terça-feira, 30 de outubro de 2012

Maratona do Porto, a minha 14ª

2012---4,13,51h.
Está concluída a minha 14ª Maratona de estrada, foram 10 nos últimos 3 anos e em Dezembro farei a 15ª se conseguir comcluir a de Lisboa.
Os Amigos do Vale de Silêncio inscreveram 7 atletas para participarem nesta Maratona do Porto, 2 deles estreantes e que eu tive o prazer de apadrinhar, pena tive eu de não os poder acompanhar do princípio a fim como é de obrigação, mas era pedir demais e assim limitaram-se a partir comigo e depois esperarem por mim no Hotel, ao Henriques e ao Miguel os parabéns por ostentarem agora o título de maratonistas com a bonita marca de 3, 28h. Aos outros: Chinita, J.Gomes, Hernãni e Emílio vão também os meus parabéns, quer pelas provas realizadas quer pela sua companhia neste bonito fim de semana passado na bonita Cidade do Porto.
Aquilo que receava para esta prova de maratona acabou por se verificar, a parte final foi bastante dolorosa, os primeiros 30 kms foram muito bons e sem qualquer esforço para além do desgaste dos kms percorridos, 2,50h marcava o meu relógio mas era já mais que evidente que aquele estado de graça não ia demorar muito tempo. Tinha passado à meia-maratona com 1,56h (menos 5m do que na Meia da Moita há 15 dias), para isso contribuíra a 1ª parte da prova muito favorável onde incluía a descida da Avenida da Boavista durante alguns kms, depois já em Matosinhos apanhei o Pacemaker das 4h. e fui ali durante algum tempo até que verifiquei que o ritmo imposto naquela altura era exgerado e fiquei para trás com o meu ritmo na casa dos 5,30m por km. Levava comigo um jovem amigo que ia fazer a sua estreia, também ele se queixava do ritmo mais elevado que o Guia levava (no caso a prestigiada amiga Conceição Grare), pouco depois olho para trás e também já não vejo, creio que tomou uma boa opção ao ficar e seguir no seu ritmo mais confortável, soube no final que concluiu e se sentiu sempre bem em toda a prova.
2011---4,14,06h.
O vento também apareceu mas em abono da verdade acabou por me favorecer pela fresquidão que proporcionava, contudo a luta para o vencer obrigou a mais algum gasto de energias, desde Matosinhos e até chegar à Ponte D. Luís foi um fartote mas eu ia determinado a tentar chegar por volta das 4h. de prova. Após a Ponte D. Luís a caminho da Afurada, entre os 24 eo 27kms, começo a cruzar-me com muitos amigos, quer do Clube quer muitos outros que vou fazendo por aí, os incentivos não param e tento retribuir conforme posso, as pernas já começam a pesar, considero isso normal pois não treino para maratonas de estrada, é verdade que faço provas mais longas e duras na montanha mas em proporção faço menos kms a correr de forma seguida, daí a dificuldade em manter durante os 42kms uma corrida constante ainda que para além das 4h.
Aos 32kms sou alcançado pelo colega de Clube Joaquim Gomes, trazia o sonho de baixar das 4 horas nesta sua 3ª Maratona, fica ali um pouco comigo mas rapidamente lhe digo para ir embora senão não conseguia alcançar o seu objectivo pretendido, partiu e eu não consegui manter o seu ritmo. No final estava lá sentado quando cheguei desolado por não ter conseguido, 9 segundos a mais e o sonho de -4 tinha ficado adiado. Para mim os 32 kms foram o sinal que não valeria apena forçar mais e tentar chegar ao fim da maratona o melhor possível, em cada bastecimento estava a beber duas garrafas de água, levei 3 géis e foram todos, não ingeri qualquer produto sólido nas bancas (eles estavam lá mas eu nem os vi) e isso também deve ter contribuído para o estado lastimável que se ia apoderando de mim conforme ia chegando o final da prova.
2010---4,23.15h.
