segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Trilhos Terras de Sicó


Um ano depois voltei a Terras/Serras de Sicó, ali nas redondezas do Concelho de Condeixa a Nova. Um Trail de 30 kms, extraordináriamente bem organizado pela Associação O Mundo da Corrida e com o apoio de diversas entidades da Região de entre as quais destaco a Câmara Municipal, os Bombeiros e os Escuteiros.
Fizeram-me companhia a partir de Santa Iria da Azóia, o Fernando Andrade, o Mário Lima e o Paulo Portugal, sendo que apenas o Paulo é membro da mesma Equipa que eu, Amigos do Vale do Silêncio.Partimos no Domingo bem cedo e duas horas depois já estávamos a chegar a Condeixa.
Voltei a encontrar muitos amigos por ali e fomos preparando a nossa participação nesta 2ª Edição dos Trilhos de Sicó, já tinha estado na 1ª Edição há um Ano e estava com curiosidade pois sabia que o percurso tinha sido alterado e tornara-se assim muito mais exigente, segundo diziam.
O Paulo era estreante neste tipo de provas em serras e montanhas e eu não me cansava de lhe dar alguns conselhos, deu para ver logo ali que a inesperiência era de facto muita, equipamente desadequado e muito limitado, valeu que o tempo estava excelente e a chuva já não caía há alguns dias.
Optei por levar apenas dois bidons pequenos de água à cintura, a organização assegurava abastecimentos a cada 5 kms. Ainda no pequeno aquecimento para a prova parti um dos 2 apoios (bastões) que pretendia levar para me auxiliar nas muitas e difíceis subidas que a prova iria ter, optei por disistir de levar o outro pois em nada me ira beneficiar.
Esta crónica é um pouco dedicada ao meu companheiro de equipa Paulo Portugal que por ser estreante neste tipo de provas quis sentir as dificuldades naturais por que passam os atletas e também pelo fascínio de historias passadas que ouviu pessoalmente contar das nossas divas da Ultra-Maratona, Célia Azenha e Glória Serrazina, e também na sua condição de Jornalista que um dia pretende escrever as odisseias das montanhas dos nossos atletas nesta variante e nada melhor do que começar desde já a vivê-las. 
Desde o início o Paulo prudentemente entendeu ficar comigo dada a sua inesperiência e valendo-se de alguns conselhos que lhe dei foi indo conforme as suas possibilidades, pareceu-me que ia sempre bem embora nas descidas fosse muito prudente dado a perigosidade de algumas delas. Optei por em algumas subidas mais manhosas por andar  por forma a não me afastar muito do objectivo final que seriam as 4 horas. Sempre que me afastava nas descidas o Paulo acabaria por me alcançar depois na parte mais plana e assim fomos progredindo até chegarmos ao abastecimento dos 20 kms . Até aqui tánhamos gasto duas horas exactas e estava tudo a correr bem para o objectivo final, foi aqui também que me despedi do Paulo, as suas dificuldades já se manifestavam há algum tempo e começavam a agravar-se, as câmbrias eram agora frequentes, disse-lhe que viesse com mais calma e não forçasse muito e parti para os últimos 10 kms que começavam logo ali com uma subida bem acentuada que nos levaria ao ponto mais alto do percurso a cerca de 600 metros de altitude. Até ali o percurso esteve sempre bem assinalado, situação que se manteve até final da prova, mas soube depois que por ali algures alguém tinha boicotado o trajecto ao retirar fitas e enganando os atletas a seguirem outros destinos prejudicando os primeiros que seguiam na frente, pararam e algum tempo depois reiniciarem a prova sem mais problemas. O Abútrico Pedro teve a simpatia de remarcar o percurso de novo nesse local e nós os mais atrasados pudemos passar sem que tivéssemos tido qualquer problema. Após sair dos 20 kms e quando já vou a meio da Montanha olho para baixo e vejo o Paulo sentado na berma do caminho e com 2 atletas que por ali vinham a prestarem-lhe auxílio, pensei que como estava perto do Abastecimento ele iria para lá e disistiria da prova, segui a pensar que o Mário Lima ainda vinha para trás e daria uma ajuda para ajudar a resolver aquele problema do Paulo. Também sabia que o Mário vinha em dificuldade, esteve doente com gripe e só há última é que dicidiu ir fazer a prova, manteve-se sempre perto de mim até cerca dos 20 kms.
