terça-feira, 29 de junho de 2010

Ultra Trail Serra da Freita, Um sonho adiado?


Dia 27 de Junho, eram 5 horas da manhâ no Marujal, ali mesmo à porta do Parque de Campismo quando foi dada a partida da Ultra Trail da Serra da Freita na distância de 70 kms.
Eram cerca de 180 participantes e o ambiente era excelente entre todos onde era manifesto a boa disposição e o incentivo que era trocado entre os amigos.
Tinha feito a viagem na véspera com o Fernando Andrade mas a noite foi penosa pois por falta de alojamento tive de descansar dentro da viatura até ás 3 horas da manhâ, altura em que comecei a preparar as coisas para ás 5h. me apresentar no local de partida.
Partimos de uma altitude de 909 metros ainda noite e com os frontais acesos pois a noite estava a findar mas a escuridão ainda era muito intensa, levava bastante abastecimento líquido e sólido para me precaver e fazer face ás cerca de 15 horas (previsão) que iria ter pela frente. Tínhamos também a indicação que o Sol iria estar fortíssimo, principalmente quando nos encontrássemos já em plena Serra.
Aos 6 kms atingimos a cota de 1035 metros de altitude, quase sempre em corrida mais lenta ou andando onde as subidas eram de maior inclinação, a partir daqui foi sempre a descer até chegarmos à cota mínima de altitude em toda a prova (250 metros), nem sempre se podia correr nesta longa descida, a vista era deslumbrante e o trilho por onde seguíamos também era muito perigoso a merecer grande atenção. É assim que chegamos ao Rio com 17 kms percorridos e onde o calor já era muito incómodo, aproveitei para logo ali me refrescar e beber água, que por sinal até estava muito fresquinha, até ali tinha partilhado quase sempre da companhia da Otília e a partir dali quase sempre com o Fernando Andrade. Percorri 3 kms por dentro e pela orla do Rio num traçado muito técnico onde permanentemente subíamos e descíamos pedras e pedregulhos e por pequenos carreiros muito traiçoeiros que levou muita gente a cair ao Rio com consequências físicas para alguns deles (ver relatos no Fórum O Mundo da Corrida). Eu caí lá duas vezes mas sem qualquer consequência, a sorte estava comigo. Ali neste local começava já a pressão para atingirmos o primeiro controlo de tempo de passagem que estava aos 20 kms em 4 horas, creio que todos os que partiram conseguiram ultrapassar aquele 1º controlo.
Ainda no Rio aproveitei para tirar algumas fotos e conviver com alguns amigos que dicidiram ali mesmo tomar banho num local de passagem obrigatória com água a chegar ao umbigo, como sempre a Analice viu-se em apuros para passar aquilo, aqui foi o F.Andrade que lhe valeu.
No controlo dos 20 kms tinha 3,30h de prova, procurei a assistência dos Bombeiros, trazia os pés numa lástima pela travessia do Rio, bolhas nos dois pés e algum mal estar do traumatismo que tinha no pé direito devido ao "futebol", foi uma paragem de mais ou menos 20 minutos onde fui muito bem tratado pelo bombeiro que me assistiu. Sem o saber ainda a corrida praticamente acabava ali, começava o verdadeiro Trail, já tinha perdido a companhia da Otília ainda no Rio e o Fernando estava para trás, logo de seguida subimos até aos 750 metros com 26,5kms de prova, nesta altura o Fernando alcançou-me e fizemos uma pequena pausa para comer e beber alguns líquidos, como estava muito calor depressa arranquei, encosta abaixo até alcançar o 2º abastecimento líquido aos 30,5 kms, para fazer estes últimos 10 kms precisei de 2,40h e tinha já um acumulado de 6,10h de prova quando ainda restavam 9 kms par atingir o próximo controlo, este já a eleminar se chegasse para além das 9h. de prova.