Andei um pouco no empedrado junto ao Castelo do Queijo e depois na subida dos 41 kms, aqui nem o incentivo de um amigo das Lebres do Sado me valeu, mas chegado ao alto desta "rampa" a corrida voltou e foi até ao final daquela interminável recta, aqui ainda ouvia muitos incentivos e lá estava a Flor Madureira que mesmo atrás da sua máquina fotográfica ainda teve tempo de me dar uma forçazinha, obrigado. Penso que em corridas nada há de mais satisfação do que passar o risco de meta e quando a avistamos a emoção toma conta de cada um, são uns metros finais que nos compensam por tantos sacrifícios passados para chegar ali, para mim foi a 14ª mas foi como se fosse a 1ª vez, poderia ser uma rotina mas uma maratona representa sempre uma grande conquista e um grande respeito.
Concluí com 4,13,51h. numa distância que o meu cronómetro marcou de 42,450kms.
No Ano de 2011 conseguira fazer a mesma prova em 4,14,06h. isto é uma diferença de apenas 15 segundos.
A equipa dos amigos do Vale do Silêncio presentes na
Maratona do Porto.
Para o ano vou voltar, a inscrição já foi feita logo no início do evento deste ano, agora que esta edição já acabou direi que mais uma vez fiquei altamente satisfeito pela forma muito profissional como foi conduzida a organização desta Maratona que a exemplo das anteriores não me deixa outra alternativa do que voltar e tentar concluir mais uma num ambiente que não deixa ninguém indiferente.
Segue-se agora os trilhos de Casainhos aqui perto da porta e depois mais um duro desafio, desta vez em Barcelos dia 25 de Novembro.
Como dizia um amigo há dias na Net, numa das suas hilariantes paradas, esta de Barcelos é também para alguns "cagões" (desculpem-me a expressão, que é dele) e como eu me revejo nesses cag.. (intrepertando os seus considerandos) por andar mais lento que os primeiros e como tal não devia andar lá feito impecilho por andar muito e correr pouco, e depois ter a mania de contar pela escrita e pelas fotos os meus feitos (que são pessoais e nada mais) devia ser impedido de participar. É um amigo que estimo e lamento tal opinião, limitarem-me a participação porque não consigo correr toda a prova de montanha ou que não consiga pelo menos metade isso não. Por isso dicidi e porque ainda estava em dúvida participar no Trail de Barcelos, mesmo que me limitem os tempos de passagem como este amigo propôe eu esterei lá para participar, não como cag.. mas porque adoro a Natureza e isso é um bem que não pode ser retirado a um velho atleta que gosta de estar junto daqueles que admira num ambiente onde não pode haver restrições para além daquelas que são mais óbvias, nomeadamente a segurança e a dignidade de todos os intervenientes.
Fotos

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Corrida Do Alto de S.João, Lisboa 21/10/2012

Em fim de semana de pausa em treinos e corridas não dispensei dar uma saltada até ao Alto de S.João junto à Praça Paiva Couceiro para assistir à corrida pedestre promovida pela Junta de Freguesia e apoio de várias entidades locais. Há muito que não assistia a um Grande Prémio onde estivessem os escalões mais baixos, pena haver só provas acima de 800 metros pois afasta muitos miúdos de poderem participar e mostrar as suas capacidades actuais rumo ao  futuro, ainda assim foram muitos os que lá estiveram antes de ter início a prova principal na distância de +- 7.800 metros. Ainda assim assinale-se que nas provas de Trail ou de Montanha já se vai olhando para as faixas mais novas dos nossos atletas, o exemplo deixado pelo Carlos Sá na sua organização do Trail Serra d`Arga em incluir já provas para os mais pequenos dando-lhes desde já uma outra dimensão da corrida e outras opções por forma a que os adultos ao preferirem e aderirem a esses eventos possam arranjar também opções para os seus filhos ou familiares mais novos, complementando-se assim os diversos factores de convívio e lazer por parte de familiares e amigos aos fins de semana.