A partir do alto da Serra começo a recuperar muitas posições, aproveito as descidas onde se podia correr sem forçar muito os joelhos, os trilhos muito estreitos é onde eu mais gosto de correr e eles não faltaram ali, tendo em menos de nada alcançado o último abastecimento dos 25kms, mesa bem composta de tudo mas eu apenas me lanço ás laranjas, aliás como fiz em todos os abastecimentos, e água deixando lá o queijo da Região e outras iguarias sem lhe tocar. Um pouco mais à frente alcanço o Carlos Coelho que seguia com alguma prudência, tinha caído um pouco antes e estava bem marcado, seguia envolto ainda na sua tristeza de durante a Semana ter perdido o seu pai, passei dei-lhe um estímulo e segui, agora na companhia de duas amigas que durante grande parte do percurso andaram por ali perto de mim.
Continuei e fui ultrapassndo outros atletas que já seguiam muito limitados devido a problemas musculares, retomava agora o caminho que tínhamos feito no início da prova ali junto ás ruínas de Conimbriga e ás portas de novo de Condeixa. Forço mais um pouco e sinto que ainda restam algumas reservas, de repente já começo a ver a meta e como é a descer acelero ainda mais e corto a meta conforme tinha prespectivado, abaixo das 4 horas.
Verifico que o Paulo e o Mário ainda não tinham chegado, sinal que não tínham desistido e que poderiam chegar a qualquer momento.
Já lá estava o Fernando Andrade e dirigimo-nos de imediato para o banho retemperador, desta vez com água bem quentinha.
 O Paulo chegou ao balneário quando eu já vinha a sair, fiquei satisfeito por o ver ali e por ter conseguido terminar a prova, notava-se que estava satisfeito, também por ter concluído mas estava igualmente muito queixoso com dores e câimbras musculares, o que se compreende.
Pouco depois chegou também o Mário Lima que prudentemente e face aos problemas gripais optou por fazer a partir de determinada altura uma corrida que permitisse chegar ao fim sem mais problemas de maior.Voltei de novo ao balneário numa altura em que o Paulo já se vestia mas ainda a tempo de o auxiliar a vestir algumas peças do vestuário, nomeadamente as meias e os sapatos já que as cãimbras não o deixavam chegar até lá.
Registei a distância de 29,500kms e um tempo de 3,58,44h. tendo o Paulo conseguido apesar de todos aqueles problemas o tempo de 4,18,07h.
Foi uma prova muito bonita de fazer, o traçado foi quase na sua totalidade alterado, excepto o início e o se final que se mantiveram. Considero-o mais de acordo com o gosto da maioria dos atletas onde por vezes andar por aqui e por ali ás voltinhas não será tão atractivo (a Laminha será uma excepção), confesso que gostei mais deste novo percurso e provavelmente para o ano teremos um ainda mais original  tantas são as opções que aquelas serras podem oferecer para perorrer.
O convívio final foi mais uma vez excepcional, desta vez cheguei a horas decentes para almoçar, juntámos o nosso grupo e na companhia do António Almeida e família podemos conversar e relaxar ali um pouco das incidências da prova e do que está para vir.
Nesta altura já o Paulo tinha recuperado e estava em condições de nos levar de volta até ao nosso local de chegada na Região de Lisboa, o que aconteceu por volta das 16,30h.
Segue-se os 20kms de Cascais já no próximo Domingo.


