segunda-feira, 26 de abril de 2010

Abril, a Revolução e a Corrida sempre presente

O ideal da Revolução do 25 de Abril de 1974 levou-me hoje até à Calhandriz, simpática Povoação e Freguesia do Concelho de Vila Franca de Xira. O Clube Recreativo local organizou uma corrida a pretesto das Comemorações do 25 de Abril na distância de 10 kms.

Sabia antecipadamente que a prova não seria nada fácil pois conhecia bem o local e aquilo só podia dar montanha.

Há uns anos atrás parte daquela Povoação foi arrastada encosta abaixo levando casas e outros bens a invadir propriedades visinhas situadas um pouco mais abaixo, ainda hoje existem vestígios dessa tragédia que felizmente não provocou vítimas.

E hoje ela lá estava, bonita e com as suas gentes a recebernos simpaticamente. O dia estava bonito e solarento mas rapidamente percebemos qua a adesão a esta prova não iria ser muito significativo, apesar de tudo via ir chegando aos poucos alguns atletas amigos e outros bem conhecidos, o Hermano, o Travassos, o Carlos Lopes (bloguista), o Raúl e toda a rapaziada dos Amigos do Vale de Silêncio onde me incluía. Os primeiros por morarem por ali perto participaram na variante de treino deixando a parte competitiva para os outros.

Aqui prevaleceu a boa condição física do Raúl Caetano que venceu, tendo o Rui Pacheco ficado com a 2ª posição. Todos se queixaram da dureza do percurso com altemetria acumulada de subida em 307m e descida em 329m, quer a subir quer a descer as rampas eram bem acentuadas, que no entanto foram atenuadas para aqueles que ali foram, não para competir mas sim para desfrutar de uma boa corrida sem esforço de maior e apreciar a beleza daquele local, tanto nas localidades, que íamos atravessando, afectas à Freguesia como também nas estradas bem estreitas que serpenteavam aquelas Serras em redor de Calhandriz.

Fiz a corrida acompanhado dos amigos Fernando Silva e do Emílio na cauda do pelotão, a dificuldade do percurso recomendava muita prudência e até aos 5kms conseguimos ir juntos, aqui e ali eu tive de andar face ás dificuldades de algumas subidas, mas a partir dos 5kms onde estava o abastecimento líquido consegui correr mais folgadamente, foi aí que os motores começaram a aquecer e a surtir efeito o resultado de muitas provas que recentemente tenho feito de longa distância .

Até à meta segui com o Fernando pois o Emílio claudicou a partir dos 5 kms e cheguei muito confortável pois não me interessava sair dali com mazelas porque o que vem aí não é para brincadeiras.

Ainda assim levei 1,00,17h para perfazer os 9,830kms.

Nesta prova fui acompanhado pela equipa familiar, o Hugo, a Susana, o Daniel e eu, todos com o mesmo objectivo, participar nas comemorações do 25 de Abril e como pretexto juntarmo-nos num almoço convívio que decorreu ali bem perto, em Mato da Cruz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Corrida do Metropolitano de Lisboa.


