terça-feira, 22 de maio de 2012

Ultra Trail de S.Mamede, um sonho realizado

Foto UTSM
Parece estranho, mas ainda não consigo valorizar este feito de atingir a marca dos 100 kms (105 para a organização) sem descolar da admiração que tenho por tantos amigos que já atingiram marcas semelhantes e superiores, muito superiores áquilo que agora consegui concretizar. Ainda está por explicar que tipo de impulso me levou em Janeiro? a inscrever-me nesta prova, só sei que o teria de fazer e de uma vez por todas entrar na pele daqueles que o vão tentando e conseguido furar esta barreira psicológica.
Fui dos que respondi ao questionário e também apoiei a bitola dos 100 kms de S.Mamede nesta sua 1ª edição que a organização gentilmente colocou à nossa apreciação, daí até ao impulso de avançar foi um ápice, e nunca me arrependi mesmo numa fase em que as lesões me carregaram de tal forma que em algumas alturas me questionei se não era melhor tirar isto da ideia.
E eis chegado o momento da Verdade,
Foto oferecida pelo Paulo Pires
Ás 4 da madrugada estava preparadíssimo para partir mas a ansiedade era muita, a meu lado tinha o Rui Pacheco, também do AVS que dicidira participar nesta prova com o intuito de experimentar a distância e ganhar mais experiência com vista a futuros objectivos. A noite tinha sido em alerta permanente ali mesmo ao lado, a habitual orquestra desta vez esteve mais silenciosa, fruto se calhar da proximidade da partida e também pelo respeito que a prova impunha a todos e que os inibiu de descançar como deve ser. A noite esteve chuvosa mas quando partimos estava tudo calmo e a temperatura estava excelente para se correr, 4 horas antes tinha-se iniciado as 24h. a correr naquela magnífica pista de Atletismo, mais tarde também partilhada pelos atletas do Trail e Ultra Trail à sua chegada à meta. Mal partimos começa a chover e da grossa e ao mesmo tempo fria, mas nada nos podia demover, a Organização traçou nos 1ºs kms um percurso mais acessível para nos irmos preparando para o assalto final à Serra. Este assalto iria ser duro e bastante longo mas isso era segredo, conhecíamos apenas no papel os 9 ou 10 picos que iríamos visitar, por agora era a chuva que nos castigava, ás vezes com bastante intensidade mas para mim ela é sempre bem vinda mesmo que seja ás 4 horas da madrugada.
Ao contrário do que é hábito desta vez coloquei-me vem cedo a meio do pelotão e por lá me mantive durante bastante tempo havendo alturas que olhando para trás me assustava ao ver ainda muita gente atrás de mim, interrogava-me se não estaria a andar demasiado depressa para as minhas possibilidades. Seguia na companhia do António Almeida que se via grego para progredir devido há intensa chuva que lhe dificultava a visão, ele usa óculos e se os tirar o resultado é desastroso, por isso optou por ir com mais calma e isso possibilitou ter a companhia dele até perto dos 80 kms. Entretanto e conforme a corrida se ia desenvolvendo fui compartilhando a companhia com vários grupos dos quais destaco o da Otília e da Célia, o caminho era acessível e as dificuldades começaram a surgir com o aproximar da subida ás antenas no PAC3, para trás ficara já 2 postos de controlo e abastecimento, deu para ver e tranquilizar para o resto do percurso que iríamos ser bem apoiados a nivel de abastecimento, havia muita coisa e em abundância. A 1ª grande dificuldade apareceu com a subida ás antenas, tinha ouvido na véspera junto ao Secretariado o Vitor Cordeiro a relatar que em tempos não muito longínquos que conseguia subir aquilo tudo sempre a correr mas agora já o tinha tentado e o mais que conseguiu foi chegar a meio. Pois bem, quando vi aquilo assustei-me e não vi tudo pois o nevoeiro só me deixava ver a pouca distância, levava os meus bastôes e foi o que me valeu, a cada curva ou conforme o nevoeiro se ia esfumando à nossa frente verificava que a subida não acabava e a sua inclinação parece que cada vez se acentuava mais, até que surgiu o topo a corresponder com o 3º abastecimento da prova. Se foi dificil subir não o foi menos a descer, pelo menos para mim, pois desde o início que vinha a poupar os joelhos nos embates