No abastecimento dos 30 kms conto novamente com a companhia do Fernando Andrade que chega bastante desgastado , eu próprio também não estava melhor, ouve ali um amigo que nos deu um pouco de sal refinado que nos fez reactivar novamente os índeces de motivação para prosseguir, segui com o Fernando prontos para enfrentar mais uma montanha que estava logo ali à nossa frente que até doía a vista só de olhar lá para cima, dali conseguíamos ver alguns atletas que já iam lá no cimo, pareciam formigas, mas a nossa motivação ainda estava em alta, antes de começar a subir ainda descemos mais um pouco ao longo de mais um Rio de água quase cristalina onde o Fernando aproveitou para se refrescar mais um pouco, eu segui e comecei a subir aquela montanha sem saber como é que o iria conseguir, (em 1.800m. subimos dos 600m para os 1.100m. de altitude), o Sol estava escaldante, de frente para nós enquanto subíamos, não havia trilhos, o percurso era balizado por pequenas fitas que nos íam guiando, por vezes era um pé à frente e outro atrás, as forças já eram poucas, os pés escaldavam e doíam, é nesta fase que recebo uma chamada providêncial da minha filha Susana, eu quase que não podia falar tal era o cansaço, mas foi um grande estímulo pois estava quase a chegar ao cumee deu para descansar um pouco, entretanto olho para trás e vejo o Fernando a aproximar-se de mim, sinal que a moral está de novo em cima, atrás dele perde-se um vale imenso quase a perder de vista, pouco depois chego à estrada que nos levará até ás Eólicas, ponto mais alto da Serra. Antes de lá chegar ainda conseguimos correr cerca de 1km (já estávamos com saudades) mas foi penoso ter de fazê-lo pois o limite de tempo para chegar a mais um controlo de eleminação estava aos 40kms e só "tínhamos" 45 minutos para fazer os restantes 2,5kms. Mas a surpresa estava para vir, quando pensávamos que a meta estava ali num percurso acessível eis-nos atirados para o triho dos Íncas, que não era mais do que descer novamente a mesma Serra que tínhamos subido e depois circular a Serra por um caminho espectacular mas cheio de obstáculos, mato rasteiro que nos deixou as pernas arrasadas, caminhar em cima de lages, em alguns locais à beira de precepícios até que surge a povoação e o consequente controlo e abastecimento. Aqueles 2,5kms foram percorridos em 1,15h, chegámos com o controlo encerrado à cerca de 30 minutos. Acabava ali o sonho de atingir o objectivo que sonhava. Antes de lá chegar já tinha dicidido com o Fernando que não iríamos prosseguir, aquilo não está acessivel a qualquer um, a limitação de tempos de passagem em cada etapa elimina à partida qualquer veleidade de voltar a tentar, a menos que os prazos sejam alargados. Para mim acabou-se.
A recuperação foi boa e não ficaram mazelas, sinal de que era possível ultrapassar aquilo se a pressão não fosse tão grande.
Parabéns a todos os que conseguirem concluir esta duríssima prova e áqueles que tudo fizeram para o conseguir e por qualquer motivo não o conseguiram.
Uma palavra também de grande contentamento por a Organização ter ponderado e aceite que todos os atletas que chegaram à meta fossem classificados. Foi um passo muito importante para para o futuro da prova, de louvar a atitude.
Agora vou fazer o Almonda, de 30 kms, ali em Torres Novas daqui a 15 dias para levantar um pouco a moral, pois não podemos esquecer que Melides está aí daqui a 1 Mês.