O nosso Clube AVS tem uma grande diversidade de actividades no seu seio e o Atletismo é uma das suas vertentes mais importante e mais numerosa, contudo ainda não conseguimos chegar aos mais novos, não porque não tivessemos vontade, mas a vida de todos nós não permite que tal seja possível, pelo menos por enquanto.
O chuvisco que caía pela manhã à hora da prova foi bastante amiga dos atletas, principalmente daqueles que iam correr a prova mais longa, e pelo que ouvi estavam todos bastante satisfeitos por o calor não os ter afectado. O percurso era muito acessível nos primeiros 2/terços da prova, mas o último terço era duríssimo levando os atletas a um esforço tremendo para conseguir vencer aquele troço que vai de Xabregas até ao Alto de S.João. Saliento os bons resultados alcançados pelos  atletas dos AVS, principalmente a Susana e o Hugo Adelino 1ª e 3º respectivamente da geral femenina e masculina, bem como do João Inocêncio 4º, do Paulo Póvoa e Tiago Silva.
De resto toda a equipa esteve muito bem, estiveram lá 19 atletas no total e eu limitei-me a ver e a tirar algumas fotos para recordar e ficar na história do Clube e da organização da prova.
Fotos Mais fotos

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Meia Maratona da Moita, 14/10/2012


Um apoio importante aos 13kms
Já com os olhos postos na Maratona do Porto no próximo dia 28 de Outubro voltei à estrada depois de estar presente na última Corrida do Avante no passado dia 9 de Setembro. Agora foi a Meia Maratona da Moita no passado dia 14 de Outubro, uma prova que faz parte do meu ciclo de provas de estrada que anualmente são programadas para fazer, a juntar a esta estão: 1º de Maio, S.J. das Lampas, Avante, Olivais e as maratonas do Porto, Lisboa e Sevilha. Raramente sairei deste lote, se o fizer será por alguma motivação especial.
A montanha continuará a ser a minha corrida preferida, pelo menos enquanto puder e sinta que não serei um estorvo para os organizadores das respectivas competições, é lá que sinto de facto o prazer de correr e de estar com a Natureza, por isso continuará a ter a minha prioridade independentemente das dificuldades que cada uma delas possa apresentar.
A meia maratona da Moita estava por isso no caminho para preparar a Maratona do Porto, se bem que seja demasiado pouco para isso, mas de há muito que deixei de treinar especificamente para elas uma vez que as provas de montanha por vezes têm-me ocupado em média 5 h. por cada uma a correr/andar dando-me alguma consistência física e de resistência. Na Moita optei por tentar fazer uma prova para 2,15h. mas desde o início logo percebi que o ritmo iria ser mais elevado, parti lento mas ainda via à minha frente 2 AVSs e acelerei um pouco para me juntar a eles, o que consegui perto dos 2kms, ali segui com o nosso Míster Fernando e o Juca até por volta dos 4kms altura em que percebi que o andamento era demasiado para mim, aproveitei um pequeno conflito com o meu relógio e reduzi para o resolver e a partir daí segui isolado no meu ritmo mais confortável.