mais violentos que fazemos ao descer. Entretando a Otília já tinha ficado com outros atletas e eu seguia ainda perto do António e da Célia. Ao longe consigo descortinar o Brito, ia a passo, páro ao lado dele e informa-me que está com problemas num joelho e que vai desistir, desejo-lhe boa sorte pois o próximo controlo ainda estaria longe, ainda assim quando lá cheguei dei a notícia e disseram-me que iam chamar uma viatura para fazer a evacoação, o que se passou depois não sei, vim a saber no final que se confirmara a sua desistência o que lamento pois sei o quanto ele trabalhou para se apresentar ali em boas condições. Pensei na Otília, sua companheira, que vinha ali perto e como reagearia ao vê-lo em dificulades, ficaria com ele? seguiria? agora tenho a resposta, corajosamente prosseguiu em busca do seu sonho, possivelmente com o coração despedaçado, mas são assim os grandes campeões, temperados na dura luta que travam em busca dos seus sonhos e objectivos.
Foto de Isabel
Marvão aproxima-se, as dficuldades de progressão vão aumentando, após uma enorme descida e muito acentuada chego à beira do Riacho virando a Sul e de novo a Norte pouco depois, o objectivo da organização é fazernos passar por dentro do Rio e refrescar um pouco os pés, creio que ninguém gostou daquilo (penso eu) até meio ainda havia pedras mas depois tivemos de ir mesmo a banhos, (foi a partir daqui que começo a receber mensagens no telemóvel, não podia atender mas conforme iam chegando eu entendia como mais um estímulo, mais tarde verifiquei que o nosso míster e muitos outros à distancia iam acompanhando a minha prova e a do Rui Pacheco, também os meus filhos me iam de vez em quando informando do andamento da prova através do Site colocado à disposição pela Organização da prova onde se podia ir acompanhando a evolução dos atletas via NET sempre que passavam nos 9 PAC espalhados ao longo do percurso). A longa subida levarnos-ia  até à bonita Vila de Marvão, km60, que sofrimento para a atingir, calçada e mais calçada, autênticas paredes que foram indo superadas com grande sacrifício. Aqui a 1ª grande frustração ao descermos novamente quando já estávamos quase a atingir as muralhas bem lá no alto do monte, descemos na direção Oeste para de novo voltar a subir até ás muralhas contornando-as depois de novo a Norte para finalmente atacar a subida final até entrarmos por aquela porta mágica com centenas ou milhares de anos de histórias por contar. Creio que esgotei ali as reservas físicas que tinha para fazer o resto até final e com o menor sofrimento possível. Foi ali também que mudei todo o equipamento que levava, os ténis eram agora mais leves e a roupa enxuta davam agora um melhor conforto e bem estar e foi assim que ataquei de seguida uma sopa bem quentinha e muito saborosa, bem como alguns produtos postos à nossa disposição. Conforme a subida, a descida também não deixou saudades, pedra e mais pedra, os pés raiavam o insuportával e os joelhos iam aguentando nem eu sei explicar, a Célia passa por mim que nem uma flecha, nunca mais a vi até final da prova. Nesta descida junta-se a mim um amigo do Sardoal que já ia em grandes dificuldades por causa dos joelhos, faz questão de ir comigo e durante longos kms fomos juntos.
No 7º PAC km67 estava a grande surpresa, o Jorge Branco mandara-me via Net uma mensagem de apoio e incentivo e pedira à organização para me a transmitir, mal sou identificado a cerca de 100m o Helder, que recebera a mensagem, vem a correr ao meu encontro e dá-me a boa notícia bem como outras que iam caindo de apoio quer a mim quer ao Rui, fiquei feliz apesar do empeno já ser enorme mas recompensado por ter amigos que não se esquecem de nós nas horas mais difíceis que passamos neste desporto de eleição.
Foto UTSM