Serra da Freita, O Valor Das Coisas


"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram mas na intensidade com que acontecem". (Fernando Pessoa)

Foi esta a palavra de ordem escolhida pela Organização para apresentação da prova, foi este o espírito que me levou à Serra da Freita no dia 27 de Junho para disputar uma competição de sonho , viver uma aventura sem pressões e com a intensidade possível pelo empenho de cada um.
Esta extraordinária aventura tornou-se dramática para a maioria dos participantes, cerca de dois terços não concuíram a prova, (eu incuído) e dos que terminaram cerca de um terço chegou fora do controlo, não tendo por isso sido classificados.
É verdade que todos nós conhecíamos o Regulamento, distância total, postos de controlo e tempos de passagem entre cada um deles. Isso todos nós sabíamos e foi naturalmente fácil escrever isso tudo no papel, agora aquilo que a gente não sabia era a dimensão pavorosa do percurso que em nada daquilo podia encaixar nas metas obrigatórias traçadas pela organização técnica da Prova.
No breifing da véspera todos foram aconselhados a serem moderados e gerirem bem o seu esforço porque se assim não fosse aos 40 kms a tendência era para a desistência por quem lá passase ou chegasse. Atitude louvável em termos de aconselhamento e o orador e responsável técnico (José Moutinho) nem sequer escondeu a dureza da prova e ingenuamente todos, alegremente, acreditámos que era possível ultrapassar aquilo.
Transposto tudo isto para o terreno foi fácil de concluir (que a partir dos 20 kms de prova) ninguém conseguiria atingir os seus objectivos traçados, nem aqueles que a própria Organização tinha planificado como projeção, quer para os primeiros classificados quer para os restantes participantes.
A pressão dos tempos de passagem tirou beleza à prova, nem estou a balizar por mim, mas para muitos que eu sei que se prepararam muito bem para esta competição. Todos começaram com prudência porque era a 1ª vez que a prova tinha 70 kms e cerca de metade da prova tinha um traçado novo que era do desconhecimento da quase totalidade dos participantes, rapidamente nos apercebemos que o controlo de passagem era apertado a partir dos 20 Kms e foi a partir daqui que o prazer da corrida acabou e foi substituído pelo pesadêlo de não se conseguir chegar ao próximo controlo a tempo de não ver barrado a sua passagem. Esta dura realidade muito poucos estavam à espera, com o avolumar das dificuldes gastaram-se energias desnecessárias para se ir conseguindo passar em todos os crivos de controlo com consequências dramáticas para alguns na parte final da prova.
A Organização técnica da prova tem de admitir (o que é difícil) que ouve um erro grave de avaliação entre a planificação e a realidade no terreno, a dureza do percurso, (discutível),
justificava uma abertura maior de espaço entre cada controlo por forma a que todos tivessem oportunidade de participar e concluir.
A previsão da Organização para a chegada dos 1ºs eram as 7, 15h. e só próximo das 9 horas de competição é que chegaram os dois primeiros (Alcino e Carlos Sá) e mesmo assim feitos em "fanicos", os seguintes foram chegando com intervalos muito prolongados, mais de um terço tinha desistido ou chegado fora do controlo logo aos 40 kms, 5 horas para fazer 20kms foi manifestamente exigente para quem só nesta fase tinha que ultrapassa três montanhas a roçar em média os 1000 metros, a alguns deles faltou-lhes a coragem e a força para continuarem, aos outros foi impossível chegar ali e prosseguir pois tinham ultrapassado o limite de tempo permitido.
A saga das desistências prosseguiu mais à frente nos 50, nos 60 e 65 kms. Aqueles que iam conseguindo ultrapassar os filtros arrastavam-se galhardamente e com alguma heroicidade para conseguirem concluir, (mesmo que dramaticamente soubessem que iriam chegar para além do limite de tempo permitido pela organização). A crueza e a violência da desclassificação de todos os que chegaram para além das 15 horas é um atentado demasiado cruel à dignidade de cada um deles que sofreu a bom sofrer para vencer aquela dura batalha. A Organização Técnica da prova devia estar orgulhosa de tais feitos de gente tão abnegada.
E era tão simples resolver isto e só por teimosia é que se manteve esta mancha que considero de muito grave, bastava acrescentar ás 15h regulamentares o tempo gasto pelos 1ºs entre as previsões iniciais e aquele efectivamente gasto (1,45h) e ninguém era desclassificado e a prova mereceria nota positiva por todos os que lá estiveram.
Se querem um prova de Elite então digam-no e aparecerá sempre alguém que tenha por objectivo treinar para competições a valer fora do nosso país, no máximo 10 a 20 pessoas, manter este modêlo é matar a esperança de muitos atletas que tinham nesta prova a oportunidade de irem evoluíndo nesta variante da corrida e assim vêm frustradas de forma inglória as suas ilusões.
Que prazer tem uma organização que vê chegar e classificar menos de um terço dos seus participantes? Alguém fica contente com isto? e os patrocinadores?
A Ultra da Serra da Freita é das coisas mais bonitas e bem organizadas que eu já vi, o empenho e a dedicação do principal responsável (José Moutinho), sem esquecer os seus colaboradores e patrocinadores, foi inescedível e louvável, ele, o homem não merecia o desfecho que aquilo teve, honra seja feita ao Moutinho desportista, não fugiu e enfrentou a torbulência com dignidade na defesa dos seus pontos de vista, as consequências para o futuro da prova por certo serão muito ameaçadoras e provocará uma fractura difícil de sarar se entretanto não ouver a coragem de corrigir alguma coisa que ainda seja possível, e aqui o Moutinho tem a última palavra e acção.