Aos 5kms ainda passei com 27m e aos 10kms com 55m, a 2ª parte foi mais difícil e não consegui manter o mesmo nível porque o organismo não correspondeu ao que as pernas ainda tinham para dar, o que considero normal, se treino a 6´ o km não posso depois exigir mais do que isso nas provas, não tive outro remédio do que seguir e aproveitar o melhor que a máquina ia deixando. Nos últimos anos a chegada do 1º atleta à meta na Moita corresponde exactamente com a minha passagem naquele local para os últimos 9kms de prova, sinal de que podia apontar para as duas horas de prova se tudo corresse bem dali para a frente. Pouco depois aos 13kms cruzo-me com o meu neto mais novo, o David, tinha ido fazer a caminhada com a mãe até ao Rosário e estava de volta, o pai já lá ia para a frente a acompanhar o primo Filipe e tal como o Hugo iam a fazer o melhor que podiam, para mim as coisas até seguiam muito bem, via por ali alguns atletas com dificuldades, ora físicos ora por cansaço, e era natural que eu seguisse ainda com uma passada solta respeitando sempre as limitações que o organismo me ia impondo já que a nível de força física isto ia muito bem. Parei para idratar bem aos 15 kms, desta vez não levei qualquer suplemento, confiei na organização já que em todas as edições nunca faltou nada aos atletas a nível de apoio com água, mas como habitualmente corro quase sempre junto aos últimos nunca se sabe quando não seremos surpreendidos com uma situação de falha. O dia até estava bom para correr, céu encoberto, ás vezes com pequenas abertas onde o sol aparecia com alguma agressividade, a chover quando eu seguia por volta dos 8kms, mas que durou pouco e foi uma pena, pois a chover é que a gente se entende.
A subida final a partir de Sarilhos Pequenos foi feita com grande à vontade, aí também iam alguns atletas com dificuldades e iam ficando, a descida até à meta foi feita em velocidade sem dificuldade de maior, sentia algum cansaço geral mas as pernas estavam a corresponder bem, sinal que para o Porto as coisas se estão a compôr podendo eu contar com uma marca até ás 4,15h.
Para esta prova com a distância no meu relógio de 21,240kms gastei 2,01,25h. à média de 5,43m por km.
Até considero muito bom este desempenho, há uma semana tinha feito a Serra d`Arga com 45kms e de extrema dureza, com uma semana de recuperação bem difícil e com algumas dores à mistura.
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Trail da Serra D´Árga



Desta vez a magia da Serra D´Árga deu lugar à frustação sentida na 1ª Edição do Trail Maratona de 2011, tínhamos então ficado a meio impedidos de prosseguir devido a terrível tempestade que se abatera nesta bonita Serra e que se estenderia depois por todo o país.
Desta vez tudo saíu perfeito, mas ainda assim a noite ameaçou com alguma chuva fazendo perigar a passagem por alguns trechos do percurso, contudo a manhã apareceu com o céu quase limpo e com boa visibilidade sobre a Serra.
Os Amigos do Vale do Silêncio estiveram representados com 3 atletas e ás 8h. da manhã lá estavam na partida em DEM depois de terem pernoitado no Pavilhão colocado à nossa disposição para o efeito.
Esta prova prometia, estavam lá os melhores trailistas portugueses e nós tínhamos fundadas esperanças no nosso colega de equipa Rui Pacheco, embora as caraterísticas da prova apontassem numa 1ª análise para a extrema dureza do percurso face aos 45kms anunciados e para um desnível acumulado de cerca de 5 mil metros era de prever que a sua prestação não seria tarefa fácil, eu e o meu genro Daniel Pinto íamos tentar fazer a prova num nível aceitável, embora fosse eu o que tinha mais pressão já que se demorasse muito a chegar corria o risco de regressar de Expresso.
A Serra começava logo ali junto à partida, 500 metros depois estávamos já em pleno estradão que nos conduziria ao primeiro muro logo a partir do 1º km. Serra acima fomos ultrapassando pedra sobre pedra, terra era coisa que não havia, aqui e ali apareciam alguns tojos e ervas que era aproveitado para pôr os pés para subirmos com mais segurança e facilidade. Aos 3 kms atingi o topo da 1ª Montanha a 715m de altura com 32 minutos de prova a coincidir com o 1º abastecimento de líquidos. Eu levava o Camelback e água suficiente bem com gel e marmelada para tomar quando visse que era necessário, ainda assim parei e bebi 3 copos de água poupando a que levava.