É ali que recebi a notícia da desistência do Rui Pacheco aos 88 kms, fiquei triste pela sua incapacidade física de prosseguir mas muito feliz pela sua proeza ao atingir tão elevada quantidade de kms e quando seguia na 3ª posição da geral. Foi um resultado animador que permitirá concerteza para ele tirar ilações quanto ao futuro nesta difícil desciplina de Trail. Dali prosseguimos para Castelo de Vide, o meu companheiro do Sardoal deverá ter-se sentido bem melhor e começou a soltar-se e foi embora. ao mesmo tempo o António Almeida volta a alcançar-me com mais 3 amigos e seguimos juntos até Castelo de Vide, PAC8 km74. Aqui chegados vislumbro uma coisa que jamais esquecerei, a bonita Vila? de Castelo de Vide vista do alto daquilo que me pareceu uma Capela, tinha a máquina fotográfica comigo mas eu já nem paciência tive de a tirar do lugar onde estava para registar esse momento, pode ser que haja por aí alguém que o tivesse feito e faça o favor de me enviar. Contorno a Capela? e de seguida outra surpresa, descida em rapel, até gostei de ver aquilo mas como descer? as forças eram poucas as mãos ocupadas com os bastões e uma turba de pedragulhos para descer, e pronto aconteceu o trambulhão sem consequências nenhumas a não ser um momento de boa disposição entre todos os que ali estavam. Seguimos os 5 em busca do PAC9 e último posto de controlo, foi aqui que encontrámos algum espaço para correr mas já não havia condições para tal, ainda assim e à vez cada um ia lá à frente puchar um pouco pela carroça e a coisa ia seguindo de acordo com as nossas possibilidades em correr, eu agarrava-me com unhas e dentes para não descolar pois a noite aproximava-se, é aqui que começam os garmins a desligar com cerca de 13,30h. de utilização, a partir dali ficámos sem qualquer orientação, a não ser aquela que a organização montou e que permitiu desde o início uma impecável marcação com fitas e também com sinais luminosos. O António entretanto abalou e fez bem, sentia-se melhor que nós e era um desperdício manter-se ali, para além de castigador nada justificava aquele sacrifício. Seguia eu agora na cauda do grupo se eles corriam eu procurava acompanhar até que fiquei mesmo para trás uns 100 metros mas depressa reagi voltando a integrar o grupo para pouco depois os deixar para trás, eles já não aguentaram mais e foram seguindo conforme as possibilidades, pouco depois olho para trás e nunca mais os vejo.
Um pouco à frente encontram-se 2 jovéns com água e cerveja aproveito e abasteço o Camalback e sou informado que o PAC9 estava a 4 kms, passo por uma festa numa pequena povoação, sou convidado a comer uma febra mas declino o convite, já ia em grandes dificuldades e só queria chegar ao controlo seguinte, páro e volto a colocar o frontal, a noite tinha chegado e prossigo, finalmente encontro o local onde supostamente deveria estar o abastecimento e o PAC9 mas não, estava lá um senhor a mandar subir a Serra, pergunto pelo abastecimento e responde-me que estava a 4 kms!!! gelei completamente, teriam me enganado lá atrás? teria sido ali que que a prova se viu aumentada mais 5 kms do que o inicialmente indicado? o certo é que subi, subi para de novo voltar a descer até quase ao local onde iniciara a subida, lá atrás não me enganaram o PAC estava mesmo a 4 kms, então porque surgira aquela horrível subida antes de lá chegar? Foi ali que o Rui desistiu, pudera, pois a descida é muito castigadora e acabou com a sua resistência muscular. Neste PAC desabafo, mas só isso, os limites já estavam a ser atingidos e digo mesmo ao responsável que ali estava que percebia agora porque é que aquela prova valia 3 pontos  a cada atleta que a concluísse para participar no Ultra Trail do Mont Blanc em França num total acumulado de 6 pontos em duas provas, havia que encontrar montanha que totalizasse os 3.300m de acumulado positivo de altimetria correspondente para aceitação ( pode não ter sido assim mas esta explicação serve e eu aceito-a)  . Mal sabia eu o que ainda me esperava e atrevi-me mesmo a perguntar ao que recebi por resposta, "quer mesmo saber?" vai ter aí à sua frente uma subida igual à que acabou de fazer e depois mais duas "rampas pequenas" até final. Pouco depois voltei a subir, a corrida tinha acabado e agora só caminhava, a noite estava muito escura, o arvoredo tapava alguma réstia de claridade que pudesse existir, a inclinação levava-me quase a tocar com o nariz no chão (passe o exagero) os refletores extraordinariamente bem colocados iam indicando ao longe Serra a cima por onde havia de passar, ouvia-se aqui e ali o chilrear da passarada, eu que não tenho receio de caminhar na noite escura lembrava-me de outros que vinham atrás que poderiam não ter a mesma segurança, chego ao alto e continuo a subir, mesmo até ao último pedaço de pedra existente no alto da Serra para de seguida voltar a descer mesmo até à parte mais baixa de Portalegre, pedras e mais pedras, sem exgerar pelo menos 6 vezes ia mergulhando no chão, tão irregular que ele era, mas finalmente chego ao alcatrão e começo a ouvir a música que chegava algures em Portalegre, mesmo ali a meu lado.