Continua... a minha história

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Freita é para vencer.


Esta cena que me foi enviada pelo Jorge Branco (a quem agradeço) a satirizar a minha célebre queda da cama abaixo teve o condão de me deixar com um ar alegre e a lembrar-me que aquele ar de Árabe tem a ver com a proximidade de mais uma edição do Raid Melides/Tróia, tendo também o requinte de nem o Livro Melíadas de Fernando Andrade se esquecer.
Não sei se evitei o golo ou não, o que não consegui evitar foi o trambulhão e tem sido o cabo dos trabalhos para conseguir recuperar isto a tempo de alinhar na partida daquela que considero para mim a corrida de sonho: A Serra da Freita. Eu vou estar na partida, não tenham dúvidas, estou confiante que vou aguentar a dor devido ao traumatismo que sofri. A Reixida agravou isto um pouco mas esta Semana as coisas melhoraram um pouco, treinos nem vê-los. É partir e ir vencendo os obstáculos conforme forem aparecendo, atingindo o último pique (Mizarelos) sei que a meta estará por ali perto.
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"Que Nunca Por Vencidos se Conheçam"

terça-feira, 22 de junho de 2010

Trilhos Loucos de Reixida, É este o Caminho


O convite surgiu do Vitor Ferreira, grande trailiano, organizador e colaborador exemplar deste tipo de provas e numa Semana dicidi participar nos Trilhos Loucos de Reichida, ali para os lados de Leiria.

Foi a prova ideal para quem tem na agenda a Ultra da Serra da Freita no próximo dia 27 de Junho e foram tantos aqueles que lá estiveram. Para os mais experientes e em especial aqueles que já conhecem a Freita estes Trilhos da Reixida são uma miniatura daquilo que vamos encontrar, mas mesmo assim não me conseguiram "atemorizar".
(Incrível, havia ali muito peixe)

O que me atemoriza, isso sim é a lesão no pé que ficou daquele conturbado "jogo" de futebol e que tarda em entrar nos eixos.

Na Reixida as dores eram ainda intensas e limitou-me bastante mas consegui concluir dentro dos planos que esperava, mas no final as dores eram dolorosas.

Depois de 5 dias parado esta prova veio na altura ideal e teve tudo o que desejamos numa competição deste tipo, traçado em pleno rio, escalada espectacular, descidas vertiginosas, subidas com grande grau de inclinação e prolongadas, trilhos, estradões, carreiros e também a falta deles, vistas espectaculares, grande apoio no terreno por elementos da
(O vencedor da Prova ao centro (TrotaMontes) organização, 4 abastecimentos de água, e um traçado geral muito bem deleneado e bem marcado (tão bem marcado que ainda assim ouve alguém que cometeu a proeza de se enganar), em que estavas a pensar Carlos?, enfim, não vou elogiar mais porque ainda corro o risco de estragar a prova, pois certamente que a Organização da Prova ainda não esgotou todas as potencialides que aquela região tem para continuar a apostar nesta maravilhosa competição, e que segundo já li a 2ª Edição já está dicidida, e eu certamente voltarei lá outra vez.
O José Moutinho faltou à chamada, certamente está a ultimar a sua Freita mas não se esqueceu de enviar um dos seus Corsários para vencer a Prova, na falta do seu nome (confesso que lhe perguntei o nome mas varreu-se), compenso-o publicando uma fóto sua que tirei antes do inìcio
(José Pereira, colega de Clube, 2º Clas. + de 60 anos.) da prova, pois o Serrazina vaticinou a sua vitória e não se enganou.