A descida que tínhamos pela frente era acessível e muito bonita, a irregularidade do terrenos na subida dera agora lugar a um passadiço de pedra quase que moldada em autênticas lages planas que nos permitiam descer com ritmo elevado sem recear possíveis quedas desde que ouvesse o máximo de cuidado, foram 5,5kms de constante descida a saltar de pedra em pedra começando desde logo o colossal massacre que a zona muscular e as articulações sofreriam até final da competição. Como é hábito voltei a correr isolado, aqui e ali tinha companhia mas sempre por pouco tempo pois gosto de gerir o meu esforço sem qualquer pressão de ritmos certos.
Depois de novo abastecimento e passagem por locais espectaculares, nomeadamente belíssimas cascatas e pequenos lagos onde se podia observar a àgua cristalina ali existente tão do meu agrado, (até ali ainda não tinha perdido uma única oportunidade de ir bebendo sempre que ela estava acessível) esqueci de levar um copo mas para a próxima não me esquecerei. Aos 11,5kms subo de novo à Serra, desta vez aos 585 metros, esta foi sem dúvida a mais fácil de todas, iniciando desde logo nova descida, ainda e sempre em cima de rochas e pedra até chegar ao ponto mais baixo de toda a prova que se situou aos 108 metros e quando já levava 17kms de prova.
A partir daqui começou o espectáculo do rio, caminhando sempre nas márgens deste rio com algumas incursões pelo seu leito numa paisagem deslumbrante e por vezes passagens algo perigosas mas sempre na presença de água pura e cristalina que eu aproveitava para ir bebiricando sempre que possível. Foi numa destas vezes que dei um trambulhão daqueles, aproximei-me demasiado de uma queda de água onde o musgo nas rochas era muito para ter o prazer de saborear aquela água e zás! escorregaram os 2 pés ao mesmo tempo e fiquei estendido ao comprido de costas em cima da rocha, estavam ali os bombeiros de prevenção a dois passos e socorreram-me logo, não me feri mas fiquei com uma dorzita no cotovêlo que não me importunou até final da prova. Segui ainda mais algum tempo por ali no rio, sempre com o máximo de cuidado mas com pena de mais à frente ter de o deixar, o sol já começava a aquecer o meio ambiente e ter aquela água por perto era espectacular.
A povoação onde terminámos o ano passado devido à tempestade já estava perto, antes de lá chegar ainda andámos um pouco no alcatrão, olhei para trás e não via ninguém mas sabia que ainda vinha muita gente lá para trás, tão pouco via também os participantes dos 20kms que partiram duas horas depois de mim mas que sabia estarem já por ali perto, finalmente chego lá com 3,33h, aproveito o abastecimento líquido e sólido e parto à conquista de novo muro, este condizia com o ponto mais alto da Serra Dárga 814 metros e onde o nariz quase batia nos joelhos de forma permanente durante quase toda a escalada, para minha satisfação via aparecer quase em toda a Serra  nascentes de água que se ia juntando até perfazer pequenos riachos que me permitiam de vez em quando beber alguma dela. 
A subida manteve-se sempre duríssima e como levava os apoios tinha mais facilidade enquanto ao mesmo tempo ia poupando um pouco as forças, via outros atletas em grande dificuldade, o meu ritmo ainda era bom a subir enquanto via os outros a ficarem, no alto encontramos uma pequena transição que nos permite descansar um pouco, é aqui que se encontram os animais pastando em total liberdade, a água é imensa pois existem nascentes por todo o lado, a verdura e o pasto é muito bonito, é um autêntico prado de verdura e parecia que estávamos no paraíso, em contraste toda a Serra que vínhamos palmilhando quase que não existe uma árvore, apenas tojos e outros arbustos de pequena dimensão e muita pedra e rocha.