Classificações



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Trail de Alvados, ( Vídeo da TVI e mais fotos.)

Trail de Alvados, veja aqui o Vídeo da reportagem da TVI a partir do minuto 42.



Mais algumas fótos cedidas gentilmente por amigos.

Ainda perto do início e com os participantes na Caminhada por perto

Extraordinária subida até perto dos 600 metros de altimetria
Uma pausa para hidratar
Ia ali a meio e a pouco tempo de ir ao chão!!!
Na Fornea, um dos pontos mais bonitos e difíceis, com o Hernâni e o José Pereira, dos Amigos Vale Silêncio

Fotos de Luís Miguel e Paulo Sequeira

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Trilhos Castelejo 2011



Mais um filme da autoria do Jorge Serrazina aos 2 kms de prova , um autêntico poço.

Trilhos Castelejo 2011

Um excelente Vídeo realizado pelo Jorge Serrazina quando iniciou a mais espectacular descida deste excelente Trail, a descida da Fórnea.

Trail de Alvados, 20 de Fevereiro de 2011


O grande companheiro deste Trail, Luís Miguel
 50 anos depois voltei a Alvados e ás grutas vizinhas de Santo António, tinha então 12 anos e acompanhei os meus pais aquele local que desde então ficou gravado na minha memória. Desta vez não visitei as grutas de Alvados e Santo António situados ali na bonita Serra de Aire, o objectivo era correr o Trail de Alvados cuja realização se situava em torno da sua localização, mas levava no sentido reviver ali bem perto um passado bem longínquo onde a memória pouco ou nada já conseguia descortinar de concreto.
Desta vez tive a agradável companhia de 5 Amigos do Vale do Silêncio, 3 deles estreantes em provas de trail, o Fernando Jorge, o nosso manager, Hernâni Monteiro e o Filipe Ramalho que numa 1ª experiência fizeram com o José Pereira apenas a prova de 21 kms, o João Inocência acompanhou-nos como elemento de apoio e fez a cobertura fotográfica da nossa participação.
Eu tinha o objectivo de fazer a prova principal de 40 kms e foi com esse objectivo que me apresentei à partida, mas sabia que iria ser muito difícil para mim participar neste trail apenas uma Semana depois da Maratona de Sevilha. Apesar de tudo parti confiante e logo ali eu e o Luís Miguel (O Tigre) fizemos algo parecido como um pacto de fazer o Trail de forma calma e tranquíla controlando sempre os excessos em favor de evitar um desgaste desnecessário uma vez que ainda estávamos os 2 em recuperação de Sevilha.
Passando pelos participantes da Caminhada
O dia estava cinzento mas sem ameaçar chuva, excelente para a corrida pois não havia sol nem vento, devido à chuva dos últimos dias o solo estava encharcado de água e lama mas isso pouco importava aos trailianos pois quando foi dada a partida via-se nitidamente a satisfação que todos apresentavam quando começaram a competição.
Aos 2 kms apareceu o 1º grande obstáculo da prova, ( um pouco antes tinha chocado com o joelho direito num pedregulho em resultado de uma escorregadela, o resultado foram 3 buracos junto à rótula e um traumatismo cuja dor não mais passou até final), uma descida quase em rapel onde não faltou a corda para ajudar a vencer aquele difícil obstáculo, os mais corajosos que iam à frente nem se aperceberam da dificuldade que ali estava e em 3 saltos ultrapassaram aquilo em menos de nada, o pior foi quando começaram a chegar ali os mais receosos e logo começou a formar-se uma fila imensa que a passo de caracol lá se ia aproximando do obstáculo, eu que seguia com o Tigre na 3ª metade do pelotão ali fiquei perto de 10 minutos à espera da minha vez, lá chegado passei sem qualquer dificuldade.
Logo de seguida entramos na parte mais plana da prova atravessando um olival completamente submerso pela água que se acumulou devido à chuva dos últimos dias, era água e lama mas todos estavam preparados para enfrentar aquilo, como ia na frente dos meus colegas de Clube lembrei-me deles, principalmente dos estreantes como iriam reagir quando ali chegassem. Seguíamos agora na direção das Fórneas, nome dado a um sistema montanhoso cuja beleza do local vista do alta da Serra é coisa rara de se ver. Perto dos 13 kms dá-se a divisão dos atletas que estavam em competição,a distância mais curta (21kms) para a esquerda e os outros (40kms) para a direita, olhei para lá e vi uma Serra cuja subida quase se perdia de vista, creio que foi o ponto mais alto que alcançámos (perto dos 600m), eu e o Tigre atacámos aquilo com determinação
A Equipa dos Amigos do Vale do Silêncio, acompanhados do Abútrico Vitorino Coragem e do Vencedor do Trail e Tomarense Luís Mota.
e com os apoios que levávamos não tardou muito para começarmos a ver a beleza da paisagem que se espalhava cá em baixo á medida que íamos subindo, tirámos algumas fótos, (ò Miguel eu gostava de as ver) que podem testemunhar a grandeza daquele local. No alto estava mais um providencial abastecimento (foram 8 no total e sempre bem localizados) depois serpenteámos sempre o alto da Serra e descemos depois até encontrarmos o abastecimento dos 20kms, aqui aproveitei para comer laranja e alguns cubos de marmelada pois o estômago já dava sinais de alguma necessidade alimentar. O que se seguiu foi sempre um misto de sobe e desce com alguns espaços de recuperação onde se podia correr, o joelho doía-me e ainda não sabia os estragos que a queda tinha causado pois levava calça de licra e esta não deixava ver, mas como era possível correr nunca pensei em ficar pelo caminho. Quando descia mais uma das Serras de acesso aos 25 kms nova queda, agora  fora de costas, novo rasgão desta vez na nádega esquerda e uma nódoa no braço esquerdo, agora já estava um pouco mais equilibrado e já não mancava. O Luís Miguel manteve-se sempre fiel ao fazer-me companhia desde o início, ele é de outro campeonato e foi de grande humildade da sua parte partilhar a sua prova na minha companhia, tem no seu currículo provas de longa distância em Trail, Humillak 160kms, Monte Branco 166kms etç, entre outras, daí a minha satisfação de ele se encontrar ali a meu lado durante toda a prova.
A prova continuou sempre serpenteando e em sobe e desce, até que começamos a visualizar novamente a Povoação de Alvados, estávamos com 34 kms e