Eu e o amigo José Pereira representámos os Amigos do Vale de Silêncio tendo o Zé conseguido alcançar a 2ª posição no escalão mais de 60 anos.

Para os 15.900m fiz o tempo de 2,36,22h.

Segue-se a Serra da Freita já no próximo Domingo na distância de 70 kms, mentiria se dissesse que não estou apreensivo, mas retenho os conselhos que o Moutinho me deu em Lóbios logo após a minha desistência da Geira que me disse que ali é a mentalização, a auto disciplina e a boa gestão das suas capacidades físicas que vencerão aquela batalha.
Já sei que vou contar com mais um adversário, o pé, mas vou ter de ignorá-lo se quiser terminar.
No início ainda havia esta preocupação
Mais fotos aqui

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Digno de Frankenstein.


VIAGEM PELAS TREVAS, SERÁ POSSÍVEL?
COMO É QUE SE PODE EXPLICAR UM ACTO DE "VIOLÊNCIA" DOMÉSTICA E APARECER COM UM TRAUMATISMO NUM PÉ SEM SABER COMO?
(Vou tentar explicar)
Pois é, eu também não acreditava bastou a ocorrência de 2 episódios em dois cenários idênticos para concluir que o subconsciente funciona sem nós o podermos controlar.
Vem isto a propósito de uma cena que me atirou para o "estaleiro" sem eu saber como e sem me poder defender.
Mas vamos à questão da "violência" doméstica: Há coisa de 1 mês andava a treinar sozinho, como acontece na maioria dos casos, sou assaltado por dois bandidos que me cercam à frente e atrás não me deixando qualquer saída, eu fiquei sem reagir e tentava perceber o que estava a acontecer, de repente olho e vejo um muro à minha direita e salto lá para cima e tento escapar, logo um dos bandidos também salta e não tenho outro remédio senão lutar com ele ali mesmo em cima do muro, e eis que quando já o dominava e tentava empurrá-lo para baixo ouço a minha mulher gritar a meu lado que estava quase a cair da cama abaixo porque eu estava a empurrá-la com os joelhos e com as mãos, pouco faltou para o trambulhão. Depois de serenados os "ânimos" expliquei-lhe que estava a sonhar e contei-lhe os pormenores, ainda nos rimos apesar do embaraço.
Não ligaria a este episódio se isto ficasse por aqui e começa a ser preocupante para mim a repetição desta cena mas com outro condimento.
Na 3ªfeira dia 15 estava a jogar à bola na posição de Médio e a minha função era marcar o adversário que actuava naquela zona e pelo seu lado esquerdo, numa das jogadas do adversário sigo o jogador que tinha que marcar e consigo acompanhá-lo numa primeira fase mas ele insistiu ainda mais rápido e eu tive de redobrar o esforço para o acompanhar e eis que de repente dou comigo estelado no chão, tinha caído da cama abaixo, aquele esforço adicional fez-me rebolar na cama para a minha esquerda até que caí de chapão de naris para baixo. Isto tem tanto de ridículo como de estúpido e não fora ter ficado com um forte traumatismo nó pé direito e pensava que tinha sido apenas um sonho, acabou por o ser e deixou consequências.
Apesar do incómodo ainda tive vontade de rir com a situação criada, chamei a minha mulher e contei-lhe, lamentou-se de não estar ali para me segurar.
Nestes dias mais próximos já procuro mais o sofá, por ser mais baixo e ter um tapete que amortece melhor as quedas.
O resultado que fica é um pé inchado, inflamado e negro que tem sido tratado com gêlo e Voltaren e as rótulas dos joelhos a ficarem em mau estado.
Apesar da queda (o para-quedas ali também não fazia nada) espero não perder os Trilhos Loucos da Reixida no próximo dia 20 e a Ultra Trail Serra da Freita no dia 27 deste mês.
Isto há cada uma, o que virá a seguir?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Um amigo Campeão, Grande Tiago