Sigo agora pela estrada mas por pouco tempo, de novo a indicação para subir pela Serra por supostos trilhos que não existiam, procurava com o frontal a erva pisada deixada pelos da frente, pouco depois encontro nova estrada e sigo bastante tempo na esperança de finalmente chegar, puro engano, volto a subir em direção a um bairro para de novo descer e continuar no alcatrão, começo a ouvir ao longe a voz do Spyker no Estádio e a música um pouco intervalada, a esperança renasce e procuro moralizar-me, chamo interiormente quase todos os nomes impróprios a quem delineou aquele traçado final, acredito que de dia até seja giro, mas à noite? quando já pensava descer a caminho do estádio surge nova incursão  ao monte afastando-me ainda mais da tão desejada pista, caminho já esgotado de paciência e começo a notar um desiquilíbrio do meu corpo para a esquerda, tendo de corrigir várias vezes a minha tragetória. subo e subo e nunca mais vejo o fim dos sinais luminosos, ali 400 metros já representam o dobro ou o triplo, finalmente (pensava eu) chegara ao fim da última subida, vou descendo até atravessar vários becos num bairro prosseguindo depois por estrada alcatroada em direção à tão ansiada pista. Já visualizo a pista está mesmo ali a meus pés, a cada momento espero encontrar a sinalização para lá, mas nada!!! afasto-me de novo alcatrão a fora, a pista começa a ficar para trás, fico sem jeito, as dores são muitas já quase não sinto os pés, os joelhos já dão pouca segurança para me manter de pé e eu a fastar-me cada vez mais, finalmente aparece com ar garrafal em letras bem gordas "Último Km" emocionei-me, estava prestes a concluir uma coisa que me parecia impossível, mas o tormento ia continuar, mal saio da estrada nova investida a um monte agreste que ao chegar me interroguei como é que naquelas condições conseguiria passar aquilo, mal entrei espalhei-me ao comprido, fiquei ali a pensar como é que me iria levantar, duas, três tentativas e voltava à mesma posição, valeu-me uma rocha onde me encostara e com a ajuda dos bastões e consegui manter-me de pé novamente, dali tinha uma vista fantástica mas só para quem lá chegou de dia, agora à noite? estava a pouco mais de 500 metros da chegada e a descida foi de loucos, por sorte não voltei a cair de novo, ao fundo estava um senhor da organização a indicar-me o caminho para a pista, olho para trás e começo a ver mais atletas a chegarem, por ironia do destino andei mais de 20 kms sozinho e só agora é que estavam a chegar por perto, chego à entrada do Estádio num misto de satisfação mas também completamente destroçado, um dos responsáveis colocou-se a meu lado e eu sem saber como consegui fazer toda a  pista a correr a seu lado até finalmente visualizar a 100 metros a tão almejada meta, tinha iniciado a corrida ali ás 4 da madrugada e ao fim de 19,20h estava de regresso depois de ter percorrido os 105 kms confirmados pela Organização. Depois de terminar verifiquei o estado em que estava, valeu-me ali o Ricardo Batista que me amparou e conduziu para o interior onde estava o abastecimento final e o local de massagens. Mas eu não liguei a nada daquilo, e por incrível que pareça nem áquele grande amigo eu dei a devida atenção, afastei-me sozinho e silencioso fui ao meu carro vesti o meu fato de treino depois de me desevencilhar de tudo o que tinha vestido dirigi-me ao Pavilhão estendi a esteira, abri o saco cama e ali fiquei até à manhã do dia seguinte, comigo tinha unicamente a medalha, de cortiça, aquela em que tenho mais orgulho de ter conquistado.