Passado este pequeno Oásis continuamos a subir ao ponto mais alto, de novo pedra e rochas, onde podemos observar ao longe tudo o que nos rodeia, vi a Foz do Minho e Vila Praia de Âncora ali à beira do Oceano de entre muitas outrs coisas, marcava ali o meu relógio precisamente os 25kms com 4,45h. de prova. Começava aqui a mais brutal descida desta competição, para além da continuação da pedra e rocha onde apenas corremos aos saltos, o desnível foi tremendo e permanente dos 815m para 390m em apenas 2,5kms, escusado será dizer que as articulações já não têm ponta por onde se pegue, valeu-nos ali uma pequena folga quase em plano que nos levou até ao abastecimento seguinte dos 29kms e com 6h. de prova até então. Quando ali cheguei vi muitos atletas por ali sentados, não cheguei a perceber se estavam a descansar se estavam para desistir, alguns já tinham tirado os "apetrechos" e fiquei com a ideia de terem desistido, era rapaziada nova na sua maioria mas não me admirei muito, talvez a resposta estivesse ali mesmo à vista, é que íamos iniciar uma das mais difíceis subidas deste Trail, não em termos de altitude mas de inclinação, subimos 400m em apenas 2kms (dos 29kms até aos 31kms), brutal, é nesta subida que encontro a Otília, tinha parado para descansar um pouco, depois segui por ali acima saltando de pedra em pedra com a ajuda dos apoios, encontro de novo mais uma nascente já quase no alto de Serra e aproveito para beber, a água saía de um tubo que a estava a captar sei lá de onde, estava fresquinha e isso é que importava, finalmente chego ao alto olho para baixo e vejo a Otília quase a chegar, ela é uma resistente e nada a faz dobrar.
Dali do alto inicío nova descida, em alguns pontos bastante brusca, até aos 36kms onde estava mais um super abastecimento e que marcava ao mesmo tempo a eleminação da prova para quem lá chegasse com mais de 8,5h. mas eu levava uma boa folga com as 6,57h de prova até então e estava descansado. Encontro aqui o João Meixedo, aquele grande amigo lá do norte, tinha-se enganado no percurso e perdeu algum tempo, deviam ir na "paródia e destraíram-se, só pode ser. Parti com ele e outros  para atacar mais uma Serra a 718m de altitude , não se pode dizer que fosse muito difícil mas era longa e os cuidados eram muitos porque nunca víamos o topo das montanhas e íamos sempre desconfiados.
Mal atingimos o topo desta Serra nova descida muito pronunciada e perigosa que nos levaria a um pequeno riacho e logo de seguida outra subida brutal, curta mas dura como cornos, foi a meio que tive a 1ª câimbra, a coxa esqueda agarrou e senti fortes dores que me fizeram parar de imediato, tinha 40kms percorridos e ainda faltavam 5kms muito duros, passado cerca de 2 minutos verifico que a dor passou e dou alguns passos para continuar a escalada e a perna aguenta-se, logo depois apanhamos um estradão e cruzamos a linha da nossa 1º passagem por aquele local aos 12kms.
Para nossa surpresa e quando já esperámos que a última subida fosse mais suave face ao estradão que víamos à nossa frente somos conduzidos para nova parede, dizia um elemento da organização que ali estava que era um muro de 500 (expressão dele) e depois mais 800 metros até à descida final, olhei para cima e assustei-me mas, como é que eu vou subir aquilo? lá bem no alto via alguém, isto é, via os pés de alguém porque o resto do corpo não se via tal era a inclinação, mas tenho de subir não há outra epótese, rochas e mais rochas, as pernas e os braços já doem, chego a meio e olho para trás e vejo a Otília a aproximar-se de novo, não espero porque sei que ela vem melhor do que eu e não tarda está ao pé de mim, chego ao topo e posso finalmente respirar um pouco, estava de novo a 730 metros de altitude e aproximava-se o último abastecimento no alto da serra a 3 kms da meta, chego ali na companhia da Otília e inicio na sua companhia a descida final que correspondia à nossa 1º subida no início da prova, os joelhos e os pés já não aguentam a descida a correr, aquilo era feito aos saltos, vejo a minha companhia abalar sem poder acompanhá-la, páro para tirar algumas pedras de um dos sapatos, mal me sento os gémeos agarraram, levanto-me de novo e volto a tentar mas desta vez são os pés com câimbras volto a levantar e consigo nesta posição tirar o sapato, não que os gémeos não voltassem a agarrar, consigo resolver o problema e ensaio novamente a corrida, ali já tinha regressado ao estradão inicial e estava no último km, corro agora mais animado já me dizem que a meta estava ali a seguir à curva, começo a ouvir emocionado as palmas de quem estava ali a assistir à nossa chegada, vejo a meta e páro após passar a linha, fico um pouco aparvalhado porque fico sem saber para onde ir, nisto vejo o Carlos Sá a meu lado a bater-me no ombro para me dar o prémio de Finisher, um Pólo sem manga, que por ser pequeno não me serve. Não o vou guardar, vai direitinho para o meu neto mais velho, se o quizer, claro!
