com ela, também eu pretendia meter travão para não abusar da sorte e a Célia era uma boa companhia a partir dali.
Foi numa passada certa, correndo e andando que traçámos os objetivos, 1º chegar ao posto de controlo com tempo suficiente (4h) colocado aos 22 kms para evitar a eliminação e depois chegar, gerindo da melhor forma as forças que restassem.
Apesar das cheias dos últimos dias, penso que poucas alterações foram feitas ao percurso planeado desde o início, mesmo assim alguns locais estavam espetaculares para a vista e para correr, ficou-me na retina as descargas da Barragem de Castelo de Bode, aquilo mete um enorme respeito, e o trilho das águas que foi muito bem aproveitado com carreiros de um lado e do outro de um ribeiro com um caudal de água bastante abundante, aí ia aproveitando para lavar os ténis do peso da lama que transportava comigo.
Tudo ia correndo bem, a prova estava muito bem marcada com as fitas bem visíveis, contudo devido aos constantes ziguezagues despistei-me 3 vezes, isto é fui em frente, mas a nossa experiência rapidamente dava com os erros, que foram todos eles de pouca monta, (mais ou menos 500 metros no final).
Os abastecimentos e o apoio durante toda a prova foram excelentes, em todos os cruzamentos onde existia trânsito, e não só, estava sempre alguém com uma palavra de simpatia e foi assim que com mais ou menos dificuldades conseguimos chegar ao pavilhão desportivo do Entroncamento, sem pressas mas com um só sentido, chegar. Tinham decorrido 7,22h. desde que saímos de Aldeia do Mato à distância de 42,700 kms.
Foi com enorme satisfação que fiz a prova na companhia da Célia Azenha, uma grande Senhora do Trail, fiquei a par dos seus planos a nível competitivo no imediato, continua muito ambiciosa em correr as longas distâncias, espero que saiba gerir bem esse esforço que lhe vai ser exigido.

Fotos de Mário Lima