Registo Garmin dos locais de passagem neste Trail

 novamente num dos pontos mais altos da Serra, dali até à meta era quase sempre a descer mas para mim continuava a ser um calvário sempre que enfrentava uma nova descida, os joelhos, principalmente aquele que estava ferido, doíam a cada passada mas forçosamente tinha de ignorar, tínhamos passado todos os controlos dentro do tempo limite imposto pela organização e não era agora que ía deixar cair o esforço dispendido e com a meta ali tão perto. Lançámo-nos Serra abaixo correndo onde era possível até chegar a Alvados, aqui ainda fizemos nova incursão na mata até chegámos finalmente ao asfalto a cerca de 1 km da meta, ali, estava o amigo José pereira que nos acompanhou e guiou até à meta. Aqui e em reconhecimento pela grande ajuda cortei a meta abraçado ao Tigre e grande amigo Luís Miguel.
Cortámos a linha de Meta com chip,  com o tempo de 6,47h, a 13m do limite imposto pela organização, para a distância de 39,970kms. Sem sombra de dúvida esta prova de Trail entra no lote daquelas mais espectaculares que já fiz, em dureza mas também em beleza no que diz respeito à Natureza.
A organização esteve impecável ao longo de todo o percurso ajudando sempre a encaminhar os atletas em pontos que poderiam ser mais difíceis em termos de segurança.O percurso todo ele bem marcado e assinalado, cheguei a comentar com o Miguel que era impossível alguém enganarse ali, pelos vistos enganei-me pois ouve alguns que trocaram os 41 pelos 21 voltando para o lado errado.
Apesar de chegar tarde ainda havia almoço reservado para mim, o que é sempre agradável.
Pena foi mesmo o banho que não consegui tomar, a água não estava fria, estava gelada e naquelas condições em que já vinha nem pensar em chuveiro, limitando-me a refrescar os gémeos e a lavar as partes mais acessíveis!!!
Pela sua excelência e pela Organização, se puder para o Ano voltarei.
Fotos Mundo da Corrida 