Ao fim de 8,48h. terminava esta minha Odisseia numa distância que até nem é muito extensa, 44,750kms, mas que a nível de dureza não deixa saudades
Logo de seguida chega o Rui e o Danielao pé de mim, já tínham tomado banho, o Rui tinha efectuado uma prova espectacular, ficou em 6º da geral e 3º do escalão sénior, foi novamente traído pelas câimbras perto dos 40 kms quando seguia em 3º lugar da geral mas não tardará muito que o nosso Trail não conte com mais um elemento de grande valor. O Daniel também fez uma prova espectacular, considerando até a irregularidade dos seus treinos e também das provas em que tem participado, é rijo quanto baste.
Uma palavra para alguns aspectos que me pareceram menos bons, muitos atletas participaram na Maratona sem cumprirem o regulamento obrigatório transportando consigo os materiais de sobrevivência indispensáveis, a ausência de qualquer controlo por parte da organização facilitou esse incumprimento prejudicando outros que em competição saíram claramente prejudicados, é uma situação a rever pois não se pode estar a regulamentar e depois não se dar cumprimento.
Não seria despropositado que à nossa chegada ouvesse um abastecimento suplementar de líquidos e sólidos, chegamos ali desidratados e sabia bem ali um reforço que nos animasse um pouco.
Por fim e isto já começa a ser banal, chego tarde a a más horas ao almoço mas aqui a responsabilidade é minha, a massada tinha acabado e tenho de esperar, não é problema espero, vou buscar uma bebida para acompanhar o almoço e a cerveja tinha acabado, vinho não sei se ouve o certo é que não havia, a água que estava no jarro ficou lá. É muito pouco e os últimos devem ser apoiados como foram os primeiros.
Uma palavra ao Carlos Sá pela enorme simpatia que teve para com todos os atletas durante todo o evento mas principalmente pela sua presença na Meta ao esperar todos os atletas do 1º ao último a chegar e dar a todos pessoalmente o prémio que merecidamente conquistaram, foram muitas horas aguardando que um após outro fosse chegando e sempre com uma palavra de simpatia para todos. A todos os que estiveram no terreno a ajudar o meu obrigado pelo excelente trabalho desenvolvido.
Classificações

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Serra D Árga, faltam apenas 4 dias!!!

Serra Dárga,

Quando partimos em 2011 já víamos ao longe a terrível tempestade que nos esperava, mas partimos dicididos e determinados, ou não fosse esse o espírito que acompanha todos os trailers, a par dessa determinação existe também o grande espírito de aventura e superação onde não existem obstáculos que não tenham de ser vencidos. A Serra Dárga é e será dura de roer mas quem partir no próximo Domingo vai com o sentido de vencer aquela que será sem dúvida a que subirá mais em acumulado numa prova jamais realizada em Portugal, poderá não ser a mais difícil e onde se correm maiores riscos de quedas aparatosas e perigosas (vamos ver) mas é uma prova que suscita grande curiosodade para todos nós.
Os limites impostos de tempo de passagem creio que são acessíveis, assim as condições climatéricas o permitam e estou certo que todos sairemos de lá com a satisfação de mais um desafio vencido, e dos grandes.