Um justo prémio para um jóvem de apenas 18 anos que tanto tem trabalhado na sua valorização profissional e não tem descurado a sua actividade física e desportiva.
O seu empenho na sua disciplinana de eleição Orientação em BTT e os excelentes resultados a nível Nacional não podiam ser ignorados pela respectiva Federação do Sector e eis que o seu sonho se realiza, uma chamada à Selecção para representar Portugal. Este facto deixa orgulhosos todos quantos com ele treinam diariamente e verificam o seu esforço para atingir um objectivo muito para além da sua própria ambição. Ao Tiago e ao seu pai (seu e também nosso treinador) os meus parabéns por este merecido prémio e que sirva para que a motivação seja cada dia mais forte e novos sonhos se possam concretizar.

Eis uma passagem que o Tiago escreveu no seu Blogue:
Abri o mail e li a frase com que qualquer jovem sonha em qualquer que seja a modalidade que pratique.
"Vimos por este meio proceder à divulgação da lista de atleta convocados para representar Portugal nos Campeonatos do Mundo de Seniores e de Juniores de Orientação em BTT, a decorrer em Montalegre, de 9 a 18 de Julho próximo." e em anexo o oficio!

Todos nós sonhamos um dia representar o nosso país independente da competição, e claro eu não fujo à excepção.
Desde pequeno que sempre ouvi as muitas histórias do meu Pai ou da minha Madrinha. Pois ambos já tiveram esta oportunidade.
E agora é a minha vez de lhes poder contar eu uma pequena história que será a minha participação nos campeonatos do mundo.
Se antes já treinava com empenho e dedicação agora treino a dobrar :)
Agradeço o apoio que muitos me deram e claro ao treinador :)
Veja o resto no seu blogue

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ota, Corrida do Mirante e a minha infância