Esta prova do Metropolitano de Lisboa não fazia parte da minha agenda de provas e só à ultima hora (no Sábado) é que consegui arranjar uma vaga por infurtúnio de um atleta amigo. Contei depois com a boa vontade dos amigos da Xistarca que logo regularizaram a inscrição para o meu nome e escalão.
Mas as viagens para as provas têm andado um pouco cinzentas, no Domingo anterior estragaram-me o carro, ontem na 2ª Circular junto ao Quartel Ralis, passámos por um acidente dramático com uma vítima mortal, alguns de nós ficaram um pouco impressionados e para quem vai divertir-se não é nada agradável assistir áquilo.
Este início de história sobre a prova do Metro não começa bem e ainda não acabou, tinha acabado de passar no Arieiro e quando já descia rumo à Alameda surge, não sei de onde, à minha frente um automóvel desgorvernado em plena Avenida, atravessa-se e vai espetar-se contra uma das árvores que está plantada no separador central da Avenida, por pouco eu e mais alguns que ali íamos a correr não fomos apanhados, o próprio polícia que ali estava a regular o trânsito por pouco não foi apanhado também, alguém logo ali alvitrou que o homem estava perdido de bêbado, segui o meu caminho e o sugeito ficou com o carro estragado e entregue à polícia, a sorte ali protegeu-nos.
Foi um regresso mais a sério à estrada depois de andar nos últimos tempos pelos campos e serras de alguns locais lindíssimos do nosso país.
Não foi fácil e quem anda por trilhos e raides já sabe que não rende muito no asfalto, existe força mas isso é incompatível com um ritmo mais aceitável que pretendemos imprimir, a máquina, isto é, os pulmões não conseguem acompanhar aquilo que lhes é exigido, e eles é que têm razão.
Foi uma prova que fiz com bastante à vontade, sempre confortável mas com o pé no acelarador e atento à resposta que ia obtendo do meu pobre esqueleto. Aos 10kms passei com 51m e achei que ia demasiado depressa mas como ia a descer a Av.Almirante Reis deixei-me ir, um pouco antes já o Manuel Azevedo me tinha passado e andei ali um pouco ombro a ombro com o Carlos Coelho, até que numa pequena subida fui embora e ele ficou lá, foi pena porque até ao final fiz a prova "sozinho" e isolado.
Sei hoje que 5 credênciados atletas (2º grupo da frente) se enganaram no percurso, foi uma pena e é incrível como foi possível se terem enganado, mesmo em frente onde cortaram à direita estava a placa dos 12 kms, um pouco mais de atenção e teriam visto o caminho certo. Saúdo o seu comportamento no final não criando problemas à organização. Não fosse o grande respeito que tenho por eles recomendava-lhes que fizessem um pequeno estágio em provas de trailes ou raides para aprenderem alguma orientação. Não levem isto muito a sério.
Achei também estranho aquele dançar cruzado no retorno junto a Santa Apolónia, como foi possível aquilo acontecer? ir no corredor da esquerda e de repente termos de passar para a direita e após o retorno termos de novo voltar para o corredor da esquerda é de loucos. É que estavam ali elementos da organização e onde existia também um controle Chip e podiam muito bem ter deslindado e corrigido aquilo, mas não, iam-se divertindo a rir da sua própria incapacidade enquanto os atletas tiveram de fazer uma ginástica tremenda para não se atropelarem uns aos outros e ninguém sair magoado daquela triste situação.
Devido ás obras na zona do Terreiro do Paço foi penoso atravessar aquela zona no Campo das Cebolas na ida para Santa Apolónia, (é claro que a chuva também não ajudou), mas parece-me que a organização podia ter melhorado o percurso pois existiam ali alternativas, bastava irmos pelo percurso que fizemos no regresso.
De resto tudo impecável, há muitos anos que não fazia esta prova, ali encontrei mais uma vez muitos amigos e que por serem tantos os saúdo mais uma vez. As lembranças que me ofereceram no final dentro de uma mochila bem verdinha foram excelentes e também justificou um pouco a razão de termos no início dado quase uma volta ao Alvaláxia e conhecer um determinado túnel, que eu não conhecia, que pela sua extensão quase eleminava a eficácia do meu Garmin, mas lá conseguiu passar e registar tudo sem problemas.
Consegui fazer a prova em 1,17,41 (1,17,55 oficial) para os 15,260kms registados no meu Garmin a uma média de 5,05m por km.
Quem me dera nas serras trilhos e campos andar assim...
As longas distâncias acalmam até final de Abril, em Maio irão começar novamente de forma progressiva, 1º de Maio, Meia Maratona da Areia e depois a Geira Romana. vai ser um fartote.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Raid Vale de Barris, Arrábida