Classificações

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ultra Trail de S. Mamede 19/20 de Maio 2012

A 3 dias desta grande aventura, a ansiedade vai aumentando mas tudo passará com o tiro de partida.

Aqui pode acompanhar em tempo real toda a prova (inédito entre nós): https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0Au4OtMUmiBvedGgzeU5lbTlLRlZFZ21odU8zOGJIbEE


GPSies.com GPS - corrida - trilho - caminhada - Imprimir percurso UTSM - 7300-065 Portalegre, Portalegre

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Com os BTTistas, um treino e convívio diferente.

Ao contrário da minha vontade este ano tive de abdicar de algumas provas que gosto de fazer, umas por problemas físicos (Lezírias, Pastor e Almourol) e agora a Meia Maratona da Areia, esta por opção devido à preparação para S. Mamede que se efectua daqui a duas semanas e era a última oportunidade para fazer mais kms em ambiente parecido áquele que vou encontrar em Portalegre. Contudo fiquei triste por ler em comentários o lamento da Costa da Caparica por esta prova não merecer a presença de alguns "amigos" habituais apelidandos de "coitados" por aquilo que perderam.
Eu conheço a prova e participei duas vezes, precisamente as duas primeiras, e conheço a competência mais que provada dos amigos do Mundo da Corrida que colocam todo o seu empenho em todas as iniciativas que levam a cabo, daí regeitar o mimo de coitado por não reconhecer veleidade a quem se exprimiu desta forma minurando o direito de cada um optar por aquilo que possa servir os seus interesses.
4 Amigos do Vale do Silêncio participámos numa prova de BTT na distância de 35kms aqui bem perto da porta, foi na Granja perto de Vialonga, porque o trajecto e algum grau de dificuldade me interessava inscrevemo-nos na prova mas como trailistas, o que foi prontamente aceite pela organização explicados que foram os nossos objectivos. Eu e o Rui Pacheco vamos a S. Mamede participar na prova dos 100 kms e os outros 2 ( o Filipe e o Hernâni) tiveram a gentileza de nos acompanhar e ajudar a atingir aquele objectivo. Saímos ás 7 horas da manhã, (só o Rui é que saíu por volta das 9h. juntamente com os BTTistas), com o pensamento de tentarmos chegar ainda antes de terminar o banquete colocado à nossa disposição no final deste salutar convívio. Este objectivo foi conseguido pois por volta das 1130h estávamos a chegar dando ainda tempo para ir ao chuveiro e pôr tudo em ordem.
O Rui chegaria cerca de 20 minutos depois revelando uma excelente condição física e a prometer muito para S.Mamede. Este Local e toda a logística que foi possível instalar no terreno é muito capaz de no futuro fazer alguma surpresa na área do Trail, o tempo o dirá.
Até S.Mamede vou tentar recuperar a perna esquerda de forma a que consiga fazer todo o circuito sem problemas de maior, a partir de agora sendo o próximo objectivo já não penso noutra coisa.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dia Mundial dos Trabalhadores, a esperança não morre!

Chamem-lhe agora o Lince Ribatejano
Este ano o 1º de maio foi comemorado por mim com mais uma participação na corrida tradicional organizada pela CGTP. Uma prova que todos os anos tem conseguido manter-se de pé  reunindo desta vez à sua volta quase 1500 participantes, conseguindo assim mais uma vez bater o recorde de participações relativamente a edições anteriores.
Participei exactamente para estar junto dos amigos e camaradas que há muito não via e que se mantêm firmes nas diversas frentes de luta que os trabalhadores portugueses se encontram envolvidos na luta pela defesa da sua dignidade de vida, pelo direito ao trabalho e pelo progresso do nosso país.

O Vale do Silêncio
Tive a felicidade de fazer a minha prova em companhia do Jorge Branco, a velha raposa manca, que retornou ao local que lhe deu esta simpática alcunha. Foram perto de 12 kms de boa companhia como há muito não acontecia, foi também muito benéfico para mim pois consegui desta forma cumprir os objectivos que pretendia, fazer kms e tentar proteger a minha perna o mais possível do impacto no alcatrão. Isto foi conseguido até ao final da Rua do Ouro altura em que a velha raposa dicidiu mostrar que está de volta e pronta para atacar o tempo perdido. Dali até à meta foi um regálo vê-lo a correr, passo sempre certo e firme levando a que a cada metro estivéssemos a ultrapassar outros participantes que ousaram desafiar aquela distância e estavam agora a pagar a ousadia do seu voluntarismo.
Um bonito cenário
A minha admiração por esta simpática figura cresceu ainda mais quando em plena Alameda D. Afonso Henriques observo-o a gritar a plenos pulmões enquanto corria CGTP, CGTP,CGTP numa repetição que durou até sairmos para enfrentarmos o Evereste (expressão do Jorge) que estava ali logo a seguir. Foi um gesto bonito que eu não estava à espera e que me surpreendeu pela vivacidade com que o fez apesar de já ir muito cansado.
Terminámos aqueles quase 15kms com o tempo de 1,30.40h. (tempo de garmin).
Agora uma pequena pausa nas "minhas competições", treino, treino e treino, dia 19 estarei de volta para a grande incógnica que será S.Mamede, serão perto de 24 horas que auguro de prazer e satisfação pois só assim concebo realizar uma loucura destas com muita confiança.
Enfrentamos o infinito mas com confiança
Fotos de Isabel Almeida e J.Adelino
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