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

27ª Maratona de Sevilha, 13 de Fevereiro de 2011

Sevilha 2011 e a 10ª Maratona já está feita. É talvez das mais planas e "fáceis" de fazer, mas onde tarda em aparecer um tempo canhão para o vencedor, desta vez foi dentro da casa dos 2, 09h, tendo como vencedor mais uma vez um atleta do Quénia.
3.800 atletas cortaram a meta nesta Maratona, o que dá uma imagem excelente de vitalidade desta prova, com tendência para continuar a crescer fruto da excelência da sua organização e do apoio que os atletas constantemente recebem durante todo o evento, de Sábado até à sua conclusão no Domingo.
Este ano voltei lá, desta vez acompanhado pelo meu colega de Equipa Joaquim Gomes, apadrinhei a sua estreia na Maratona num acto que é de louvar, e a dizer a quem ainda anda exitante que nunca é tarde, nem cedo, para enfrentar a prova rainha da estrada que é a Maratona. Ele foi lá sem receios e intelegentemente fez uma prova espectacular, treinou e delineou a sua estratégia, o resto foram os conselhos que recebeu de amigos, a sua já madura idade (63 anos) aliado também à sua experiência como corredor já com algum passado ajudaram bastante.
Este início de Ano para mim tem sido passado com alguma torbulência em termos de saúde, situação que tenho ultrapassado com alguma dificuldade, contudo na hora de partir para as provas que fazem parte do calendário tenho-me apresentado ás vezes não nas melhores condições mas o suficiente para salvaguardar qualquer recaída menos agradável.
A Maratona de Sevilha foi feita sem qualquer treino específico para ela, valendo-me algumas provas recentemente realizadas para dar alguns kms e também um pouco de força.
Quando parti sabia que aquilo mais cedo ou mais tarde ia ser doloroso e não me enganei, aos 10kms ia com 56m tendo atingido metade da prova com duas horas, aqui já era notório para mim que a segunda metade da Maratona iria ser de grande sacrifício, reduzi o ritmo por incapacidade de prosseguir da mesma forma. Aos 26 kms sou ultrapassado pelo meu colega de equipa Joaquim Gomes, nestes últimos 5kms tinha já recuperado os 3m que tinha de atraso em relação a meio da prova, chegou e seguiu, passado pouco tempo perdi-o de vista, como ainda faltava muito tempo alertei-o para isso mas ele respondeu-me que se sentia bem e prosseguiu.
Aproveitando todos os abastecimentos (a cada 2,5kms) prossegui cada vez com mais dificuldades, aos 30 kms tomo o 2º Gel que levava, aproveito para andar um pouco enquanto me hidratava (gesto que fiz 6 vezes ao longo da prova e sempre junto aos abastecimentos), isto permitiu-me recuperar um pouco as forças e enfrentar os kms que se seguiam. A partir dos 35 kms apesar das minhas dificuldades fui ultrapassando sempre muitos atletas que em princípio já estariam bem piores do que eu, uns andavam e outros seguiam já numa marcha muito lenta. Aos 38 kms sou ultrapassado por um atleta marchador, que até nem era de grande valia, mas o suficiente para ter juizo e não me meter atrás dele.
Ao chegar aos 40kms apercebo-me que tinha esgotado o tempo que fizera no ano antarior nesta Maratona, estava com 3,57h e ainda faltavam 2kms, tomo mais um Gel e ando para aí mais uns 100m e volto a partir, agora cada vez mais lento, mas sentia ao mesmo tempo uma satisfação enorme pois já ladeava o Estádio Olímpico e abeirava-me a pouco e pouco da entrada que dava acesso à pista onde terminaria mais esta Maratona.
Terminei com 4,13,25h, (16 minutos nos útimos 2,200 km !!!!!) e mais 16 m que no ano anterior.
Na zona mista ainda lá estava o Joaquim Gomes, assim que o vi concluí logo que aquilo tinha corrido bem para ele e dei-lhe um abraço que ele me pediu já bastante emocionado por ter concluído, e bem, a sua primeira Maratona, em 4,01h.
O suor e a expressão do desgaste também me ajudaram a esconder a minha emoção por ainda conseguir concluir tamanho desafio.
A dureza da Maratona e tudo o que nós vivemos e sofremos para a concluir é um fascínio tremendo que nos conduz por fases que jamais imaginamos suportar, é por isso que ela é mágica e a transformei na minha prova favorita, enquanto for capaz.
Terminei os 42,470kms em 4, 13,28h, à média de 5,58m por km. (Já ando perto dos 6m/km)
Direi que o resto que rodeou a prova e este Fim de Semana foi fantástico. Se puder para o Ano vou voltar.



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

G.P.de Grândola

Já com Melides/Tróia no pensamento fui juntamente com a minha Equipa Amigos do Vale do Silêncio participar em mais uma prova, desta vez em Estrada e Terra batida, na distância de 10 kms.
Aproveitámos e organizámos após a competição um pic-nic ali bem na orla da Cidade onde não faltou um excelente gralhado com febras e entremeada bem como o chouriço de porco preto que o Inocêncio se lembrou de levar.
Na competição estivemos em bom plano com uma equipa de bons valores tendo conseguido a 5ª posição na geral por equipas, destacando-se o Pedro Arsénio, J.Inocêncio, Luís Santos, Paulo Póvoa e o benjmim da equipa Tiago Silva. Todos os outros cumpriram e ainda tiveram de se chegar à frente para atear o fogo e preparar o almoço para os nossos craques.
Foi uma excelente jornada de confraternização a correr e a comer a deixar água no bico a todos os que lá estiveram, (16 a correr e 13 a encher), os outros que estiveram ausentes vão dizer que tiveram pena de não terem ido, blá, blá, blá, mas agora jé é tarde, para a próxima aproveitem.
Da minha parte a prova acabou por se revelar desgastante, 10 kms não são a minha distância preferida, ao fim do 3km já ia com dificuldades respiratórias pelo facto de pretender impôr um ritmo que já não tenho, 15m nos 3 primeiros kms via-se bem que ia acima das minhas possibilidades, optei então por abrandar um pouco e adaptar a respiração ao esforço que ia a fazer, ao 4º km já quase com 21m e aos 7kms já ia nos 37m. Vi logo que iria cair para os 53m quando terminasse a prova, mas para isso tinha de manter nos limites a minha corrida, aproveitei a parte da terra batida para acelarar um pouco pois tinha levado os ténis de montanha e aquilo era favorável, ganhava e também perdia algumas posições, nomeadamente de atletas do meu escalão, mas isso era irrelevante pois nunca vivi em sobressalto derivado a esse pormenor. A 440m da meta lá estava o ruidoso grupo dos Amigos que após terem cortado a meta vieram em sentido contrário e deram ali uma forcinha bem jeitosa para ultrapassar aqueles últimos metros.
Cheguei com 52,48m para os 9,970kms que a prova tinha (A Organização atribuiu-me 53,12) pois não existia leitura de Chip à partida.
Apesar de tudo creio ter conseguido melhorar o ritmo de corrida em 10 kms pois o ritmo médio desta prova cifrou-se nos 5,18m por km.
Para a Semana é a Maratona de Sevilha que tenho de enfrentar, sem entrar em detalhes já ficava satisfeito se conseguisse concluir aquilo em 4,10h. Depois veremos.