Neste fim de Semana foram cncluídos os 4 Raids/Trails que me propuz fazer no espaço de 1 mês e meio (Sicó 30 kms, Almourol 40 kms, Pastores 28 kms e Barris, Arrábida 30 kms), pelo meio ainda ficaram as Lezírias e a Meia Maratona de Lisboa. Mas ontem era dia da Maratona do Carlos Lopes, estava nos meus planos a minha presença, mas dadas as circunstâncias virei todas as minhas atenções para o Raid dos Barris, ali nas encostas da Arrábida, que surgiu como alternativa ao aborto que foi aquela anunciada Maratona.Completei ontem o Circuito
Em boa hora assim dicidi, pois estive perante uma das melhores provas em que participei (a qualidade deste tipo de provas não pára de aumentar, surpreendente) que teve como rosto principal a nossa amiga Dina, responsável da área do Atletismo dasLebres do Sado, e a quem muito agradeço a simpatia em todo o processo da nossa participação (Pára&Comando).
Um Raid pela Montanha, não muito exigente, com alguns pontos bem difíceis de transpôr mas que deu uma ideia de quanto é bonita aquela região.
O calor esteve acima daquilo que é normal e veio dificultar e muito o nosso desempenho, pois tratava-se de uma prova onde teríamos de ser totalmente autónomos, sem qualquer apoio ou abastecimentos, a organização apenas se limitou a controlar por duas vezes a nossa passagem durante a competição. O traçado esteve muito bem marcado, ainda assim o Costa, meu colega de equipa, conseguiu perder-se mas retomou e ainda conseguiu chegar e acompanhar-me durante algum tempo até que as pernas lhe disseram que aquilo era de mais!!! depois seguiu mais devagar até à meta.
Tinha comprado uma mochila onde poderia transportar 1,5L. de água, mas como não me entendi com aquilo voltei a tirá-la e equipei-me com o cinto e dois bidons pequenos com água, que no conjunto nem chegada a 2,5dl de água, muito pouco para 30 kms. Fiquei mais tranquilo quando o Spiker de serviço informou que iríamos encontrar uma fonte de água natural entre os 5 e os 10 kms, (estava aos 7kms). Neste local parei e bebi e refresquei-me, soube-me tão bem, fez-me confusão não ver os outros a parar e fazer o mesmo, mas adiante, até aos 15 kms consegui encontrar mais 3 pontos de água nascente e em todos eles aproveitei para me idratar bem e renovar a água que levava, nos últimos 15 kms apenas pude contar com os 2 pequenos bidons que tiveram de ser bem geridos pois não sabia se iríamos encontrar mais alguma nascente, é curioso que na Serra virada a Setúbal não existem (pelo menos não as vi) nascentes de água e na costa virada a Azeitão pelo menos abasteci-me em 4, (coisas da ciência?) quando cheguei à meta em Vale de Barris ainda consegui que meio bidon ficasse intacto!
Dos 4 Raids o que me deixou mais mossa foi sem dúvida Almourol, o de ontem para além do natural desgaste provocado pelos kms não provocou mazelas como os anteriores, dores musculares e câimbrias desta vez estiveram ausentes, ainda assim não me livrei de uma bolha bem vermelha num dos pés e uma canela ferida atingida por um pau lançado pelo outro pé, enfim coisas inesplicáveis, no fim uma visita aos nossos amigos bombeiros que simpaticamente me desinfectaram aquilo.
No final registei: 30,460kms para uma marca final de 3, 36,28h. (Daniel, 3,04,10h.) (Mário Lima, 3,34h.) (Elísio Costa, 3,49,57h.).
Felizmente vamos encontrando muitos amigos nestas provas, que provavelmente como eu, já se vão sentindo um pouco saturados pelas corridas no asfalto, lá estava o António Almeida e o Vitor Veloso e família, e muitos outros autênticos craques desta variante da corrida: Jorge Serrazina, Célia Azenha, Manuel Azevedo, Analice Silva (na véspera tinha feito os 100kms de Mérida!!), José Magro etç.
Uma palavra para os meus companheiros do Pára&Comando, Daniel, Mário e o Costa, todos estiveram muito bem e à altura deste desafio, estaremos juntos novamente quando partirmos de Espanha dia 23 de Maio a caminho de Portugal, A Geira Romana.

sábado, 3 de abril de 2010

Grande Prémio da Páscoa, Constância

Já em tempos escolhi para este fim de semana participar no Grande Prémio da Páscoa em Constância, da responsabilidade da Edilidade Local.
O fundo propósito era, e foi, participar em mais uma homenagem de Solidariedade à nossa amiga Ana Paula Pinto pela perda da sua filha Margaret, era também o ideal para "arrefecer" um pouco a cavalgada a que tenho sujeito todo o meu esqueleto nos últimos tempos. Na semana anterior tinha feito os Trilhos do Pastor (28kms) e na semana que vem tenho mais 30kms na Arrábida e nada melhor do que meter esta prova de 10kms de puro rolar ali na bonita Vila de Constância.
O Mário Lima e o Daniel, (meu genro) acompanharam-me nesta deslocação em representação do CCDLoures e como já vem sendo habitual naquela região mais uma vez andei perdido antes de lá chegar, ainda asim deu para voltar a visitar Tancos e passar junto à Porta de Armas do Regimento dos Paraquedistas, revivendo tempos que ali vivi com mais de 40 anos.
A minha corrida apenas teve uma história, partir e chegar ao lado da Paula, era ali o meu lugar e para isso a competição era totalmente secundária, como era indeferente qualquer preocupação com o lugar ou marca que viesse a alcançar no final.
Foram muitos os amigos que disseram presentes nesta homenagem, muitos deles abdicaram das camisolas dos seus clubes e utilizaram as t-shirts da homenageada, Margaret.
Ao cortar o risco de chegada ao lado da Paula Pinto, Ana Pereira, Orlando Duarte e um amigo do Clube de Sargentos (que me perdoe mas não sei o seu nome), todos de mão dada, com quem fiz toda a prova não pude evitar alguma emoção por poder estar ali e contribuir modestamente para um são convívio entre todos, aqui entram todos, na homenagem e no convívio, o António Almeida e Vitor Veloso e famílias, o Luís Mota e família, o Carlos Lopes, o Carlos Coelho, o Luís Miguel e tantos outros.
A exemplo do ano passado acabámos por almoçar no mesmo local ali mesmo junto ao Rio Zezere e ainda deu para uma visita ao recinto das festas da Vila, nomeadamente as lojas de Artesanato onde existia de tudo um pouco. A Vila de Constância estava muito bonita, (vejam as Fotos).
O Daniel desta vez foi a sério mas ficou a 4m do seu melhor (38m) mas as limitações para se fazer melhor são muitas, aguardemos melhores dias.
Domingo que vem, em representação do Pára&Comando e na companhia do Mário Lima e do Elísio Costa vamos aos Trilhos do Barril na Arrábida, vamos ver como corre.
Fotos aqui