Esta deslocação a Ota para participar na Corrida do Mirante foi muito mais sentimental do que o simples prazer de participar nesta competição, foi uma prova de Montamha e até podia apenas estar a pensar na Serra da Freita, mas nao, era a Freita e muito mais, este muito mais é um estigma sentimental pelo facto de eu ser natural daquela Região, nascido e criado até aos 6 anos de idade. Retenho desse tempo aquilo que não desejo a ninguém, necessidades e mais necessidades e onde a solidariedade humana ainda fazia algum sentido quando se tratava de auxiliar o próximo. Descalços e famintos era assim o dia a dia da maioria dos rapazes e raparigas daquele tempo sem que os pais pudessem fazer alguma coisa para pôr fim a tanta miséria, a Guerra tinha terminado à poucos anos mas ali nunca chegaram os benefícios por ela ter acabado, a sopa era feita de cardos quando não havia mais nada disponível e a carne ou peixe raramente chegavam à mesa, a Escola ficava a 5kms e não havia qualquer transporte. Lembro-me de ver na tenra idade ali perto da porta da minha pequena casa as buldosers do Exército em manobras mais parecendo um teatro de Guerra, de aviões militares a caírem (pelo menos2) já que ali fica o enfiamento da Base da Ota. Do meu Batizado ali na Ota com apenas 3 anos numa Quinta enorme ( na minha condição de minorca assim parecia), propriedade de uma Família muito rica com ligações a Dom Vasco e raízes à Monarquia, que periodicamente arrebanhava os miúdos das redondezas faziam uma festa no seu Salão principal e onde éramos batizados, seguindo-se depois um beberete onde era servido um Caldo Verde e sumos.
Foi esta vivência que revivi ali em Ota no passado Domingo, Ota não se transformou muito ao longo destes anos, a Base Aérea ali instalada ajudou a dar-lhe alguma projecção mas os traços essenciais estão lá todos, voltei agora e tive a felicidade de ver coisas que desconhecia, principalmente todo o cenário da Serra de Ota que serviu de base a esta magnífica prova e que dá pelo nome de Corrida do Mirante.
É uma Terra pequena mas que tem lá, ou teve, alguém com responsabilidades de gerir aquele espaço tendo sabido criar um lugar onde as pessoas podem usufruir de boas condições de lazer numa zona protegida onde a Natureza, por aquilo que tive oportunidade de ver, oferece excelentes condições para quem pretenda por ali passar alguns momentos de puro prazer.
Vou voltar lá, com mais tempo para correr e para visitar aqueles campos.
Dos meus amigos de então não conheço nenhum mas sei que eles andam por ali, familiares ainda restam alguns mas as dificuldades da vida obrigou-nos à separação, ainda nos vamos encontrando, infelizmente só quando algum de nós vai ficando pelo caminho!!!
Durante a Corrida a Ana Pereira e o Rui bem me diziam para seguir mas era ali que eu queria ir, devagar e acompanhado de 2 bons amigos, ao mesmo tempo que revivia tempos por ali passados, de vez em quando adiantava-me um pouco, por descuido diga-se, embrenhado nesses pensamentos que vinham e por lá ficaram.
Terminámos a prova com apenas 3 participantes mais atrás, qualquer de nós pouco se importou com isso, foi assim desde o início mas tivemos sempre o mesmo apoio e carinho que foi dado aos primeiros onde a Organização tinha assistência aos atletas, locais lindíssimos em ambiente de Selva com carreiros completamente cobertos de arvoredo e mato como eu tanto gosto.
Pouca importância tem mas aqui fica o registo da prova: 11,190kms para 1,37,34h.
Prossegue o caminho até à Freita, hoje foram 32 kms em 4h pelo Monte Serves, Cabêço da Rosa, e Serra de Covanas, a vida está difícil.
Fotos de: A.M.M.A. e de: Luís Santos

sábado, 5 de junho de 2010

Caminhos do Tejo (Um punhado de heróis)

Esta madrugada (entre as 0horas e as 02horas) desloquei-me à Granja, perto de Vialonga para ver e apoiar a passagem dos participantes na corrida Caminhos do Tejo na distância de 145 kms.

E fui lá pelo respeito que todos me merecem por se atreverem a tal ousadia, tinham saído do Parque das Nações à Meia Noite e passaram ali por mim (o primeiro) cerca de uma hora depois e já com 12 kms de prova.

Apesar da pouca participação (15) que ali passaram notei que iria ser extremamente complicado para a Organização da corrida (O Mundo da Corrida) dada a grande dispersão que já havia entre atletas, dispersão essa que se iria agravar considerando a longa distância a percorrer.

De entre alguns amigos que lá iam destaco a Analice Silva e o Luís miguel, conhecidos ultramaratonistas, que tal como os outros se aventuraram em mais uma Edição desta prova que tem tudo para se tornar numa clássica das corridas em Portugal.

Na altura em que escrevo este têxto provavelmente muitos deles ainda não chegaram ao seu destino (Fátima) utilizando os chamados Caminhos de Fátima percorrido em asfalto e terra batida, desconhecendo também como é que as coisas se desenrolaram até ao momento, pelo que assisti durante a sua passagem onde eu estava todos iam animados excepto um atleta, que desconheço o nome e que seguia na cauda com o Tigre que se queixava de um joelho e estava apreensivo pois à apenas uma Semana tinha feito também uma prova de 89kms!!!

Tirei alguma fotos mas aquilo saíu uma desgraça, por ser de noite o flach demora mais tempo a disparar e alguns atletas passaram sem que eu os registasse, salvaram-se mesmo assim alguns.
Mais fótos.
http://picasaweb.google.pt/quimabelha/CaminhosDoTejo562010#