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Grande Prémio Fim da Europa

Ás 7 horas da manhã já estava a estacionar o automóvel na Azóia, foi ali porque o acesso ao Cabo da Roca já estava fechado.
O objectivo era fazer o percurso em marcha lenta até Sintra utilizando o mesmo percurso da prova que teria início ás 10h em Sintra.
A preparação para a Maratona de Sevilha tem estado muito deficiente devido à forte constipação que não me larga desde o princípio do ano, aliado a outros problemas já crónicos a preparação tem estado muito atrasada, por isso ter optado por fazer a ida e volta em ritmo de treino e conforme as capacidades fisicas o permitissem.
Ás 7,10h parti Serra acima deixando Azóia para trás ainda noite e um frio de gelar, valeu que o vento era quase nulo, ao contrário do que normalmente acontece. Serra acima o frio foi-se mantendo mas quando atingi o cume da Serra já o Sol aparecia envergonhado lá no horizonte, mas foi o suficienta para a temperatura subir um pouco e começasse de novo a sentir as mãos, que estavam desprotegidas, e assim se mantiveram até chegar ao Palácio da Pena. A partir daqui e até chegar a Sintra, local de partida da prova, voltei de novo a gelar mas como o Sol já batia com alguma intensidade depressa aqueci depois de mudar de roupa e me preparar para integrar a na prova.
Até ali já tinha percorrido 14kms e subido a um dos pontos mais altos da Serra, agora era recuperar um pouco dos joelhos já que a descida da Rampa da Pena deixa qualquer um bastante traumatizado.
Após tomar o pequeno almoço!!! fui procurar os amigos pois ainda me restava cerca de ums hora, e particularmente queria encontrar um sugeitinho que se dizia, e parece que ainda diz, ser o campeão dos defensores da "verdade desportiva", algo me dizia que a cobardia acabaria por vencer tão valente rapaz e senhor da única verdade que conhece, a sua e não admitindo qualquer outra, como Pilatos.
Ás 10h. foi dada a partida para o Cabo da Roca e assim tinha dado o início a mais uma Edição do G.P.Fim da Europa.
Mantive durante toda a prova o ritmo que mais me convinha, o treino era de 31kms e ainda faltava mais 17kms.  Foi ver abalar aquela mola humana Serra acima e eu a ficar cá para trás gerindo as forças para conseguir fazer o resto do trajecto de forma confortável e sem grandes sacrifícios. Levava na mente, não a última subida aos 10kms mas sim a descida final de 5kms que se iniciava aos 11kms de prova devido à situação já precária dos meus joelhos.
Mas os receios afinal tinham pouco fundamento já que lá chegado aquilo não foi tão tormentoso como pensei, a comparação com a Rampa da Pena tem pouco a ver, embora seja mais prolongada é menos penosa de fazer.
Concluí aqueles16,610kms do Grande Prémio em 1,42,39h à média de 6,11 m por km.
De Azóia até Sintra percorri 14,340kms em 1,51,54h. à média de 7,48 m por km.
No total 31kms para 3,33h.
Espero que Sevilha me fique agora um pouco mais suave depois de ter feito este tipo de treino, já a queimar é certo, mas que tinha a obrigação de fazer.
Agora até Domingo em Grândola.